Dilma Rousseff e seu ministério indefensável agora com Celso Pansera no MCT

cunha

De início digo que não votei em Dilma Rousseff em nenhum dos dois turnos das eleições de 2014. E evitei fazê-lo por ter uma avaliação bastante crítica dos seus quatro anos de (des) governo, assisti aos efeitos das macro-políticas da sua forma de (des) governar o Brasil se materializarem para destroçar as vidas de centenas de agricultores pobres no V Distrito de São João da Barra.

É que imbuída da falácia dos “campeões nacionais”, Dilma se associou a Sérgio Cabral e Eike Batista para expropriar terras produtivas que eram o único meio de sobrevivência de agricultores pobres, muitos deles idosos e desprovidos dos meios jurídicos para defenderem seus direitos assegurados pela Constituição Federal.

Confesso que não esperava que Dilma e o neoPT fossem capazes de ir tão rasos na formação do ministério que deveria executar as políticas federais.  Entretanto, a nomeação de Joaquim Levy, Kátia Abreu e outros menos conhecidos, rapidamente me mostrou que eu havia subestimado a capacidade de Dilma e do neoPT de aplicarem um estelionato eleitoral tão completo e acabado ao colocar ministérios estratégicos nas mãos de inimigos declarados da classe trabalhadora.

Agora, mais uma vez,  Dilma Rousseff e, por que não, Lula, mostram que não há limites para a capitulação política, pois para se manter no poder, chancelaram a nomeação de outras figuras dantescas, nas quais se destaca  a do novo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera. 

É que se olharmos o reduzido currículo político de Pansera, veremos que qualquer coisa fica pálida frente à denúncia feita pelo doleiro Alberto Youssef em uma audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito feita para apurar o escândalo da Lava Jato de que o deputado fluminense estava pressionando sua família a mando do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha  (Aqui!). Com aquela singela declaração, Youssef carimbou para sempre na testa de Pansera os rótulos de “pau mandado” e “intimidador”. Restou ao rotulado, uma ação meramente teatral de se declarar como tomado pelo sentimento da ameaça, no que foi prontamente desmentido por Yossef. 

Em qualquer democracia minimamente respeitável, aquele imbróglio teria servido para impedir a entrega a Celso Pansera de qualquer cargo relevante, e muito menos o controle de uma pasta ministerial estratégica como é o caso do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI). Mas nem o fato de que Eduardo Cunha foi identificado como possuidor de várias contas secretas na Suíça serviu para impedir que Celso Pansera se tornasse ministro de Dilma Rousseff.

Entretanto,  quando lembro que Kátia Abreu é ministra da Agricultura, sou obrigado a reconhecer que Celso Pansera é uma opção até bastante racional para compor um (des) governo cujas ações nos colocam como principal opção de atividade econômica á volta ao passado colonial ancorado nas receitas geradas pelas exportações de produtos agrícolas e minerais. É que num cenário de volta ao Século XVI ter um ministro cujo currículo inclui a propriedade de um restaurante de comida quilo sugestivamente batizado de “Barganha” chega a ser premonitório do que nos aguarda em termos de desenvolvimento científico e tecnológico.  

E para todos os que labutam diariamente para construir o sistema científico brasileiro, deixo um aviso singelo: preparem-se para tempos sombrios. E, sim, que deverão ser colocados na conta de Dilma Rousseff e o neoPT.

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