Eu raramento me dedico a falar da vida político-partidária em Campos dos Goytacazes. Aliás, faz tempo que acho a situação para o grupo do ex-deputado Anthony Garotinho anda tão “dominada” que ele mesmo raramente se ocupa de fazer o que o seu filho Wladimir fez recentemente, qual seja, enfiar o dedo na ferida dos vários agrupamentos que se pretendem oposição ao seu domínio na Prefeitura de Campos dos Goytacazes.
Mas eis que estou acompanhando uma saraivada de respostas tão rápidas quanto duras à previsão que o jovem Garotinho fez sobre a viabilidade eleitoral das candidaturas da dita oposição. Eu chego quase a ficar impressionado com tanta energia e ira que os diversos e múltiplos respondentes vem empregando para falar o contrário do que disse Wladimir Garotinho.
O problema é que ao se andar pela cidade de Campos, como eu faço regularmente, o que eu vejo é uma profunda antipatia pelo governo estadual e uma aceitação tácita, ainda que muitas vezes desiludida, do fato que quem manda na política local é Anthony Garotinho.
Desta forma, há que se reconhecer a habilidade de Anthony Garotinho de nem precisar se expor ao debate local, deixando para a oposição a cargo daquele filho que nem candidato será.
Mas o mais lamentável é que a oposição demonstre uma velocidade de lebre para responder a um simples prognóstico sobre chances eleitorais, e utilize a velocidade de tartaruga para apresentar um programa de ação política que nos retire da mesmice que mistura discursos virulentos com inação.
Aliás, quem precisar se inspirar nas aflições que a maioria da população vive cotidianamente, basta marcar um ato público na Rodoviária Roberto Silveira. É que lá se misturam todos os dias milhares de trabalhadores que voltam para suas casas após longos dias de trabalho numa atmosfera onde não se sabe o que fede mais, o canal Campos-Macaé ou os banheiros da própria rodoviária.