Wladimir surfa no espectro de Rafael Diniz, mas esconde que também tem o seu

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Wladimir Garotinho e seus espectros: um que alavanca e o outro que poderia derrubar suas chances eleitorais

Há um acordo quase geral que boa parte da aprovação que impulsiona as chances de que Wladimir Garotinho se reeleja já no primeiro turno que ocorrerá no dia 6 de outubro tem muito a ver com a triste memória deixada por seu antecessor, Rafael Diniz.

Wladimir, como político sagaz que já demonstrou ser, soube estabelecer uma diferença marcante em relação a Rafael, a começar pela reabertura do restaurante popular cujo fechamento foi um dos maiores tiros no pé que eu já vi um político cometer em início de mandato.  Como se sabe, o funcionamento daquela unidade não é tão oneroso e seu fechamento privou de alimentos o setor mais frágil da população. Em suma, foi uma maldade pura.

Quem acompanhou o governo de Rafael e seus menudos neoliberais sabe que o fechamento do restaurante popular na alvorada de um governo que seguiu fazendo maldades contra os mais pobres foi apenas o primeiro passo na desconstrução da rede de políticas sociais municipais que mantinham os pobres com um mínimo de acesso a serviços públicos básicos.

Mas o que me surpreende em relação aos núcleos duros das campanhas que querem derrotar Wladimir e que o veem usando o espectro de Wladimir para convencer a população que é melhor não trocar novamente o certo pelo incerto se refere ao fato de que o prefeito também tem um espectro que poderia ser mortífero para suas chances eleitorais.

Não falo aqui do fato de Wladimir ser filho de Anthony e Rosângela, fato inescapável do qual ele conseguiu se descolar com maestria ao adotar um estilo próprio de governar, ainda que algumas das tinturas herdadas de seus pais.

Falo sim do fato que Wladimir Garotinho deverá deixar a cadeira de prefeito para concorrer ao cargo de governador do estado do Rio de Janeiro em 2026. Com isso, a cidade de Campos dos Goytacazes passará a ser governada por Frederico Paes, um dublê de usineiro e empresário da saúde privada. Quem conhece Wladimir e Frederico, como eu conheço, sabe que essa aliança poderia ser justificada em 2020, mas não faz muito sentido na atual corrida eleitoral.  É que, convenhamos, Frederico Paes acrescentou quase nada ou muito pouco à gestão de Wladimir, e também não é alguém próximo políticamente ao grupo Garotinho.

No entanto, a verdade é que temos diante de nós o espectro de Frederico Paes ser o prefeito na segunda metade do mandato que se iniciará em janeiro de 2025. Por que ninguém falou disso até agora? Eu me arrisco a dizer, parafraseando Bob Dylan, que “the answer is blowing in the wind”. E nosso caso, sudeste.

Errar é humano, persistir no erro é uma prova de baixa inteligência. Se for em período eleitoral, pior ainda

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Por Douglas Barreto da Mata

Hoje cedo dei uma passeada, muito à contragosto, pelas redes sociais.  Parece que, no campo da delegada Madeleine, o desespero se aproxima.

Pelo que li, as críticas sobre o fato da deputada Carla Machado ter trazido o “bode para a sala”, defendendo o ex-prefeito Rafael Diniz e seu “governo” (que esteve mais para desgoverno) calaram fundo nos apoiadores da delegada, e principalmente, porque essa fala se deu por uma parlamentar do PT, o que é inimaginável para aqueles que disputam a primazia de serem a extrema-direita campista.

Pois bem, o argumento fajuto deles é que o atual prefeito trouxe para seu lado pessoas que estiveram no “governo” Rafael Diniz.  Ora, pelotas!  Em uma cidade onde os grupos políticos que se revezaram no poder, ou estiveram ao lado da família Garotinho, ou contra eles, e vice-versa, muito pouca gente pode escapar de ter, um hora ou outra, participado deste ou daquele governo.

A questão não é essa, embora os fundamentalistas da delegada desejem rebaixar a conversa para o aspecto pessoal, e diga-se, como forma de fazer justiça, tais abordagens pessoais nunca foram proferidas (em público) por Rafael ou por Wladimir, conhecidos por suas fidalguias.

Porém, afastadas essas circunstâncias menores, há um campo para debater o recrutamento pelo atual prefeito de vários quadros, inclusive alguns da gestão Rafael Diniz.

Ninguém nunca disse que o governo Rafael Diniz deu errado por causa das pessoas, ao contrário, havia ali quadros tidos como muito capacitados, como foi o caso de Brand Arenari, ex-secretário de Educação, do ex- Procurador Geral do Município, tido como um jurista novo, mas talentoso.

Há outros exemplos de pessoas inteligentes, mas que não deram certo sob o comando de Rafael.  Parece óbvio que não deu certo foi  o governo, a reunião desses quadros em torno de uma ideia ruim. Um governo com princípios ruins só poderia dar errado.

Rafael Diniz preferiu usar todo o capital político que tinha, conferido por uma surpresa alucinante nas urnas, que o levou a derrotar a família Garotinho, na empreitada de apagar da memória da cidade o legado desse grupo político.

Era possível? Sim, era, mas para tanto, ele precisava governar, dialogar, articular, e não apenas repetir jargões da mídia e da campanha. Era preciso fazer mais e melhor, ainda que com menos dinheiro.  Lamentar e chorar pela perda de receita não adianta, os problemas da população não entendem essa choradeira.

No fim, sobrou para Rafael e seus seguidores apenas o ressentimento. Ressentimento, sabemos, não é um bom adubo para semear carreiras políticas.

O que a oposição a Wladimir, que hoje se reúne em torno de Rafael Diniz, não entende, quando parte para esse desagravo tardio e burro, trazendo ele de volta ao cenário, para a alegria do prefeito Wladimir Garotinho, é que o atual prefeito conjugou a fórmula que era necessária: usou o antecessor desastroso como referência sim, mas articulou, conseguiu recursos externos, fez o dever de casa no quesito fiscal, criou obras de impacto, e principalmente, estabeleceu uma interlocução diária e cotidiana com o povo, através de todos os meios que soube utilizar magistralmente, as mídias e redes sociais, mesmo quando aparecia em desvantagem.

Rafael Diniz, eleito à base da onda digital, nunca pareceu entender o que havia lhe beneficiado, ao contrário, deu a entender que estava ali de passageiro e não de motorista do seu próprio destino.

Desmontou uma rede de proteção social, que embora não fosse perfeita, conseguiria deter os efeitos do que estava por vir, e veio, com a diminuição das rendas do petróleo, e depois, com a pandemia, já no governo atual.

Rafael Diniz quando se deparou com verbas menores, tirou os recursos dos programas que atendiam quem mais seria vulnerável a essa carência orçamentária.  Cortou os programas de renda mínima municipais.  Implodiu um sistema de transporte público que já era precário, é verdade, mas não colocou nada no lugar.  Deixou a cidade sem avaliação junto ao MEC, zerando a nota do IDEB.

Enfim, todo mundo se lembra da sua gestão como a pior de todas.

A presença dos quadros políticos de Rafael Diniz, que foram reaproveitados no atual governo, de Wladimir Garotinho, e que contribuíram para uma avaliação positiva de 76% da população, mostra que faltava liderança, faltava prefeito.

Quando os apoiadores da delegada mostram fotos desses quadros ao lado de Rafael Diniz, e hoje, ao lado de Wladimir, eles afundam ainda mais no desgoverno de Rafael, porque se estes quadros funcionam bem na atualidade, com Wladimir, por quê não deram certo antes?

Sim, o problema era o comandante. Justamente aquele com quem o PT, a delegada, e a deputada Carla Machado querem abraçar. Abraço de afogados?  As urnas dirão.

Em Campos, Wladimir ser melhor do que Rafael Diniz é muito pouco ou quase nada

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Rafael Diniz com Frederico Paes e Wladimir Garotinho no processo de transição de um governo que faz o atual parecer muito melhor do que realmente é

Passadas as primeiras semanas da propaganda eleitoral para as eleições municipais de outubro, tenho visto um deserto de ideias aflorando nas ondas de rádio e nas telas de TV.  É como se a maioria dos candidatos a prefeito e vereador não vivessem na mesma Campos dos Goytacazes que eu vivo, tamanha é a superficialidade das propostas. No plano das candidaturas a prefeito, o que se vê é um arremedo de programas misturado com ataques e contra-ataques. No geral, o que se vê é apenas o esquentamento de velhas temáticas sem que se reflita sobre o que aconteceu desde a posse do atual prefeito que, convenhamos, faz um governo muito melhor do que seu antecessor cujo mandato é visto como um excelente exemplo de desencontro entre a propaganda eleitoral e aquilo que nos entregue o que for eventualmente eleito.

O prefeito Wladimir Garotinho com toda esperteza surfa na péssima memória do seu antecessor, o hoje pouco notável Rafael Diniz, e colhe os saldos de ter seu governo visto como melhor do que o anterior. Mas para começo de conversa, o que significa ter um governo melhor do que o de Rafael Diniz? Convenhamos que é muito pouco ou quase nada.

Como alguém que vive a cidade o ano todo e converso com muitos pelas ruas, cada vez mais sujas e abandonadas, me preocupa muito verificar que a administração municipal continua, apesar de um verniz modernizador, mantendo práticas que nos mantém na mesma toada daquela que eu encontrei em 1997 quando transportei meus poucos pertences para cá.  E é preciso notar que nesse período os royalties do petróleo fizeram aportar muitos bilhões de reais nos cofres públicos, sem que houvesse melhoria perceptível em áreas estratégicas para o bem estar da população.

As áreas de educação e saúde continuam sem possibilitar o acesso digno a milhares de cidadãos e seus filhos, essa é a verdade. Quando se conversa com cidadãos pobres que precisam acessar escolas e unidades de saúde municipais, o que se ouve é um show de horrores.  Alguém poderá aparecer com o argumento de que a nota do IDEB foi histórica. Mas e daí? Quem já conversou com algum professor da rede municipal certamente ouviu histórias de horror sobre a condição das salas de aula, e de como a maioria dos que labutam no chão das escolas não é concursada, dependendo de contratos precários que não garantem nem renda digna ou tranquilidade para enfrentar a tarefa dura de educar crianças que muitas vezes só comparecem na escola para se alimentar. E obviamente da devida obediência e alinhamento ao que demanda o governo municipal.

No caso da saúde, posso narrar uma experiência pessoal com mulheres trabalhadoras que compartilham a característica de estarem hipertensas. Uma delas me confidenciou que tendo recebido apenas um determinado medicamento, desconfiava que o mesmo era pouco apropriado para sua condição, mas que o médico que a havia atendido teria informado que era o que se tinha para entregar. A partir da minha própria condição de saúde e de um medicamento que uso diariamente, pude logo notar que realmente o remédio entregue é daqueles que não se receitam mais para quem pode pagar pelo que há de mais recente no mercado. Como os pobres não tem como comprar remédios mais modernos ou sequer pagar por consultas particulares, resta-lhes continuar vivendo cada dia como se não houvesse amanhã. 

Mas não é só educação e saúde que sofrem, apesar de orçamentos milionários. Vejamos a condição do transporte público que continua indigno do nome. A população hoje padece de uma estrutura que torna os menores deslocamentos penosos, com um custo relativamente alto para os mais pobres. Com isso, viagens que deveriam durar 20 minutos se transformam em epopeias no interior de veículos velhos e perigosos.  Aliás, se o IMTT resolvesse sair da condição de hibernação eterna em que se encontra, quantos dos ônibus e vans que sacolejam com campistas assustados por diferentes partes do município não teriam de ser recolhidos? Sugiro aos mais céticos que tentem uma viagem desde a rodoviária velha até, por exemplo, Morro do Coco.  Se não se desejarem ir tão longe, uma viagem até Guandu já daria conta da experiência. 

Para compor esse cenário de dificuldade, temos ainda ruas inteiras que receberam melhoras cosméticas sem a devida sinalização. Com isso, transitar pelas ruas de noite é quase um exercício de coragem. Essa coragem tem de ser maior porque vivemos em uma cidade média cujo sistema de monitoramento e controle de cumprimento das regras de um trânsito que parece congelado na Vila de São Salvador. Com isso, se estabelece um clima do salve-se quem puder e o resultado são acidentes diários com feridos e mortos. Tudo isso sob os olhares lânguidos das autoridades municipais, a começar pelos dirigentes do IMTT.

E a situação do contrato com as concessionárias de serviços públicos, o da Águas do Paraíba para começar? Nem o prefeito ou vereadores se dão ao trabalho de explicar à população como se pode gastar tanto e ter em troca serviços de tão baixa qualidade.  A questão do abastecimento de água e do tratamento de esgotos já deveria ter tido por parte de Wladimir Garotinho algo a mais do que a encenação de se vetar aumentos anuais que serão garantidos pela concessionária no Tribunal de Justiça, como se tudo fosse apenas um jogo combinado para manter as aparências. Enquanto isso, os aditivos continuam, como continua a baixa qualidade dos serviços prestados.

Algo que cobro desde o início do governo Wladimir Garotinho é o restabelecimento de uma secretaria municipal de Meio Ambiente e um plano mínimo de adaptação climática para Campos dos Goytacazes. Como pode ser possível que em uma cidade tão pressionada por fatores climáticos, estejamos sem uma secretária específica?  A recente crise da proliferação de cianobactérias no Rio Paraíba do Sul já deveria ter acendido um alerta gigante por causas dos riscos existentes para a saúde da população, mas tudo continuou literalmente como dantes no quartel de Wladimir.  Enquanto isso, as queimadas dos campos de cana afundam a cidade em espessas camadas de fumaça que trazem de volta compostos mercuriais presos nos solos desde os anos de 1970, os quais representam grave ameaça à saúde. Qual a reação do governo municipal a isso? Nenhuma, pois sendo o vice-prefeito um dos que seguram a caixa de fósforo até seria ingenuidade esperar o contrário. E tome gente (a maioria crianças e idosos) correndo atrás de farmácias e postos de saúde atrás de tratamentos.

Há ainda que se lembrar que não vivemos em um município desprovido de orçamento. Com as idas e vindas dos últimos anos, temos consistentemente orçamentos bilionários os quais são devidamente gastos sem que veja onde e com o quê exatamente. E não se trata de falta de dinheiro, mas de disposição para democratizar o acesso ao orçamento. Em outras palavras, trata-se de uma opção política no sentido de quem ganha e de quem perde na alocação dos recursos públicos. 

Finalmente, não pretendo ter exaurido todas as áreas em que vejo problemas na administração de Wladimir Garotinho, pois escolhi apenas as mais salientes.  Aqui é preciso que se diga que Wladimir segue uma cartilha que é puro suco de neoliberalismo, e isso explica porque seu governo tem os contornos que tem, com os pobres segurando a parte podre da corda.  O problema é que os seus concorrentes na atual rodada eleitoral parecem não ter problema algum com a cartilha em si, apenas com o fato de querem ser aqueles que a aplicam. Com isso, não chega a ser surpresa que as chances de Wladimir se reeleger em primeiro turno estejam tão altas. É que pelo menos com sua aplicação da cartilha, uma parte mínima do orçamento municipal ainda chega aos pobres na forma de políticas sociais pontuais.  Essa, aliás, me parece ser a principal razão por suas expectativas de voto estarem tão altas, apesar do sofrimento todo que os pobres experimentam em seus bairros. Os pobres sabem que o atual governo é ruim, mas que a coisa sempre piorar, como bem mostrou o governo que prometeu mudanças e removeu impiedosamente os pobres do orçamento.

Agora, se reeleito, Wladimir vai ter que lembrar que não será mais comprado com Rafael Diniz, mas com ele próprio. E aí poderão começar os problemas para claramente sonha em concorrer com o Palácio Guanabara em 2026.

Wladimir versus Rafael: não tem nem como comparar

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Quem lê o que escrevo sobre a gestão do prefeito Wladimir Garotinho (Ex-PSD, atualmente sem partido) já deve ter notado que sou um crítico de parte significativa de suas práticas e projetos, pois as considero aquém do que a cidade de Campos dos Goytacazes precisa e, mais ainda, merece.  Um dos problemas que vejo em particular é o uso exagerado das redes sociais pelo jovem prefeito campista, pois existem momentos em que um grau de recolhimento lhe cairia melhor do que a super exposição que as mesmas proporcionam.

Por outro lado, a ação desastrada de realizar uma eleição para a mesa diretora da Câmara de Vereadores vem proporcionando uma alavancagem a seus opositores (alguns deles com menos qualidades do que as já demonstradas por Wladimir).  Não sei quem teve a infeliz ideia de realizar essa eleição intempestiva, mas o tiro claramente saiu pela culatra, e rende uma dor-de-cabeça claramente desnecessária ao prefeito de Campos já que ele precisa perder tempo precioso com ações que não são aquelas pedidas pela maioria da população.

Mas se olharmos a dita oposição na Câmara de Vereadores, a maioria dos vereadores e partidos que oposição ao governo municipal passaram quatro anos sentados confortavelmente na condição de bancada governista do governo de Rafael Diniz, certamente o pior (e olha que tivemos governos bem ruins desde que cheguei na cidade em 1997) de que tenho memória.  O cinismo é tão grande que até figuras de proa do governo de Rafael Diniz tem colocado a cabeça de fora dos buracos de onde se esconderam para criticar as ações de um governo que faz a maioria da população ter uma amnésia gostosa em relação ao desastre que o governo de Rafael Diniz representou para a cidade.

Eu também chamaria a atenção para aqueles opositores dentro da chamada “sociedade civil organizada” que, como os vereadores, passaram os anos de Rafael Diniz firmemente presos nas tetas dos cofres municipais, sem que houvesse qualquer retorno palpável para qualquer setor que fosse (a não ser aquele em que eles estão inseridos). Agora que as torneiras aparentemente foram parcialmente fechadas, vê-se o retorno da crítica aos feitos do prefeito dos mesmos que em um passado recente ficaram calados.

Em outras palavras, em minha opinião Wladimir Garotinho realmente comete erros facilmente evitáveis e também exagera na autopromoção que resvala em uma arrogância contraproducente, mas está longe de representar o desastre e o estelionato eleitoral que Rafael Diniz foi. Aliás, se olharmos a distância entre promessas e ações de forma minimamente justa, chegaremos à conclusão de que a distância entre os dois prefeitos é estelar, já que Rafael Diniz foi o próprio estelionato eleitoral, tendo punido os mais pobres com medidas draconianas, a começar pelo fechamento do Restaurante Popular, que contradisseram totalmente a sua propaganda eleitoral.

Alguém poderá se perguntar o porquê de eu estar escrevendo uma postagem que aparentemente defende Wladimir Garotinho. Esclareço que não tenho porque defender o atual prefeito já que não estou nem próximo de pertencer ao grupo político dele, nem me alinho com sua linha ideológica de governar. A questão aqui é só lembrar que o governo anterior era infinitamente pior e que alguns dos detratores do atual governo eram parte orgânica dele. É preciso lembrar isso, pois “Um povo sem memória é um povo sem história. E um povo sem história está fadado a cometer, no presente e no futuro, os mesmos erros do passado.”

Finalmente, e falando em Rafael Diniz, por onde anda mesmo o jovem ex-prefeito (agora não tão jovem) depois que a população o retirou da cadeira na qual nunca deveria ter estar? Provavelmente pensando que nas próximas eleições municipais seus malfeitos já terão sido esquecidos, permitindo então a ele poder voltar a tentar a sorte em algum cargo eletivo. Quem viver, verá.

Meu nome é Wladimir, mas pode me chamar de Rafael

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Se for feita uma retrospectiva dos primeiros cinco meses do governo Wladimir Garotinho (PSD) à frente do executivo municipal de Campos dos Goytacazes, a primeira sensação é de um tremendo “dejà vu” (literalmente o que já foi visto) em relação ao governo de Rafael Diniz. É que Wladimir vem repetindo a mesma fórmula que mistura derrama fiscal e ataques aos servidores públicos, além de uma estranha propensão a contratar empresas cujo CNPJ foi obtido fora dos limites municipais, o que configura uma sinistra tendência a desconstituir o que resta da economia municipal.

A verdade é que entre um aumento de imposto e outro, incluindo ainda uma estranhíssima lei que implica na expropriação de terras privadas, Wladimir Garotinho demonstra a mesma ojeriza demonstrada por Rafael Diniz em relação aos servidores públicos municipais. A diferença é que Wladimir está associando a cassação de direitos e  benefícios a um projeto explícito de privatização de setores essenciais, a começar pelos serviços municipais de saúde.

Há que se considerar ainda que Wladimir não possui um séquito de menudos neoliberais como o que seguiu Rafael Diniz até os últimos dias de seu infeliz governo. No lugar dos jovens bem barbeados e de cabelos tratados, Wladimir retornou parte da velha guarda que serviu seu pai e  sua mãe, o que, convenhamos, não muda a natureza neoliberal desse início de governo.

Em comum com o grupo de Rafael Diniz, e talvez em tons mais fortes, Wladimir volta a apresentar as mesmas certezas de destino manifesto que o coloque em um suposto padrão de alta moral que o habilita a desqualificar as críticas como se todos os seus críticos fossem piromaníacos institucionais que não querem o melhor para a cidade de Campos dos Goytacazes. Nós que já vivemos o governo dos pais sabemos que esse é um tipo de selo de qualidade do Garotismo, mas é desapontador ver que Wladimir continua com o mesmo tipo de pensamento, apesar de ser reconhecidamente um sujeito afável e com tintas de boa praça. O problema é que na hora de governar traços pessoais não são suficientes para imprimir uma marca própria na forma de governar.

Finalmente, na obra “Dezoito Brumário de Louis Bonaparte”, Karl Marx disse que “a história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa.”.  No caso envolvendo os governos de Rafael Diniz e Wladimir Garotinho, entretanto, fica difícil saber se estamos diante da farsa ou da tragédia, mas está claro que estamos diante, infelizmente, da repetição de uma forma de governar que não resolve nada, e piora tudo.

Derrama fiscal como ponte entre passado e presente em Campos dos Goytacazes

Image result for wladimir rafaelEm Campos dos Goytacazes, a ponte entre presente (Wladimir Garotinho) e passado (Rafael Diniz) está sendo construída com uma nova derrama 

Ainda me recordo dos primeiros dias do governo de Rafael Diniz (Cidadania) quando muitos de seus eleitores se sentiram enganados ao presenciarem o lançamento de uma verdadeira derrama que elevou os valores de diversos tributos municipais, a começar pelo IPTU e pela famigerada “Taxa de Iluminação Pública”, que enquanto vereador ele prometia extinguir. O que se viu após esse início que salgou as contas foi um governo que se preocupou em extinguir políticas sociais destinadas a proteger os mais pobres, enquanto as ruas ficavam esburacadas e sujas. O resultado desse processo foi uma fragorosa derrota eleitoral na qual o agora ex-prefeito quase perdeu para uma candidata que não possuía qualquer ligação com as oligarquias que historicamente dominam a vida política do município, a professora Natália Soares do PSOL.

Enquanto isso, a tônica da campanha eleitoral  de 2020 foi a necessidade de “gerar dinheiro novo” para retirar as finanças municipais da condição crítica em que se encontra.  Ali o candidato e prefeito eleito, Wladimir Garotinho (PSD), prometia que iria buscar dinheiro em Brasília e na capital fluminense, de modo a criar novas fontes de recursos para viabilizar a retomada do processo de desenvolvimento econômico. Aparentemente, o que o novo prefeito esqueceu foi de informar que entre as novas fontes de dinheiro novo viria da manjada aplicação de majoração de tributos municipais. Esquecimento compreensivo para candidatos, mas que se torna estelionato eleitoral quando aplicado.

Senão vejamos o que já fez o novo prefeito em termos de retomar a derrama como estratégia de geração de receita. Primeiro, ele manteve o curioso aumento de 7,14% das contas de água e esgoto, ganhando em troca a promessa de “caiar” as paredes do Canal Campos-Macaé. Depois disso, veio a elevação de 3% da contribuição dos servidores municipais ao seu fundo de previdência, o Previcampos, inclusive em um momento em que os aposentados estão com salários atrasados.

Agora, o contribuinte campista está se dando conta que pagará um aumento de 4,22% e com uma diminuição do desconto por pagamento em taxa única de 15% para 7%.  Neste caso, noto que não parece ser uma medida inteligente diminuir o bônus pelo pagamento “cheio”, pois isto não só diminuirá a quantidade de contribuintes dispostos a liquidar de uma só vez o imposto, mas como provavelmente aumentará a inadimplência, o que representará perda e não ganho de caixa.

Mas o essencial aqui é que todos esses aumentos ocorrem em um momento de agravamento da pandemia onde há um aumento sensível do número de famílias sem renda. Assim, as medidas de derrama fiscal adotadas não só não fazem sentido financeiro, como tendem a punir aqueles segmentos da população que já estão sem dinheiro sequer para comprar comida, que dirá pagar tributos municipais.

Eu havia entendido, por exemplo, que haveria um ganho de receita ao se diminuir os chamados cargos de DAS, mas observadores atentos das publicações do Diário Oficial do Município vem notando e anotando a nomeação de centenas de pessoas para ocupar posições na nova gestão municipal, o que contradiz frontalmente as promessas de campanha, ampliando a sensação de estelionato eleitoral antes que se chegue a 40 dias de uma gestão que promete ser difícil para uma liderança emergente como é Wladimir Garotinho.

O fato que está explícito é que em vez de se ver a vinda de dinheiro de fora (coisa que já se sabia era difícil pelo contexto de fortes restrições no estado e na federação), o que está se fazendo é onerar o contribuinte municipal, sem que haja qualquer garantia que isso vá melhorar as condições de funcionamento das unidades de saúde municipal e das nossas escolas. Se isso se confirmar, eu diria que a desilusão que já grassa forte em segmentos do funcionalismo municipal vai se estender rapidamente para os setores populares que elegeram Wladimir Garotinho para fazer um governo realmente diferente daquele realizado por Rafael Diniz. Mas com a ponte entre o passado e o presente sendo feita por meio de uma derrama fiscal, isto vai ficar cada vez mais difícil de ser cumprido. A ver!

Oráculo: o que esperar da partida de Rafael e seus menudos, e a chegada de Wladimir e seus secretários “experientes”?

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Good-bye Rafael, welcome Wladimir: saem os menudos e entram os experientes

A primeira coisa que quero dizer que se 2021 já me garantiu uma alegria essa se dá na certeza de que não terei mais de escrever sobre as políticas equivocadas do agora ex-jovem prefeito Rafael Diniz e seus menudos neoliberais. É que, confesso, esse blog não foi criado para acompanhar em micro-escala as idas e vindas da ação governamental no Brasil. Eu tenho pretensões de outra natureza para a utilidade deste espaço, e fazer o trabalho que deveria estar sendo feito pelo Ministério Público, pelo Tribunal de Contas, e por uma sociedade civil que deveria ser organizada nunca esteve nos meus planos. Foi o estelionato eleitoral de Rafael Diniz que me obrigou a dedicar atenção aos muitos equívocos que ele e seus menudos neoliberais cometeram ao longo de longuíssimos quatro anos (especialmente longos para quem é pobre e dependente da existência de empregos para não afundar na miséria extrema).

Ouvi com atenção o discurso de posse do novo prefeito Wladimir Garotinho, e avalio que ele acertou mais do que errou nas direções que sinalizou para a sua gestão. Se ele vai cumprir a promessa de governar olhando para frente e pensando na maioria da população só o tempo dirá.

Tenho a impressão de que ele terá um governo bem mais monitorado do que o de Rafael Diniz foi. Avalio que muito provavelmente teremos a volta de uma ação mais diligente do Ministério Público Estadual que andou estranhamente silencioso desde janeiro de 2017. Também não estranharei se ocorrer uma reativação da blogosfera campista que tinha dezenas de blogs funcionando para micro-monitorar o governo de Rosinha Garotinho, mas que entraram em um peculiar estado de letargia, com muitos dos blogueiros tendo suas verves críticas acomodadas em cargos de confiança no governo municipal. Com o fim, digamos, dessas oportunidades de colaborar com a gestão municipal, é quase certo que os blogueiros voltem a ser blogueiros, e Wladimir Garotinho se torne rapidamente alvo daquelas postagens apimentadas com as quais Rafael Diniz não teve de conviver. Por último, avalio que teremos a emergência de mecanismos de observação autônomos em relação a forças políticas tradicionais, mas que se ocuparão de fazer o básico que é ler o diário oficial do município de Campos dos Goytacazes para verificar como estará sendo gasto o ainda bilionário orçamento municipal.

Somando tudo isso, é quase certo que o escrutínio sobre o governo de Wladimir Garotinho será intenso, e ele terá que se ocupar da tarefa de garantir que seu governo, como a mulher de César, não seja apenas honesto, mas pareça honesto. Além disso, o novo prefeito terá de cumprir algumas metas básicas, mas estratégicas, para evitar que seu governo nasça sob a égide do descrédito, a começar pela reabertura do restaurante popular, a retomada de um sistema público de transporte minimamente operacional e, obviamente, por um uso mais eficiente dos recursos aplicados em saúde e educação.  E acima de tudo, que haja um esforço concentrado para deter o avanço da pandemia da COVID-19, garantindo inclusive a compra de vacinas com dinheiro próprio sem ter que esperar pelos hoje inviáveis suprimentos vindos do governo federal.

De minha parte, espero ter que me dedicar pouco neste blog no acompanhamento das ações do governo municipal, pois, como disse, avalio que teremos uma plêiade de candidatos a fazer isso, liberando este blog para outras searas. Agora, como vivo e respiro o ar que os mais de 500 mil campistas respiram, isso não quer dizer que serei omisso. Mas desejo ao novo prefeito toda a sorte do mundo, pois ele vai precisar dela. Por último, também desejo que ele realmente dê a necessária liberdade para seus secretários agirem tecnicamente na hora de decidir sobre os rumos que devem ser tomados para resolver os muitos problemas herdados. Agora, na hora que o calo apertar, que ele não se furte a ouvir a voz da experiência de um dos políticos mais astutos e de raciocínio ágil que existem no Brasil. Felizmente para o novo prefeito, se fizer isso, nem terá de ir muito longe, e ainda poderá conversar comendo um panetone caseiro.

Rafael Diniz, um prefeito pífio até na última entrevista

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Em sua última entrevista o ainda prefeito de Campos dos Goytacazes define a marca do seu governo e garente um novo nome para si mesmo: Rafael, o pífio

Nas últimas eleições municipais, o jovem prefeito Rafael Diniz foi defenestrado de forma esmagadora do cargo no qual chegou de forma semelhante nas eleições de 2016. Mas ao ler a transcrição do que pode ser a sua última entrevista enquanto chefe do executivo municipal, só posso chegar à conclusão de que ele decidiu ser pífio até o final. É que além de culpar os inimigos de sempre e uma crise financeira que não atingiu apenas a ele entre os eleitos de 2016, Rafael Diniz ainda se dispôs a dar notas inverossímeis para seus menudos neoliberais, enquanto exagerava nas adjetivações dos adversários.

Qualquer cidadão campista que não se deixe levar pelo nosso Fla-Flu local (marcado pelos que amam ou odeiam Anthony Garotinho) sabe que o governo de Rafael Diniz foi desastroso sob todos os pontos de vista, não deixando qualquer legado positivo com o qual ele possa se armar para uma hoje inviável candidatura a deputado (seja federal ou estadual).

O que vai ficar, entretanto, é um legado de destruição que começou pelo fechamento  do restaurante popular, passou pela elevação regressiva de tributos municipais, incluiu o calote nos RPAs, e desaguou no estabelecimento de um plano municipal de transportes que piora sensivelmente aquilo que já era muito ruim, punindo principalmente os moradores de áreas periféricas e dos distritos mais distantes.

E olha que Rafael Diniz conseguiu impor esse governo catastrófico tendo um orçamento maior que Florianópolis, capital de Santa Catarina, e de Juiz de Fora, um dos principais centros industriais brasileiros. A gastança na saúde e na educação, por exemplo, não deveriam ter resultado na completa precarização dos dois principais hospitais municipais ou, tampouco, na geração de uma dívida milionária com os chamados hospitais contratualizados.

O que resta a Rafael Diniz é reunir os seus menudos neoliberais (que segundo o próprio não merecem a nota 10, mas quando muito um super inflado 9,5) e sair de fininho da sede da prefeitura. Quem sabe assim, a população comece a esquecer que um dia tivemos um governo tão anti-povo e tão cruel com os mais necessitados. 

Ao novo prefeito, Wladimir Garotinho, sugiro humildemente que pare de dar ideia a quem até ontem o criticava usando a mídia corporativa local, e se concentre na hercúlea tarefa de tirar a cidade de Campos dos Goytacazes da profunda crise em que se encontra por causa das políticas ultraneoliberais aplicadas pelo governo de Rafael Diniz, o pífio, e seus menudos neoliberais. A primeira coisa, recomendo com igual humildade, é tratar bem os servidores públicos municipais sobre as quais reside a capacidade de fazer a cidade voltar a funcionar. E, sim, aguardarei a reabertura do restaurante popular dentro dos estimados 100 dias que o próprio novo prefeito anunciou. É que como eu sempre lembro, quem tem fome, tem pressa. E é sempre bom lembrar que com o fim do auxílio emergencial do governo federal, o número de famélicos irá aumentar.

Habemus prefeito eleito, que comece a transição de governo

wladimir

Em um resultado que eu julgava previsível, o plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deferiu a candidatura do empresário Frederico Paes (MDB) e, por consequência, a chapa na qual ele concorreu na companhia do deputado federal Wladimir Garotinho (PSD).

TSE julga chapa de Wladimir Garotinho e Frederico Paes, mais votados no 2º turno em Campos dos Goytacazes — Foto: Reprodução/YouTube

Aliás, esse julgamento só ocorreu por causa do estranho entendimento do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que revogou o deferimento dado em primeira instância e fora do prazo legal para que Frederico Paes fosse substituído por outro nome.

A minha avaliação é que a posição do TRE interferiu diretamente no andamento das eleições municipais ao dar munição para outros candidatos que rapidamente se mobilizaram para realizar um esforço de judicialização. É possível que sem a interferência do TRE, Wladimir Garotinho já tivesse sido eleito em primeiro turno, uma demonstração de que a interferência judicial não necessariamente conduz ao fortalecimento da democracia.

Essa decisão unânime do plenário do TSE também mostra que não há nada pior do que maus perdedores que, em vez de reconhecer a derrota clara, se põe a realizar reuniões de agitação de apoiadores, e isso tudo em meio a uma pandemia letal como é a da COVID-19.  Falo aqui do candidato Caio Vianna (PDT) que agora, passado o julgamento do TSE, deveria vir a público reconhecer o prefeito eleito.

O resultado do julgamento do TSE também deixa, digamos, de calças na mão o jovem prefeito Rafael Diniz que atrasou o processo de transição sob a alegação espúria de que a eleição da chapa formada Wladimir Garotinho/ Frederico Paes estaria sob judice.  O que todos devemos cobrar agora é que o processo de transição seja iniciado o mais rapidamente, de modo a não prejudicar um início de governo que já  promete ser caótico, em parte por causa da gestão desastrosa que Rafael Diniz e seus menudos neoliberais realizaram.

Por último, devo dizer que não tenho grandes expectativas em relação ao futuro governo de Wladimir Garotinho. Mas não há como se julgar algo que não se iniciou e, por isso, vou aguardar os atos do novo governo para eventualmente emitir opiniões.  Aliás, eu gostaria de ter podido ter podido exercitar esse distanciamento crítico em relação ao governo comandado pelos menudos neoliberais que Rafael Diniz colocou dentro da sua gestão. Mas ao exterminar as políticas sociais herdadas de outros governos, Rafael Diniz me privou disso.

Do futuro prefeito, espero algo muito simples no início do seu governo: a reabertura do restaurante popular. É que quem tem fome, tem pressa. Simples assim!

Bye Bye Rafael, e que venha logo Wladimir

bye byeUma das alegrias que terei ao final de 2020 será ver o encerramento do governo do jovem prefeito Rafael Diniz (Cidadania) e seus menudos neoliberais. Esse experimento de aplicação impiedosa de políticas ultraneoliberais serviu apenas para aprofundar a miséria extrema em Campos dos Goytacazes, enquanto deixou sem nenhuma herança que servisse para fazer avançar a necessária democratização da gestão pública municipal. Até aqui nenhuma surpresa, pois neoliberalismo não rima com democracia, mas sim com ditadura.

Há que se notar que o ainda prefeito Rafael Diniz tem se negado a iniciar o necessário processo de transição sob a alegação de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda não chancelou a inquestionável vitória nas urnas de Wladimir Garotinho (PSD). Tivesse Rafael mantido o mesmo zelo com suas próprias promessas, o mais provável é que tivesse sido reeleito em vez de estar saindo pelas portas do fundo do  Centro Administrativo José Alves de Azevedo (Cajaa), sede da Prefeitura de Campos dos Goytacazes. Aliás, eu suspeito que, apesar de ser evangélico, o melhor que Wladimir Garotinho faria para si mesmo seria trocar a cadeira onde Rafael sentou ou chamar um experiente pai de santo para uma boa sessão de descarrego.

Por outro lado, a demora de Rafael Diniz em compartilhar informações deve ter assim outros motivos que não o alegado para impedir que a equipe de transição do prefeito eleito comece o seu necessário trabalho de se preparar para governar. Essa é com certeza uma daquelas vinganças que os perdedores praticam contra os verdadeiros, mas que só causam perdas aos que não têm nada a ver com o negócio, no caso a população de Campos dos Goytacazes.

Há que frisar que tudo indica que o próximo prefeito assumirá a chefia do executivo municipal em meio a um agravamento da pandemia da COVID-19, muito em função da falta de ações mais decisivas por parte de Rafael Diniz para impedir a disseminação do coronavírus.  Uma medida que se mostra urgente é a retomada imediata de medidas mais fortes para garantir o isolamento social. Mas sem forças ou vontade política para fazer isso, Rafael Diniz deixará uma bomba relógio que poderá explodir no colo do próximo prefeito.

E aqui um parêntese necessário.  O TSE marcou o julgamento da chapa formada por Wladimir Garotinho e Frederico Paes para a próxima semana. Eu sinceramente espero que a decisão do TSE seja em prol de homologar a vitória da dupla. É que sem isso, começaremos o ano de 2021 em uma condição de ampliação da crise sanitária e ainda tendo que realizar uma nova eleição para prefeito. E o pior é que o resultado do segundo turno já mostrou que nem todo o anti-Garotismo do mundo vai causar a derrota de Wladimir Garotinho, caso se mantenha Caio Vianna como seu principal oponente.  Aliás, há quem diga que Caio Vianna já voltou para sua vida “mais do que difícil” que mistura corridas e consumo de dieta balanceada na zona sul do Rio de Janeiro, enquanto sonha com uma vitória no tapetão.

Aliás, há que se dizer que a gestão pavorosa de Rafael Diniz e dos seus menudos neoliberais dá um tremendo fôlego político para que Wladimir Garotinho possa iniciar seu governo com alguma tranquilidade. É que qualquer coisa que ele faça que se assemelhe a uma melhoria já será muito mais do que Rafael Diniz conseguiu fazer. Além disso, como as expectativas em torno do potencial transformador que Wladimir Garotinho poderá ter, o habilita a operar de forma a atender as expectativas tanto dos seus eleitores como de seus detratores. Aí se tratará de Wladimir apenas fazer o “feijão com arroz” para não começar o seu governo de forma equivocada.  De minha parte, vou aguardar o cumprimento da promessa de reabrir imediatamente o restaurante popular. Se isso acontecer, poderei esperar com um pouco mais paciência o desenrolar inicial do novo governo municipal. 

Em suma, estou no ritmo de “bye bye Rafael e que venha logo Wladimir”.