A edição de Agosto do “Jornal dos Economistas” que é publicado pelo Conselho Regional de Economia do Rio de Janeiro (Corecon/RJ) traz uma série de artigos que esmiuçam diferentes aspectos envolvendo a realização dos Jogos Olímpicos de 2016 (Aqui!).
A maioria dos artigos de coletânea é assinada por pesquisadores que acompanham a realização deste megaevento sob um olhar crítico e que aborda diferentes aspectos de suas repercussões presentes e futuras.
Um dos artigos que mais me parece apropriado para o debate é o assinado pela professora da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), Nelma Gusmão de Oliveira, que destrincha um dos principais mitos envolvendo este megaevento: o de que o mesmo seria basicamente financiado pela iniciativa privada.
Após demonstrar que há muito mais participação pública em termos de investimento e comprometimentos futuros em termos de dívida acumulada pelo Estado brasileiro, a professora Nelma Gusmão conclui dizendo que:
“Os dados apresentados põem ao chão o argumento de 57% de financiamento privado dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro e reafirmam a ideia de que formas diversas de organização dos números podem conduzir a diferentes representações do real. A retórica do financiamento privado converte em ganho o que de fato é custo e, além de legitimar custos sociais injusti cáveis, retira da esfera política a discussão da prioridade de investimentos realizados com rrecursos públicos.“
Em outras palavras, o lucro com a realização do megaevento esportivo será essencialmente privado e às custas dos interesses públicos!
Abaixo posto o artigo completo para quem desejar lê-lo sem ter que acessar o site do Corecon/RJ.