
Quem de nós imaginaria um político adentrando um festival de música para ocupar o palco principal, citar um poeta que morreu no início do Século XIX, e ainda ter seu nome cantado pela multidão? Provavelmente nenhum de nós seria capaz de imaginar isso no Brasil nos dias atuais, mas aconteceu ontem no Festival de Glastonbury na Inglaterra (Aqui!), tendo como estrela principal o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn.
Corbyn é um daqueles políticos que a mídia corporativa e seu próprio partido dizem que está fadado a fracassar por causa de ideias ultrapassadas como justiça social, distribuição da riqueza e fortalecimento do Estado em detrimento das políticas de privatização. Mas as piores acusações contra Corbyn incluem sua simpatia a organizações como o IRA e o ETA, como ser pró-palestinos.
Mas contra todas as expectativas, Corbyn, que não chega a ser lá muito carismático, mobiliza a juventude e a classe trabalhadora inglesa, impondo derrotas ao Partido Conservador e aos setores de direito do seu próprio partido.
Em que pesem todas as limitações que Corbyn pode ter como membro de um partido completamente adaptado à ordem capitalista, é importante notar que sua ação está criando uma repercussão muito além do que ele próprio poderia esperar ao levantar bandeiras que fazem completamente sentido, mas que a própria esquerda brasileira, da qual o PT é o principal símbolo, se recusa a colocar na ordem do dia.
Com certeza é a principal lição que Jeremy Corbyn está dando à esquerda mundial. Resta saber se há entre nós alguém que tenha a mesma coragem que Corbyn vem demonstrando para avançar uma agenda que radicaliza o debate político e ameaça virar a mesa em prol dos trabalhadores.
Republicou isso em O LADO ESCURO DA LUA.
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fica a lição à esquerda brasileira!!
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