Como alguém que viveu vários anos nos EUA e ainda tenho lá um grande número de amigos e parceiros acadêmicos, tenho as melhores lembranças do aprendizado que eu consegui. Primeiro no Laboratório Nacional de Oak Ridge, passando pela Virginia Tech, e finalizando na Fairfield University. Pude aprender e conhecer um pouco das profundezas da sociedade estadunidense, e as parcerias e camaradagens que tive serão sempre parte das minhas melhores memórias. E sim, pude conhecer o que há de melhor, sem esquecer que ali também existem problemas sociais gravíssimos.
Por isso, mesmo sendo uma pessoa de esquerda a maior parte da minha vida, não sou um inimigo dos habitantes daquele país. É que eu sei que aquela é uma sociedade mais complexa do que os estereótipos nos fazem crer. Eu sei também por experiência pessoal que existem por lá incontáveis lutadores sociais e defensores das mesmas causas que eu abracei e que me fazem agir todos os dias. Sim, e que por lá as pessoas são capazes de exibiri extrema gentileza, camaradagem e compromisso por dias melhores para todos no planeta.
Pois bem, deixando as coisas claras, eu só posso lamentar por termos brasileiros que conseguem passar a vergonha de estender uma bandeira dos EUA no dia em que celebramos a independência do Brasil. É daqueles vexames que só gente muito alienada e complexada pode ser deixar passar. A vantagem é que esses falsos patriotas nos mostraram hoje que deles não se pode esperar qualquer tipo de coerência e entendimento da realidade. É que ao segurar a bandeira dos EUA para defender as medidas arbitrárias do governo Trump contra a nossa soberania nacional, essas figuras trágicas e patéticas se colocam na nossa história como traidores da mesma exata estirpe de Joaquim Silvério dos Reis.
A verdade é que de patriotas como esses, o Brasil não precisa, e desejo que a história os coloque no seu devido lugar.
