
Venho ao longo dos anos acompanhando a situação da distribuição da água na cidade de Campos dos Goytacazes, tendo inclusive orientado uma dissertação de Mestrado no Programa de Pós-Graduação em Políticas Sociais da Uenf que foi defendida no cada vez mais distante ano de 2012.
Por isso mesmo, recebi com certa incredulidade um telefone de uma colega que me narrou uma série de problemas que estariam afetando a condição da água que está sendo distribuída na cidade de Campos dos Goytacazes pela concessionária “Águas do Paraíba”. Segundo essa colega, os problemas estariam causando transtornos a que ingeriu uma água que estaria com alterações de odor e gosto. O principal sintoma dessas alterações seria o fato de que o produto servido aos campistas estaria com um “cheiro de terra molhada”.
Imediatamente me ocorreu o fato de que o cheiro de terra molhada ou a chuva é um efeito que resulta da combinação de duas substâncias principais: o petricor e a geosmina. É preciso lembras que estas duas substãncias são componentes naturais do solo e das plantas que, quando entram em contato com a chuva, produzem uma série de reações das quais emerge o aroma único. Em função dessa evidência é que descartei uma versão que estaria circulando sobre um suposto acidente químico no Rio Pomba, afluente do Rio Paraíba do Sul.
Se o problema detectado pelos campistas tiver alguma relação com a presença de uma dessas substâncias, poderemos estar diante do mesmo problema que afetou o abastecimento da região metropolitana do Rio de Janeiro em 2021.
Há que se lembrar que apesar da presença de Geosmina não apresentar efetivamente um efeito tóxico ao organismo, pesquisadores já relataram que a água com gosto desagradável pode causar efeitos psicossomáticos (sintomas causados por alguma instabilidade emocional que vão gerar efeitos físicos no organismo) como dores de cabeça, estresse e náuseas.
Desta forma, o que se espera é que a ação dos órgãos de fiscalização da qualidade da água servida aos campistas seja rápida, e que se dê o devido retorno aos cidadãos campistas que estão neste momento justamente alarmados.
Caro, estava justamente procurando informações mais recentes sobre isso e não achei. Teve muitas matérias em julho de 2024, mas você sabe se foi de fato encontrado algum problema e se essa questão persiste em Campos? Muito obrigado!!
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Mateus, o problema é que o Ministério da Saúde está atrasado na atualização dos dados do SISAGUA, o que impede que saibamos qual é o quadro atual. De toda maneira, que há agrotóxicos na água de torneira em Campos dos Goytacazes, isso parece fora de disputa.
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