Por Juan Pablo Spinett, com tradução de Marcos Pedlowski
A Pacific Investment Management Co. e o Credit Suisse Group AG estão entre um grupo de detentores de ações que deram um passo importante no sentido de assegurar o controle da companhia de petróleo, que provocou o colapso financeiro de Eike Vatista
Oitenta e dois por cento dos credores presentes na reunião de ontem no Rio de Janeiro aprovaram um plano de reestruturação para a principal unidade da Óleo & Gás Participações SA (OGXP3), o Chief Executive Officer Paulo Narcelio disse a repórteres após a reunião. Se for ratificado por um tribunal de falências no Rio e aprovado pelos acionistas, o plano dará a um grupo de 12 credores liderado pela Pimco, que proporcionou à empresa de financiamento de emergência, pelo menos, uma participação de 42% na OGPAR
A empresa conhecida anteriormente como OGX que uma vez fez de Batista a oitava pessoa oitavo mais rica do mundo também vai receber US $ 90 milhões em financiamento de credores em 15 a 30 dias para ajudar a cobrir os custos de operação, desde que o plano seja ratificado pelos tribunal, disse Narcelio. A Nomura International e o Deutsche Bank AG também fazem parte do grupo que forneceu novos recursos financeiros em troca de ações.
“A empresa teria sido liquidada sem a aprovação do plano, algo que não era do interesse dos credores”, disse Narcelio. “Nós vimos uma atitude positiva de uma grande maioria dos fornecedores da empresa, tanto do passado e do presente, e uma maioria bastante significativa dos credores financeiros.”
Espaço de manobra
Segundo o plano, a OGpar, como a empresa carioca agora é conhecida, irá converter passivos de 5800 milhões dólares em capital, liberando o empreendimento desta dívida e permitindo-lhe concentrar-se na exploração e produção, disse a empresa em um comunicado ontem à tarde.
A decisão dá OGpar ganha tempo para corrigir operações enquanto litígios e reclamações estão congelados, disse Luana Helsinger, analista de petróleo e gás da corretora GBM.
“A empresa agora receberá dois anos para reestruturar-se sob a supervisão de um juiz”, disse ela em uma nota a clientes hoje. “Todos os processos e dívidas ficam suspensos por 180 dias, o que dá à empresa um espaço para respirar.
Em fevereiro, OGpar chegou a um acordo com os credores para um acordo de 215 milhões dólares, em uma transação que obrigaria Batista a abandonar o controle da empresa. A empresa, que pediu concordata em outubro, depois de passar mais de 10 bilhões de reais (4,4 bilhões dólares) desde a sua fundação em 2007, obteve uma primeira parcela de US $ 125 milhões em financiamento fresco dos principais detentores de bônus, em março.
O encolhimento de Batista
O grupo de credores também inclui fundos geridos pela Spinnaker Capital Ltd., Redwood Master Fund, Ltd., Emerging Markets Special Opportunities Ltd. e DuPont Pension Trust, de acordo com um 08 de maio de arquivamento pelo regulador antitruste do Brasil Cade publicado no Diário Oficial. BP Brasil Investments LLC 2, Lord Abbett Bond-Debênture Fund Inc., Moneda Deuda Latino Americana Fondo de Inversion e Knighthead Mestre Fund LP, também fazem parte do comitê, disse o documento.
O plano estabelece que os credores serão os dono de 90 % e os acionistas existentes, incluindo Batista, terão o restante, efetivamente terminando o controle da empresa por Eike. A participação direta do ex-bilionário vai encolher para cerca de 5%, um valor que já foi de 50%.
Um total de 201 credores, incluindo os detentores de bônus e fornecedores que representam cerca de 62% dívida da OGpar participaram da reunião de ontem no prédio da Bolsa de Valores no centro do Rio, de acordo com o advogado Darwin Correa, que assessora a empresa.
Tubarão-martelo
O valor das ações da OGpar caiu 5%, para 19 centavos no fechamento, em São Paulo hoje. O estoque caiu 86 % últimos 12 meses. A assessoria de imprensa da Pimco não respondeu a uma procura de comentário via e-mail sobre a aprovação do plano. O Credit Suisse também não quis comentar.
A companhia espera gerar 1,04 bilhões de reais em receita líquida de seus poços no campo de Tubarão Martelo, a OGpar informou em um comunicado 2 de junho. O projeto está programado para produzir 352 milhões de reais em lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, informou a empresa
A OGpar, que foi listada na BOVESPA por Batista em 2008, cresceu em valor até 75,2 bilhões de reais em 2010, depois de relatar as descobertas em mais de 80% dos poços perfurados, permitindo que o empresário brasileiro pudesse explorar os mercados de dívida para financiar as operações. Os resultados de produção e reservas abaixo do esperado resultaram na erosão na fortuna de Eike Batista, e desencadeou uma crise de confiança dos investidores, que terminou na maior default corporativo da América Latina depois que a empresa perdeu o praz ode um pagamento de juros 4 em outubro de 2013. O valor de mercado da empresa caiu então para 647,2 milhões de reais.
Para contatar o repórter nesta história: Juan Pablo Spinetto no Rio de Janeiro em jspinetto@bloomberg.net. Para contactar os editores responsáveis por essa história: James Attwood em jattwood3@bloomberg.net Robin Saponar
FONTE: http://www.bloomberg.com/news/2014-06-04/pimco-led-creditors-near-control-of-batista-s-oil-unit.html