Vitória acachapante do MAS na Bolívia confirma que Evo Morales foi vítima de um golpe de estado

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Depois de cinco dias finalmente chegou ao fim a contagem de votos das eleições presidenciais na Bolívia, com o resultado acachapante de 55,1% dos votos sendo dados para o candidato do Movimiento Al Socialismo (MAS), Luís Arce, ex-ministro do golpeado Evo Morales (ver imagem abaixo).

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Esse resultado acachapante, ao confirmar a vitória do MAS, reafirma o fato de que Evo Morales foi vítima de um golpe de estado, orquestrado internamente pelos candidatos novamente derrotados da direita e extrema-direita e externamente pelo Organização dos Estados Americanos (OEA).

Apesar da volta triunfante do MAS ao controle do governo federal boliviano, a principal tarefa das forças que se opõe à soberania, que foi a remoção de Evo Morales do poder, foi objetivamente alcançada. Além disso, como o novo presidente da Bolívia representa uma ala mais à direita do MAS, muitos esperam que haja uma movimentação para o mesmo espectro do novo governo boliviano, algo que só se saberá após o início efetivo da gestão de Luís Arce.

Entretanto, há que se observar ainda com mais atenção as movimentações dos partidos de direita, especialmente as do CREEMOS, partido do extremista de direita de Luís Fernando Camacho (que obteve apenas 14% dos votos), pois dificilmente a vitória do MAS será aceita de forma quieta, pois, objetivamente, o que foi executado por essas forças na Bolívia foi um golpe de estado, e a saída dessas forças do governo boliviano contraria grandes interesses globais, principalmente em torno das grandes reservas de lítio que o país possui.

De toda forma, há que se frisar que não apenas a realização das eleições como a vitória do MAS só foram possíveis em função de uma forte mobilização dos sindicatos e do movimento indígena boliviano. Com isso, qualquer guinada à direita do MAS não será tão fácil quanto aparentemente gostariam os veículos da mídia corporativa brasileira que têm enfatizado o tom mais moderado de Arce em relação a Evo Morales. Aliás, o próprio Luís Arce deve saber que seus atos serão observados com grande atenção não apenas pela direita boliviana, mas, principalmente, pelos trabalhadores. 

Finalmente, o grande temor de outros governos de direita na América Latina neste momento não é ver partidos de esquerda repetirem o caso boliviano e vencerem eleições de forma arrasadora. O que a direita ultraneoliberal deve estar mesmo temendo é que a gigantesca mobilização da classe trabalhadora em prol da realização de eleições minimamente democraticamente tenha sido apenas a primeira fase de um grande ascenso anti-neoliberal em toda a América Latina.

 Margarette Macaulay, relatora da OEA, reunida com mulheres negras em evento no Rio

 

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Relatora da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), Margarette May Macaulay – esteve ontem (27/09) em agenda pública, para debater e reconhecer casos sobre violação de direitos humanos das mulheres negras. Das muitas convidadas Cátia Cruz, Clátia Vieira do Fórum Estadual de Mulheres Negras Rio, as escritoras Wânia Sant’Anna e Helena Theodoro, Mãe Flávia e Defensora Livia, Janaína da Grife Afro Jô, Helena Theodoro, Dra. Sandra (vice-presidente da  comissão igualdade racial da OAB Rio), entre outras.

O evento, repleto de representantes negras, aconteceu ono Hotel Vila Galé, na Rua do Riachuelo.

Enquanto nos enrolam com impeachment ou não, o TsuLama da Samarco continua em ação

Relatório sobre danos no Rio Doce é levado à OEA e capixabas protestam contra a Samarco

Por Leandro Nossa | lnossa@redegazeta.com.br

O documento detalha os problemas na qualidade da água, a contaminação de peixes e os prejuízos econômicos às comunidades do entorno do rio

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Foto: Bernardo Coutinho. Após a lama tóxica, paisagem do Rio Doce mudou

Um relatório sobre os danos socioambientais causados no Rio Doce após o rompimento da barragem de rejeitos da Samarco foi apresentado na Organização dos Estados Americanos (OEA), nos Estados Unidos, nesta sexta-feira (1º). Elaborado pelo Fórum Capixaba de Entidades em Defesa da Bacia do Rio Doce, que reúne 80 entidades, o documento detalha os problemas na qualidade da água, a contaminação de peixes e os prejuízos econômicos às comunidades do entorno do rio. Também nesta sexta, um protesto contra a Samarco foi feito em Vitória.

A ida a um organismo internacional é uma tentativa de aumentar a fiscalização sobre a Samarco e a cobrança de ações efetivas, segundo o coordenador da ONG Transparência Capixaba, uma das entidades organizadoras do relatório.

“Essas 80 entidades começaram a se mobilizar em âmbito internacional para que, por exemplo, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, que tem assento na OEA, possa dar visibilidade mundial a essa causa porque esse é um problema eterno que a sociedade vai enfrentar”, disse.

A falta de transparência na divulgação de detalhes do acordo firmado entre Samarco e suas acionistas Vale e BHP com os governos Federal, do Espírito Santo e Minas Gerais também é uma das reclamações presentes no relatório. De acordo com Camata, no acordo divulgado pelo governo mineiro, numa versão não assinada pelas partes e que está disponível no site da Advocacia Geral de Minas Gerais, há cláusulas controversas. Entre elas o abatimento do valor oriundo de decisões judiciais do valor total a ser depositado no fundo, estimado em R$ 20 bilhões.

Protesto

Também nesta sexta-feira (1º), o mesmo fórum que levou o relatório à OEA organizou uma manifestação no Centro da Capital. Aproveitando a data de 1º de abril, conhecida popularmente como o Dia da Mentira, cerca de 50 pessoas protestaram contra o que chamaram de “mentiras da Samarco”. Eles colocaram uma faixa em frente ao Palácio Anchieta e fizeram discursos contra a mineradora.

O gerente de Engenharia de Meio Ambiente da Samarco, Paulo César Siqueira, disse que respeita o direito de manifestação, mas ressaltou que a empresa tem agido com transparência e sem omitir dados. Sobre a ida à OEA, o gerente afirmou que a Samarco está aberta a possíveis esclarecimentos para a organização.

FONTE: http://www.gazetaonline.com.br/_conteudo/2016/04/noticias/cidades/3936565-relatorio-sobre-danos-no-rio-doce-e-levado-a-oea-e-capixabas-protestam-contra-a-samarco.html