Três tweets de Glenn Greenwald e uma certeza: vem chumbo grosso por aí!

O jornalista Glenn Greenwald já avisou que há mais chumbo para vir para cima do ex-juiz Sérgio Moro.

O jornalista Glenn Greenwald é uma pessoa reconhecidamente habilidosa no que faz, e está resistindo às pressões de cair na tentação de sair disparando mais matérias sobre o escândalo envolvendo o juiz Sérgio Moro e os procuradores do Ministério Público Federal que encabeçam a antes conhecida operação “Lava Jato”, que se transformou em “#VazaJato” após o início da série de reportagens do site “The Intercept”.

Mas quem foi à página oficial que Glenn Greenwald na rede social Twiter poderá verificar que Greenwald não está para brincadeiras, e que possui sim muito mais chumbo para disparar nos próximos dias e semanas, e, de forma subliminar, indica parte dos próximos alvos que podem estar em sua mira.

Veja a série de tweets abaixo:

Nesses tweets não só está claro que a equipe do “The Intercept” está trabalhando cuidadosamente na produção de novas matérias e que está fazendo isso de forma judiciosa, de forma a evitar erros que seriam úteis a quem não quer mais informações sobre as estripulias de Sérgio Moro e do pessoal da “#VazaJato” cheguem ao conhecimento público.

Mas essa pequena série de tweets também apontam para o que me parece serem dois alvos básicos das reportagens que ainda não foram publicadas. O primeiro alvo é obviamente o juiz Sérgio Moro que deverá ter sua capa de paladino justiceiro ainda mais esgarçada do que já foi.

O segundo alvo é a mídia corporativa brasileira, capitaneada pelas Organizações Globo, que cumpriu o papel de avalista cega de todas as incontáveis “fases” da “#VazaJato” e dos métodos nada ortodoxos que o ex-juiz Sérgio Moro utiliza para alcançar suas finalidades.

E como bem indicam os tweets acima, o negócio é ter calma e esperar pelas próximas reportagens sem muita ansiedade ou pressa. Bom, isto, se você não for o juiz Sèrgio Moro ou o procurador Deltan Dallagnol. É que para esses a ansiedade será inescapável, principalmente se eles já tiverem lido os tweets que estão mostrados acima.

The Intercept de Glenn Greenwald agora tem versão brasileira

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O jornalista Glenn Greenwald que trouxe à luz o caso do ex-analista do National Security Agency (NSA), Edward Snowden, tem se tornado um verdadeiro espinho na garganta da mídia corporativa brasileira, ao abordar de forma apurada a forma pela qual os acontecimentos políticos recentes são apresentados pelos maiores de comunicação brasileiros.

O caso mais recente foi o da exposição da manipulação feita pelo jornal Folha de São Paulo com dados do DataFolha sobre a popularidade do presidente interino Michel Temer que se mostrou um vexame total para a empresa de comunicação da família Frias (Aqui!).

Pois bem,  Glenn Greenwald parece ter gostado tanto da experiência que agora resolveu lançar uma versão brasileria do seu site “The Intercept”  que ele denominou “The Intercept Brasil (Aqui!).

Acho essa ideia de Greenwald excelente, pois estamos mesmo necessitados de alguém que mostre a realidade política em que o Brasil está imerso com a qualidade e profundidade analítica que o nosso momento requer.

Quer saber como vivem, agem e mandam os bilionários brasileiros? Leia o livro de Alex Cuadros “Brazillionaires”

Graças ao jornalista Glenn Greenwald e uma entrevista com o jornalista Alex Cuadros que acaba de ser publicada pelo site “The Intercept”, vamos poder saber mais sobre como vivem, agem e mandam os bilionários brasileiros (Aqui!)

brazillionaires

Como um dos personagens do livro é o ex-bilionário Eike Batista, este é o que Greenwald chamou de um “must read”. Eu, até por meus interesses de pesquisa sempre resvalarem na epopeia de Batista, já comprei a minha cópia.

The Intercept:Enquanto a corrupção assombra o Temer, caem as máscaras dos movimentos pró-impeachment

(To see the English version of this article, click here.)

O impeachment da presidente do Brasil democraticamente eleita, Dilma Rousseff, foi inicialmente conduzido por grandes protestos de cidadãos que demandavam seu afastamento. Embora a mídia dominante do país glorificasse incessantemente (e incitasse) estes protestos de figurino verde-e-amarelo como um movimento orgânico de cidadania, surgiram, recentemente, evidências de que os líderes dos protestos foram secretamente pagos e financiados por partidos da oposição. Ainda assim, não há dúvidas de que milhões de brasileiros participaram nas marchas que reivindicavam a saída de Dilma, afirmando que eram motivados pela indignação com a presidente e com a corrupção de seu partido.

Mas desde o início, havia inúmeras razões para duvidar desta história e perceber que estes manifestantes, na verdade, não eram (em sua maioria) opositores da corrupção, mas simplesmente dedicados a retirar do poder o partido de centro-esquerda que ganhou quatro eleições consecutivas. Como reportado pelos meios de mídia internacionais, pesquisas mostraram que os manifestantes não eram representativos da sociedade brasileira mas, ao invés disso, eram desproporcionalmente brancos e ricos: em outras palavras, as mesmas pessoas que sempre odiaram e votaram contra o PT. Como dito pelo The Guardian, sobre o maior protesto no Rio: “a multidão era predominantemente branca, de classe média e predisposta a apoiar a oposição”. Certamente, muitos dos antigos apoiadores do PT se viraram contra Dilma – com boas razões – e o próprio PT tem estado, de fato, cheio de corrupção. Mas os protestos eram majoritariamente compostos pelos mesmos grupos que sempre se opuseram ao PT.

É esse o motivo pelo qual uma foto – de uma família rica e branca num protesto anti-Dilma seguida por sua babá de fim de semana negra, vestida com o uniforme branco que muitos ricos  no Brasil fazem seus empregados usarem – se tornou viral: porque ela captura o que foram estes protestos. E enquanto esses manifestantes corretamente denunciavam os escândalos de corrupção no interior do PT – e há muitos deles – ignoravam amplamente os políticos de direita que se afogavam em escândalos muitos piores que as acusações contra Dilma.

Claramente, essas marchas não eram contra a corrupção, mas contra a democracia: conduzidas por pessoas cujas visões políticas são minoritárias e cujos políticos preferidos perdem quando as eleições determinam quem comanda o Brasil. E, como pretendido, o novo governo tenta agora impor uma agenda de austeridade e privatização que jamais seria ratificado se a população tivesse sua voz ouvida (a própria Dilma impôs medidas de austeridade depois de sua reeleição em 2014, após ter concorrido contra eles).

Depois das enormes notícias de ontem sobre o Brasil, as evidências de que estes protestos foram uma farsa são agora irrefutáveis. Um executivo do petróleo e ex-senador do partido conservador de oposição, o PSDB, Sérgio Machado, declarou em seu acordo de delação premiada que Michel Temer – presidente interino do Brasil que conspirou para remover Dilma – exigiu R$1,5 milhões em propinas para a campanha do candidato de seu partido à prefeitura de São Paulo (Temer nega a informação). Isso vem se somar a vários outros escândalos de corrupção nos quais Temer está envolvido, bem como sua inelegibilidade se candidatar a qualquer cargo (incluindo o que por ora ocupa) por 8 anos, imposta pelo TRE por conta de violações da lei sobre os gastos de campanha.

E tudo isso independentemente de como dois dos novos ministros de Temer foram forçados a renunciar depois que gravações revelaram que eles estavam conspirando para barrar a investigação na qual eram alvos, incluindo o que era seu ministro anticorrupção e outro – Romero Jucá, um de seus aliados mais próximos em Brasília – que agora foi acusado por Machado de receber milhões em subornos. Em suma, a pessoa cujas elites brasileiras – em nome da “anticorrupção” – instalaram para substituir a presidente democraticamente eleita está sufocando entre diversos e esmagadores escândalos de corrupção.

Mas os efeitos da notícia bombástica de ontem foram muito além de Temer, envolvendo inúmeros outros políticos que estiveram liderando a luta pelo impeachment contra Dilma. Talvez o mais significante seja Aécio Neves, o candidato de centro-direita do PSDB derrotado por Dilma em 2014 e quem, como Senador, é um dos líderes entre os defensores do impeachment. Machado alegou que Aécio – que também já havia estado envolvido em escândalos de corrupçãorecebeu e controlou R$ 1 milhão em doações ilegais de campanha. Descrever Aécio como figura central para a visão política dos manifestantes é subestimar sua importância. Por cerca de um ano, eles popularizaram a frase “Não é minha culpa: eu votei no Aécio”; chegaram a fazer camisetas e adesivos que orgulhosamente proclamavam isso:

Evidências de corrupção generalizada entre a classe política brasileira – não só no PT mas muito além dele – continuam a surgir, agora envolvendo aqueles que antidemocraticamente tomaram o poder em nome do combate a ela. Mas desde o impeachment de Dilma, o movimento de protestos desapareceu. Por alguma razão, o pessoal do “Vem Pra Rua” não está mais nas ruas exigindo o impeachment de Temer, ou a remoção de Aécio, ou a prisão de Jucá. Porque será? Para onde eles foram?

Podemos procurar, em vão, em seu website e sua página no Facebook por qualquer denúncia, ou ainda organização de protestos, voltados para a profunda e generalizada corrupção do governo “interino” ou qualquer dos inúmeros políticos que não sejam da esquerda. Eles ainda estão promovendo o que esperam que seja uma marcha massiva no dia 31 de julho, mas que é focada no impeachment de Dilma, e não no de Temer ou de qualquer líder da oposição cuja profunda corrupção já tenha sido provada. Sua suposta indignação com a corrupção parece começar – e terminar – com a Dilma e o PT.

Neste sentido, esse movimento é de fato representativo do próprio impeachment: usou a corrupção como pretexto para os fins antidemocráticos que logrou atingir. Para além de outras questões, qualquer processo que resulte no empoderamento de alguém como Michel Temer, Romero Jucá e Aécio Neves tem muitos objetivos: a luta contra a corrupção nunca foi um deles.

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No mês passado, o primeiro brasileiro ganhador do Prêmio Pulitzer, o fotojornalista Mauricio Lima, denunciou o impeachment como um “golpe”com a TV Globo em seu centro. Ontem à noite, como convidado no show de Chelsea Handler no Netflix, o ator popular Wagner Moura denunciou isso em termos similares, dizendo que a cobertura da mídia nacional  foi“extremamente limitada” porque “pertence a cinco famílias”.

FONTE: https://theintercept.com/2016/06/16/enquanto-a-corrupcao-assombra-o-temer-caem-as-mascaras-dos-movimentos-pro-impeachment/

The Intercept libera novos documentos secretos entregues por Edward Snowden

O site The Intercept, que tem o jornalista Glenn Greenwald como  um dos seus principais colaboradores, liberou hoje um novo conjunto de arquivos contendo documentos secretos entregues pelo ex-técnico da National Security Agency (NSA) dos EUA, Edward Snowden.

Os arquivos contém tópicos relacionados ao papel da NSA nos interrogatórios de prisioneiros pelas forças militares e de inteligência dos EUA, à Guerra do Iraque, à chamada Guerra ao Terror, e ao uso da internet e de aparelhos móveis de comunicação. 

O acesso a estes arquivos é, por um lado, uma demonstração de que as formas de controle que existem às informações sensíveis geradas por organizações estatais não são completamente intransponíveis. Por outro, este acesso deverá oferecer uma série de novas revelações bombásticas sobre os métodos de ação da NSA e, por extensão, dos órgãos de inteligência dos EUA.

Quem quiser ter acesso aos arquivos liberados hoje pelo “The Intercept”, basta clicar  (Aqui!).

Glenn Greenwald, do caso Snowden, lança site para continuar tratando dos documentos da NSA

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Para quem achava que o jornalista Glenn Greenwald tinha desaparecido de cena após ganhar o prêmio Pulitzer (talvez o maior do jornalismo internacional, se enganou. Além de estar escrevendo um livro para divulgar fatos ainda desconhecidos sobre o escândalo de espionagem envolvendo a National Security Agency (NSA), Greenwald e colaboradores acabam de lançar o site “The Intercept”.

Segundo  que está declarando pelos responsáveis do “The Intercept”,  o site se destina a cumprir dois objetivos básicos, um de curto e outro de longo prazo. O de curto prazo seria oferecer uma plataforma para continuar divulgando documentos vazados por Edward Snowden sobre as atividades ilegais do NSA. O objetivo de longo prazo seria oferecer um tipo de jornalismo independente que tratará de assuntos polêmicos sem se preocupar com quem se revolte ou se sinta alienado.

Para começar os dois objetivos num só artigo, Greenwald já postou um texto sobre o falso Twitter que havia sido criado pela United States Aid Agency (USAID) para fomentar dissidências e promover esforços para subverter o governo cubano.

Quem quiser acessar o “The Intercept” basta clicar (Aqui!).