Prefeito de São João da Barra recebe delegação do Banco Mundial. Será que falou da erosão na Praia do Açu?.

A matéria abaixo vem da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de São João da Barra e dá conta de uma reunião mantida pelo prefeito Neco com uma delegação do Banco Mundial e com  representantes da Anglo American e da  Ferroport (empresa formada pela própria Anglo American e pela Prumo Logística Global).

Como fiz minha tese de doutorado sobre um megaprojeto do Banco Mundial na Amazônia brasileira, tendo a achar que essa foi uma reunião para que o banco possa verificar se tem interesse em investir algum dinheiro em projeto relacionado ao Porto do Açu. Esse seria um desdobramento interessante para a questão da proteção ambiental no entorno do Porto do Açu já que o Banco Mundial possui diretrizes bastante claras sobre como os tomadores de seus empréstimos devem proceder para proteger o meio ambiente e as populações humanas que vivem nas áreas beneficiadas com seus recursos. Esse tipo de exigência deveria já ter sido adotado pelo BNDES, mas lamentavelmente tal atitude de responsabilidade ainda passa longe dos seus dirigentes, como se viu no caso dos múltiplos empréstimos que foram concedidos ao conglomerado de empresas “X”.

Agora uma coisa que me deixou curioso é sobre a afirmação de que “Neco apresentou aos convidados a expectativa da população em relação aos impactos desde a implantação até o início da operação do Porto do Açu, principalmente na área da Saúde, Educação e Infraestrutura.” É que como o Banco Mundial tem linhas específicas para amenizar problemas ambientais, essa reunião teria sido excelente para o prefeito de São João da Barra buscar recursos para resolver os sérios problemas ambientais que foram causados na fase de implantação do Porto do Açu, tais como o processo de salinização e de erosão costeira que hoje consome a Praia do Açu.  

Aliás, continuo aguardando o informe da SECOM da PMSJB da reunião que seria realizada ontem (10/12) para tratar do projeto que será custeado pela Prumo Logística para conter o processo de erosão da Praia do Açu. O que aconteceu na reunião? Eu e os moradores da Praia do Açu estamos aguardando com bastante curiosidade!

 

Neco recebe representantes do Banco Mundial

Impactos econômicos em decorrência do Porto do Açu foram debatidos no encontro.
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(Victor de Azevedo)

O prefeito de São João da Barra, José Amaro de Souza Neco, recebeu na tarde desta quinta-feira, 11, representantes do Grupo Banco Mundial e das empresas Anglo American e Ferroport para debater os impactos econômicos e sociais gerados pelo Porto do Açu.

Durante a reunião, Neco apresentou aos convidados a expectativa da população em relação aos impactos desde a implantação até o início da operação do Porto do Açu, principalmente na área da Saúde, Educação e Infraestrutura. 

“A reunião foi importante pelo fato de termos recebido o Banco Mundial e mostrado a realidade do Porto do Açu e dos impactos para o nosso município. As relações foram estreitadas e a possibilidade de uma contrapartida do Banco Mundial para nos ajudar neste momento de desenvolvimento é real e necessária”, ressaltou Neco.

Vale lembrar que o Banco Mundial é um grupo de instituições financeiras que tem como objetivo principal fomentar o crescimento econômico e a cooperação à escala global contribuindo assim para a promoção do processo de desenvolvimento econômico em diferentes países. 

FONTE: http://www.sjb.rj.gov.br/noticia-3541/neco-recebe-representantes-do-banco-mundial

Enquanto eles se reúnem para enxugar gelo, a Praia do Açu encolhe

Aproveitando que hoje é o dia em que deverá ocorrer mais uma reunião patrocinada pela prefeitura de São João da Barra para discutir o processo de erosão que está devorando a Praia do Açu, estive na localidade de Barra do Açu para coletar espécimens do que animal que resolveu invadir o resto da faixa de praia. Após coletar um indivíduo vivo para trazê-lo para estudos no Laboratório de Ciências Ambientais da UENF, sob supervisão do Prof. Carlos Eduardo Rezende, resolvi dar uma caminhada pela praia e posto abaixo algumas imagens que eu considero bastante reveladoras do avanço da frente erosiva.

Por fim, acho interessante que em mais essa visita que faço à Praia do Açu, não encontrei nenhum técnico ou secretário municipal no local. Será que não seria mais interessante que essas reuniões que estão sendo feitas ocorressem na área em que o fenômeno está ocorrendo? 

Bom, pensando bem, não. É que ai as reuniões teriam de passar da fase do enxugamento de gelo para a ação prática para conter o fenômeno. Mas para isso acontecer tudo indica, tomando-se como base as notícias sendo circulações pela mídia corporativa regional, que a Prumo Logística Global é quem vai ter que querer que isso aconteça. E ai, já viu!

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Erosão na Praia do Açu: Prefeitura de SJB realiza mais reunião para enxugar gelo nesta 4a. feira?

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Enquanto as reuniões para “enxugar gelo” se sucedem, a erosão avança na Praia do Açu… gradualmente, mas de forma implacável!

A nota abaixo que está publicada no sítio oficial da Prefeitura Municipal de São João da Barra anuncia para amanhã mais uma reunião com técnicos do  Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH) para “discutir a realização de um novo projeto que será financiado pela Prumo Logística com o objetivo de identificar a causa e conter o avanço do mar na praia do Açu”.  

O interessante é que a nota também ratifica a presunção de que um “estudo feito pela Prumo, onde ficou comprovado que o fenômeno do avanço do mar e erosão no Açu não possui ligação com as obras do Porto”.

Aqui é interessante notar que apesar de tentar vender a versão de que o porto não tem nada a ver com o desaparecimento da faixa de areia na Praia do Açu, a Prumo Logística irá “financiar um projeto para identificar a causa e conter o avanço na praia do Açu”.  Ora essa, a Prumo Logística poderia pular imediatamente a parte do estudo para partir logo para conter o avanço do mar na Praia do Açu. É que a corporação estadunidense tem em suas mãos o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) produzido pela OS(X) para obter o licenciamento da Unidade de Construção Naval (UCN) dentro da área do Porto do Açu, onde está explicitado que a construção do canal de navegação e a instalação do quebra-mar do Terminal 2 iriam resultar num processo dicotômico de deposição no entorno do quebra-mar e erosão na faixa central da praia, fenômeno este que está sendo confirmado na prática. Além disso, no próprio RIMA da OS(X) já está dito que o Porto do Açu já seria uma fonte de pertubação dessa dinâmica dentro das suas áreas de influência direta e indireta. Em suma, para que pagar por um estudo novo, se o RIMA já mostra as causas da erosão que ocorre na Praia do Açu?

Aliás, tenho que notar que na última que este assunto foi ventilado pela PMSJB, não houve menção de que a Prumo Logístico iria pagar por um projeto que, em tese, é de responsabilidade do governo municipal. O que mudou de lá para cá? E alguém já viu alguma corporação multinacional gastar dinheiro para reparar dano ambiental por livre e espontânea vontade? Quanto mais penso nessas reviravoltas, mais sinto que há algo “very fishy” nessa história. 

Eu só espero que esta reunião de amanhã não seja mais uma do tipo “enxugar gelo na linha do Equador”. É que se demorarem muito, daqui a pouco não haverá a proteger na Praia do Açu e suas imediações.

 

Prefeito Neco se reúne com INPH nesta quarta-feira

A idéia é discutir um projeto que identifique a causa do avanço do mar na praia do Açu

Prefeito Neco se reúne com INPH nesta quarta-feira (Foto: sjb.rj.gov.br)

O prefeito José Amaro de Souza Neco se reúne na próxima quarta-feira, 10, com o Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH) para discutir a realização de um novo projeto que será financiado pela Prumo Logística com o objetivo de identificar a causa e conter o avanço do mar na praia do Açu. O projeto deverá ser elaborado pelo INPH e a secretaria de Estado do Ambiente (SEA), através do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (Fecam). 

 Na última semana, no Rio de Janeiro, Neco se reuniu com o secretário estadual do Ambiente, Carlos Francisco Portinho, o deputado estadual Roberto Henriques, uma equipe técnica do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e o especialista em relações institucionais da Prumo Logística, Caio Cunha, para discutir o resultado de um estudo feito pela Prumo, onde ficou comprovado que o fenômeno do avanço do mar e erosão no Açu não possui ligação com as obras do Porto.  Também participaram da reunião, o secretário de Planejamento, Sidney Salgado, o Procurador do Município, Jefferson Nogueira e o chefe de Gabinete, Antonio Neves.

FONTE: http://www.sjb.rj.gov.br/noticia-3533/neco-se-reune-com-inph-nesta-quarta-feira

 

fonte: Secom

E o “Troféu Abacaxi” vai para a Prefeitura de São João da Barra!

A mídia corporativa local anunciou nos últimos dias a realização do “I Festival do Abacaxi” de São João da Barra. A matéria produzida pelo site “Ururau” teve até espaço para uma declaração curiosa do prefeito  Neco que teria declarado que “a cultura do abacaxi cresce a cada dia em São João da Barra, principalmente no quinto distrito, e a administração municipal caminha ao lado do produtor rural incentivando e prestando todo apoio necessário. Os investimentos no setor agrícola continuarão a serem feitos para que os resultados sejam cada vez melhores” (Aqui!).  Essa declaração é, no mínimo, curiosa já que a desapropriação de cerca de 7.500 hectares de terras onde o abacaxi era uma das culturas âncoras, e como não assisti nenhum aumento nas áreas restantes que compensasse o que foi tirado da agricultura familiar para beneficiar Eike Batista e seu conglomerado de empresas pré-operacionais, essa declaração de Neco parece ser um tanto descolada da realidade. Terra essa hoje que repousa nas mãos da corporação multinacional EIG Global Partners, diga-se de passagem.

O verdadeiro quadro no V Distrito está muito distante dessa realidade rósea que a prefeitura de São João da Barra tenta pintar com a realização desse festival. O fato é que os agricultores que teimam em continuar trabalhando para produzir alimentos agora estão pagando caro para arrendar terras, o que aumenta os custos sem que haja qualquer apoio para seja agregado valor para aumentar a lucratividade da produção. É até penoso ouvir a narrativa desses agricultores em relação ao suplício que sua labuta na agricultura, pois um número significativo deles continua esperando algum tipo de apoio oficial, inclusive para que se acelere o pagamento das compensações devidas pela expropriação de suas terras.

Assim, o verdadeiro festival do abacaxi de São João da Barra foi promovido por Eike Batista que usou dos seus contatos para expropriar terras produtivas e construir um grande latifúndio improdutivo em terras de agricultores humildes que tiravam da areia toneladas de alimentos todos os anos sem muito apoio oficial, diga-se de passagem.

E nunca é demais lembrar que está em curso um processo de salinização que pode ameaçar o que restou de área livre para a prática da agricultura! Aliás, com a volta das chuvas esse processo deverá mostrar seus efeitos nas áreas em que a cultura ainda é pratica. Assim, em vez de fazer um festival “fake” do abacaxi, o que a prefeitura de São João da Barra deveria estar fazendo era monitorar o andamento desse processo de contaminação ambiental. Bom, ai já é pedir demais de quem vende a imagem de que o Porto do Açu é a salvação da lavoura, não é?

Por essas e outras, é que no melhor estilo do Chacrinha, a prefeitura de São joão da Barra deveria receber o “troféu abacaxi” pelo tratamento dispensado aos agricultores desapropriados no V Distrito!

Terceira Via: Defesa Civil de SJB está em alerta e monitora praia do Açu

No dia 23 de setembro, os moradores do Açu foram surpreendidos pela invasão do mar. Na segunda-feira (10), o mar voltou a avançar

A Defesa Civil de São João da Barra está em alerta monitorando a praia do Açu devido aos impactos ambientais ocorridos no local nos últimos meses. O órgão informou que o avanço do mar “sempre acontece quando há maré alta ou ressaca” e enfatizou que não há decreto de emergência sobre esse fato e nenhuma família está desabrigada ou desalojada nas imediações do Açu.

 No dia 23 de setembro, os moradores do Açu foram surpreendidos pela invasão do mar na principal avenida da localidade. No dia seguinte, uma equipe do Ministério Público Federal (MPF) fez um levantamento na área, onde foram coletados depoimentos da população residente, além de fotos e vídeos. Na segunda-feira (10), moradores voltaram a viver o drama com o avanço do mar.

 O local fica na área de influência direta do Complexo Industrial do Superporto do Açu – empreendimento que vem acentuando o processo de erosão do mar.

 O ambientalista Aristides Soffiati compara os impactos causados na Praia do Açu com a Praia de Atafona. “As duas praias sofrem o processo de erosão. Em Atafona esse processo acontece há cerca de 50 anos. Já no Açu acontece recentemente em função das obras do Complexo. Em ambos os casos, o homem acentuou os fenômenos naturais”, disse.

 O Complexo Logístico Industrial Portuário do Açu vem sendo investigado pelo MPF desde 2008 quando foi instaurada uma ação civil pública para apurar o licenciamento do Porto do Açu, da extração do minério, em Minas Gerais, e do mineroduto. De acordo com o procurador Eduardo Oliveira, a obra do complexo logístico causa impactos em três estados brasileiros e, por esse motivo, a licença deveria ser concedida em conjunto por um órgão federal, como manda a lei.

FONTE: http://jornalterceiravia.com.br/noticias/norte-noroeste-fluminense/59639/defesa-civil-de-sjb-esta-em-alerta-e-monitora-praia-do-acu

Rede InterTV produz matéria sobre o processo de erosão na Praia do Açu

A situação preocupante na Praia do Açu onde o mar está avançando e causando muita preocupação entre os habitantes da localidade da Barra do Açu foi mostrada hoje em matéria produzida pela Rede InterTV.

Quem desejar assistir à matéria basta clicar Aqui!,

E eu continuo me perguntando sobre quando as autoridades públicas e a Prumo Logística vão sair do seu discurso de negação do problema para começarem a tomar as providências cabíveis em face do processo que hoje coloca em risco a Praia do Açu.

Mar avança forte e causa mais preocupação na Praia do Açu

A segunda-feira começou trazendo mais apreensão para os habitantes da Praia do Açu, localidade que fica na área de influência direta do Porto do Açu. É que depois de algumas semanas de aparente calmaria, o mar voltou a erodir de maneira mais visível a faixa central da praia. Isto parece ser mais uma evidência de que o processo está se aprofundando, na mesma proporção em que a avança a construção do quebra mar que protege o Terminal 2 do Porto do Açu.

As imagens abaixo não deixam mentir.  A questão que muitos moradores da Praia do Açu se fazem neste momento é a seguinte: quando é que as autoridades (INEA, IBAMA,A CODIN, Prefeitura de São João da Barra) e os responsáveis pela Prumo Logística, que efetivamente controla o Porto do Açu, vão sair da fase da negação para a da adoção de medidas que contenham o fenômeno?!

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