Relatório sobre danos no Rio Doce é levado à OEA e capixabas protestam contra a Samarco
Por Leandro Nossa | lnossa@redegazeta.com.br
O documento detalha os problemas na qualidade da água, a contaminação de peixes e os prejuízos econômicos às comunidades do entorno do rio

Um relatório sobre os danos socioambientais causados no Rio Doce após o rompimento da barragem de rejeitos da Samarco foi apresentado na Organização dos Estados Americanos (OEA), nos Estados Unidos, nesta sexta-feira (1º). Elaborado pelo Fórum Capixaba de Entidades em Defesa da Bacia do Rio Doce, que reúne 80 entidades, o documento detalha os problemas na qualidade da água, a contaminação de peixes e os prejuízos econômicos às comunidades do entorno do rio. Também nesta sexta, um protesto contra a Samarco foi feito em Vitória.
A ida a um organismo internacional é uma tentativa de aumentar a fiscalização sobre a Samarco e a cobrança de ações efetivas, segundo o coordenador da ONG Transparência Capixaba, uma das entidades organizadoras do relatório.
“Essas 80 entidades começaram a se mobilizar em âmbito internacional para que, por exemplo, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, que tem assento na OEA, possa dar visibilidade mundial a essa causa porque esse é um problema eterno que a sociedade vai enfrentar”, disse.
A falta de transparência na divulgação de detalhes do acordo firmado entre Samarco e suas acionistas Vale e BHP com os governos Federal, do Espírito Santo e Minas Gerais também é uma das reclamações presentes no relatório. De acordo com Camata, no acordo divulgado pelo governo mineiro, numa versão não assinada pelas partes e que está disponível no site da Advocacia Geral de Minas Gerais, há cláusulas controversas. Entre elas o abatimento do valor oriundo de decisões judiciais do valor total a ser depositado no fundo, estimado em R$ 20 bilhões.
Protesto
Também nesta sexta-feira (1º), o mesmo fórum que levou o relatório à OEA organizou uma manifestação no Centro da Capital. Aproveitando a data de 1º de abril, conhecida popularmente como o Dia da Mentira, cerca de 50 pessoas protestaram contra o que chamaram de “mentiras da Samarco”. Eles colocaram uma faixa em frente ao Palácio Anchieta e fizeram discursos contra a mineradora.
O gerente de Engenharia de Meio Ambiente da Samarco, Paulo César Siqueira, disse que respeita o direito de manifestação, mas ressaltou que a empresa tem agido com transparência e sem omitir dados. Sobre a ida à OEA, o gerente afirmou que a Samarco está aberta a possíveis esclarecimentos para a organização.
FONTE: http://www.gazetaonline.com.br/_conteudo/2016/04/noticias/cidades/3936565-relatorio-sobre-danos-no-rio-doce-e-levado-a-oea-e-capixabas-protestam-contra-a-samarco.html