
No dia 15 janeiro, publiquei uma nota sobre a situação do Porto do Açu que estava em vias de rolar uma dívida bilionária de R$ 5,6 bilhões com apenas dois dos seus credores. Eis que hoje, o jornalista Victor Irajá publicou na coluna Radar da Revista Veja que a OSX, empresa de construção naval do antigo grupo EBX do ex-bilionário Eike Batista está tentando conseguir uma segunda recuperação judicial para tentar sanear uma dívida também bilionária de R$ 7,9 bilhões (ver imagem abaixo).
Mas a verdadeira novidade está na informação de que a OSX atribui a evolução ascendente da sua dívida a uma suposta sabotagem do Porto do Açu (i.e., da Prumo Logísitica Global) que teria atuado de forma “negligente” e “precária” em suas responsabilidades de gerar a renda que permitiria que a OSX pudesse começar a diminuir as suas dívidas bilionária.
Para a OSX, o Porto do Açu tem agido desta forma porque “não tem interesse efetivo na reestruturação da OSX e tem intenções de tomar a área ocupada pela companhia de Eike em suas instalações.” Além disso, a OSX alega “ter sido prejudicada pela gestão da Porto de Açú, como a recusa de firmamento de contratos de locação“,
Particularmente digo que nesta briga entre a Prumo e a OSX, eu torço pela briga. No entanto, o que me parece importante frisar é o incrível montante de dívidas que existem no Porto do Açu, já que em apenas dois casos noticiados, ficamos sabendo da existência de “papagaios” da ordem de R$ 13,4 bilhões. Eu fico realmente curioso para saber o volume total de dívidas que existem hoje associadas aos diferentes empreendimentos que foram instalados no Porto do Açu.
Com tudo isso, ainda sou obrigado a notar que em meio a esse estoque bilionária de dívidas, ainda temos centenas de famílias de agriultores que tiveram suas terras tomadas para a instalação do natimorto Distrito Industrial de São João da Barra. Para essas famílias, as perspectivas não são nada boas, pois com tantas dívidas bilionárias, o direito delas fica cada vez mais escanteado.
