Pelo que já pude observar a “Carta Aberta” que o deputado Roberto Henriques (PSD) enviou ao (des) governador Sérgio Cabral pedindo a transformação da Fundação Estadual do Norte Fluminense (FENORTE) em uma secretaria voltada para o desenvolvimento regional do norte e noroeste fluminense está causando um belo rebuliço nas hostes cabralistas em Campos dos Goytacazes. O engraçado é que alguns críticos da proposta, sempre tão ciosos do uso do dinheiro público quando o alvo é o grupo político do ex-governador Anthony Garotinho, não hesitam em sentar o porrete no deputado Roberto Henriques por ele propor um fim digno para uma fundação que, convenhamos, perdeu seu sentido de existência em 2001 quando a Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) conseguiu se tornar uma pessoa jurídica autônoma.
De lá para cá, o que se viu (ao menos para quem que, como eu, vai ao campus da UENF todos os dias) num belo cabide de cargos comissionados, normalmente para aliados políticos que perderam ou não conseguiram mandato nesta ou naquela eleição. A FENORTE, digamos assim, se tornou um lugar para aqueles que a população decidiu não dar ou renovar mandatos. E é óbvio que 40 cargos comissionados são um ótimo estoque para a distribuição de carinhos para apadrinhados políticos que se prestam nos momentos eleitorais a defender aquele que lhes dá o ganho extra numa fundação onde, como bem resumiu Roberto Henriques em sua missiva a Cabral, a presença da maioria dos ocupantes dos cargos comissionados é, no mínimo, “infrequente”.
Aliás, quando a Associação de Docentes da UENF (ADUENF) foi consultada pelo deputado Comte Bittencourt (PPS) sobre a possível extinção da FENORTE, respondemos que éramos a favor da migração daqueles servidores que quisessem trabalhar na UENF, desde que os famosos 40 cargos fossem sumariamente extintos em nome do interesse público. E aqui há um ponto que precisa ser esclarecido. Os servidores da FENORTE que prezam seus cargos públicos querem a extinção da FENORTE,e um número significativo deles quer se mudar de mala e cuia para a UENF, onde poderão finalmente fazer algo útil em prol da sociedade fluminense. E ciente disso, sou não apenas a favor da posição da ADUENF, como espero que a vontade dos servidores da FENORTE que querem vir para a UENF seja respeitada.
Para mim está claro que com a extinção da FENORTE, todos ganhariam, principalmente a população da nossa região que vê na UENF uma garantia real de desenvolvimento. E eu acrescento: o quanto antes, melhor!
