PT, direita volver!

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Passados alguns dias do segundo turno das eleições municipais já é possível afirmar, lendo declarações de alguns dos seus principais dirigentes, que o PT está inclinando-se para a direita, com uma firmeza que não deveria deixar mais dúvidas. Uma hora é o deputado federal (PT/SP) que afirma que o PT deveria ter feito um esforço maior para se aproximar do prefeito recém-eleito da capital paulista. De forma quase sincrônica, o (de) novo prefeito de Maricá, Washington Quaquá, classificando o apoio dado a Guilherme Boulos (PSOL) como uma espécie de morte anunciada, pois, para o falante vice-presidente nacional do PT, o certo seria fazer alianças mais à direita com partidos como PP, PSD e Republicanos que garantiram a vitória apertada em Fortaleza. E a chamada “esquerda” do PT, essa até onde se sabe permanece muda, sem mostrar capacidade ou, pior, disposição de combater a narrativa de próceres do calibre de Tatto e Quá quá.

O que sabe até agora é que foi disparada uma disputa pelo comando nacional do PT, e que deverá  contrapor membros da mesma tendência interna, a “Construindo um Novo Brasil” (CNB), que, apesar de discordâncias pontuais, quer fixar o partido em uma posição de centro (direita) a partir da qual se poderá continuar apoiando as medidas recessivas retiradas do mais puro caldo neoliberal pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Aliás, falando em Haddad, ele após visitar os banqueiros da Faria Lima está preparando um pacote de maldades dignas de terem sido engendradas por Paulo Guedes. que está sendo escondido pelo singelo nome de “pacote de revisão de gastos”.  Mantido até agora sob uma cortina de fumaça, esse pacote deverá atingir os mais pobres, começando por limitar via reformas da constituição federal gastos com saúde e educação.  Mas de forma prática, os cortes deverão afetar o chamado Benefício de Prestação Continuada (BPC), o seguro-desemprego e outros direitos essenciais.

O fato é que com a aplicação desse pacote, o que deverá ocorrer será uma concentração ainda maior dos recursos públicos nas mãos dos banqueiros, e um aumento ainda maior  das dificuldades dos trabalhadores brasileiros de terem acesso a serviços públicos essenciais. E aí que o PT e o governo da frente ampla se dão as mãos para abraçarem os partidos da direita e da extrema-direita, seja na aprovação do pacote de maldades de Fernando Haddad, seja na formação de alianças para as eleições de 2026.

Esclareço que essa é uma análise muito preliminar do que eu estou chamando de uma inexorável e firme marcha do PT para a direita.  A lição que fica, até para militantes sinceros do PT, é que não é possível ficar apostando em uma suposta guinada para a esquerda, que sempre se espera em nome da memória afetiva do que o PT já foi ou de que poderia ter sido.  A verdade crua e nua é que há que se apostar na construção de outros instrumentos de luta, partidária e ´para além dela, para fazer frente às políticas neoliberais que continuam sendo impostas sobre os trabalhadores brasileiros.

Essa guinada para a esquerda deve começar por abandonar as ilusões no PT, rejeitar as teses neoliberais e de contrapor esse programa de destruição do Estado e da coisa pública com a construção de uma nova direção política que seja capaz de mobilizar a classe trabalhadora em defesa de seus direitos.  Um bom exemplo desse esforço de construção, é o abaixo-assinado que está circulando para obter apoio para a luta contra o que está sendo chamado de “Pacote Antipovo” de Fernando Haddad. Quem se interessar em ler e apoiar, esse movimento em defesa dos direitos trabalhadores, basta clicar [Aqui!].

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