Em outubro de 2013 abordei aqui neste blog o curioso caso da Grussai Siderúrgica do Açu (GSA) que apesar de ter a siderurgia como ramo declarado parecia estar se atendo mais ao negócio de terras no V Distrito de São João da Barra ( Aqui! e Aqui!). Pois bem, confesso que de lá para cá acabei me esquecendo dessa empresa que, apesar de ser uma das empresas pré-operacionais vinculadas à holding do ex-bilionário Eike Batista, já havia se tornado uma latifundiária no entorno do Porto do Açu. E mais ainda, segundo seu próprio balanço publicado no Diário Oficial do Rio de Janeiro no dia 29.05.2013 tinha como responsabilidade fornecer os recursos financeiros necessários para que a CODIN realizasse o processo de desapropriação de terras determinado pelo (des) governo de Sérgio Cabral para possibilitar a implantação de um suposto Distrito Industrial de São joão de Barra.
Como eu disse, havia me esquecido da pequena, mas poderosa, GSA. Pois bem, um leitor deste blog acaba de me chamar novamente a atenção sobre a existência e as atividades da GSA, e por um motivo para lá de peculiar. É que este leitor, sabe-se lá como, teve acesso a uma cobrança expedida pela empresa concessionária dos serviços de eletricidade na nossa região, a Ampla Energia e Serviços S/A, que mostra que a GSA não paga seus débitos desde Abril de 2012 numa ligação colocada numa propriedade rural que fica localizada na Estrada do Galinheiro, próxima da localidade de Cajueiro, acumulando débitos de R$ 427,26 (conforme imagem abaixo).
Uma primeira estranheza minha com essa situação é o fato da Ampla Energia ainda estar enviando energia para um cliente que não honra seus débitos há quase três anos. É que como lamentavelmente sou obrigado a ser cliente da Ampla, já aprendi que qualquer dia de atraso é seguido de inúmeros telefonemas que sinalizam, invariavelmente, o perigo da suspensão dos serviços. Assim, tanto tempo sem pagamento é algo que me chamou a atenção.
A segunda coisa que me veio à mente foi a possibilidade da GSA ter entrado em situação de insolvência como outras empresas da holding de Eike Batista, tendo ficado assim sem condições de honrar mesmo compromissos de pequena monta como é o caso dos débitos com a Ampla. Em função disso resolvi fazer uma pesquisa na internet para ver o que tinha acontecido com a GSA, e para minha surpresa descobri que a GSA hoje faz parte da Prumo Logística S/A que detém 100% da participação acionária!
À luz desta descoberta é que por um lado eu fiquei intrigado com a inadimplência apontada com a Ampla Energia e, por outro, comecei a entender o porquê de certos eventos que vem ocorrendo recentemente no V Distrito, especialmente o conflito entre os agricultores que necessitam de água para fornecer ao seu rebanho bovino que até recentemente estava morrendo de sede. É que, sem que a maioria de nós se desse conta, a Prumo Logística é agora também uma grande proprietária de terras no entorno do Porto do Açu. O problema é que em perdurando todas as pendências existentes com agricultores que não aceitaram vender suas terras para a GSA durante o reinado de Eike Batista, a Prumo Logística tem um enorme problema nas mãos, pois não pode incorporar ativos que não são seus, mas que continuam em disputa sem data para terminar na justiça. E, pior, com a Companhia de Desenvolvimento Industrial do Rio de Janeiro (CODIN) imersa no mesmo mar de problemas em que se tornou o (des) governo de Luiz Fernando Pezão.
E pensar que tudo começou com uma conta de luz!

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