
Em mais uma contribuição importante para o entendimento de como o discurso da crise é uma coisa que não atinge determinados “negócios” feitos no Rio de Janeiro, o blog Transparência RJ trouxe à luz no dia 08 de Agosto questões obscuras que envolvem a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro envolvendo dois prédios na região central da cidade do Rio de Janeiro (Aqui!).
Segundo o que apurou o Tranparência RJ, o prédio anexo da Alerj que está localizado na Praça XV será “doado” para Prefeitura Municipal que, por sua vez, estaria planejando demolir o mesmo para a “revitalização da área” (o que pode ser lido como algum tipo de tratativa para ampliar a apropriação privada da região conhecida como “Porto Maravilha”). Como bem apontou o pessoal do Transparência RJ, este prédio poderia ser vendido ou utilizado para a alocação de órgãos estaduais que estão sendo removidos sem ter destino certo do segundo prédio envolvido nessa esquisita dança, o Edifício Lúcio Costa, mais conhecido como chamado “Banerjão” ( ver imagem abaixo para notar a distância entre os dois que é de menos de 500 metros!).

Um exemplo dessa remoção forçada de órgãos que ocupavam o Banerjão seria a Secretaria de Ciência e Tecnologia (SECT), que irá desembolsar R$ 330 mil mensalmente apenas com o aluguel das áreas que irá ocupar. E é preciso lembrar que enquanto a SECT gastará uma fortuna em aluguéis, as universidades estaduais continuarão suas agonia financeira.
Entretanto, como mostra o Transparência RJ, há mais coisa envolvida (que dizer, dinheiro envolvido) nessa dança de prédios. É que para ocupar o Banerj, a Alerj terá que realizar uma reforma que já licitada a um custo de R$ 140 milhões, tendo como vencedora o consórcio formado pelas empresas Jota Ele e Kiir. E o interessante é que, como mostrou o Transparência RJ, o processo licitatório foi cercado pela falta, desculpem-me o trocadilho, de transparência.
Notando que essa reforma milionária é uma demonstração que a crise financeira do Rio de Janeiro passa longe da Alerj, o jornalista Ancelmo Góis afirmou, em sua coluna do dia 04/06/2016, que a empresa Jota Ele é conhecida por ter construído o presídio federal de Catanduvas no Paraná (Aqui!).
Mas agora me digam: essa dança de prédios é esquisita ou não? Pelo que mostra o pessoal do Transparência RJ, esquisito é pouco.