Manifestações anti-Dilma são apenas uma manifestação da velha luta de classes

marx

Estivesse vivo no dia de hoje, o filósofo e revolucionário alemão Karl Marx deveria estar sorrindo pelos cantos da boca. É que mais de 167 anos depois do lançamento do seu ,”Manifesto Comunista”, o Brasil assiste as mais puras expressões de ódio  (mal dirigidas é claro porque o PT de comunista não tem nada) que se têm na memória recente de um país que insiste em negar a própria existência dos conflitos de classe. É que fracassado o último capítulo do “capitalismo sem classes” que Lula tentou implantar no Brasil, o que se vê é a mais clara prova de que isso é impossível, especialmente sob as condições de um pais do capitalismo periférico. Agora, o que vemos é a boa e velha de luta de classes, sem tirar nem por.

A olhar as cansativas repetições de imagens propaladas pela mídia corporativa, o que tivemos na rua hoje foi um segmento conhecido da população brasileira que adora ser bucha de canhão para golpes de Estado: a classe média branca. As imagens das cidades e capitais onde ocorreram estes simulacros de protesto mostram invariavelmente grupos de pessoas que poderiam estar em alguma capital européia, tal é a brancura de suas peles. Quando não poderiam ser vistos em algum aeroporto internacional se comportando de forma inoportuna e nos envergonhando com suas atitudes geralmente desprezíveis frente a tudo e a todos.

E do que reclamam estes grupos? Da corrupção, mas com um detalhe pitoresco: só se for a do PT! A coisa é tão bizarra que no Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro que é deputado do partido que teve mais políticos denunciados na primeira fase da Operação Lava Jato estava lá para denunciar, com toda a cara do mundo, a corrupção! E ainda teve gente que pediu para posar ao lado dele. Mas é claro que ninguém se deu ao trabalho de perguntar por que ele ainda não pediu desfiliação do enlameado PP.

Agora voltando o que realmente importa que é o eventual aprofundamento da crise política que esses setores mal enjambrados da classe média ajudando a alimentar. A saída para os que querem a construção de saídas que não sejam  cair do maniqueísmo de PT ou PSDB deveriam se ater a uma análise mais crítica da condição da economia globalizada (que se encontra sob a pressão de uma crise com características sistêmicas) e de como as políticas sendo empurradas pela coalizão liderada pelo PT se inserem nas políticas de austeridade demandadas pelas potências centrais. E, de quebra, examinar quais seriam as propostas que o bloco liderado pelo PSDB teria nos oferecer. Depois disso é só fazer as contas para ver que a saída só pode ser pela esquerda, e sem caiamos em chantagens que nos paralisem e impeçam o aprofundamento dos embates contra os setores mais reacionários da população brasileira que, em grande parte, está hoje nas ruas derrubando sua bílis contra os pobres, ainda que aparentemente dirigindo sua ira a Dilma Rousseff.

E eu não poderia deixar de notar que aqui em Campos dos Goytacazes, que dentre os poucos mais de 200 participantes dessa patuscada já fui informado que havia gente que, se vivesse num país efetivamente democrático não teria a menor moral para estar falando contra a corrupção e outros desvios que ocorrem no nosso sistema político. 

E mais do que nunca, há que lembrar que Karl Marx vive! 

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