A crise do transporte coletivo em Campos: um exemplo lapidar de incompetência

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Uma pessoa com quem eu conversei sobre os efeitos negativos do fim da passagem social incluiu a diminuição de passageiros como algo que naturalmente ocorrerá, causando prejuízos aos donos de empresas de ônibus e, principalmente, à população que depende dos transportes públicos para se locomover pelo amplo território municipal. 

Eis que ontem (ainda não se sabe como a banca vai tocar nesta 3a. feira, trabalhadores das empresas Rogil, São João, Turisguá e Siqueira resolveram suspender suas atividades para cobrar o pagamento de salários e direitos que estariam atrasados por vários meses [1].

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A reação de todos os envolvidos (desde responsáveis pelo órgão municipal responsável pela área, passando pelo sindicato da categoria, e chegando aos donos de empresas) parece estar fazendo cara de paisagem frente a algo que já deveria ter acendido um sinal de alerta, já que os prejuízos financeiros dos trabalhadores são inevitáveis, contribuindo ainda para o aumento da tensão social num momento de grave crise.

Mas adivinhem sobre quem está caindo o ônus de não terem utilizado os canais formais para decretarem a suspensão do trabalho até que os atrasados sejam pagos? Os trabalhadores, é claro. É como se reagir ao descalabro de trabalhar e não receber agora tenha virado a raiz do problema, e não o fato de termos empresários de um ramo que depende de concessão pública simplesmente não pagarem o salário devido aos seus empregados.

Pior é ver a completa inação do governo municipal frente à causa primária da paralisação, já que a única ação prática que parece estar sendo tomada é entrar na justiça para forçar a volta dos funcionários das empresas ao trabalho. E sem que os salários sejam pagos! Aliás, essa coisa de pagar salários parece estar virando algo secundário, já que está se tornando uma prática corrente não cumprir a obrigação patronal de ressarcir os trabalhadores pelo tempo que executam suas tarefas profissionais.

O pior é que diante da grosseira incompetência do governo municipal, não me surpreenderia que venhamos a assistir a uma liberação extensiva das tarifas de ônibus sem que sequer os salários atrasados sejam pagos. Se isso se confirmar, veremos a oposição popular ao governo do jovem prefeito Rafael Diniz aumentar ainda mais.  A ver!


[1]  http://www.folha1.com.br/_conteudo/2017/10/geral/1225714-transporte-coletivo-paralisado-em-campos-nesta-segunda.html

Caio Vianna e seu correto senso de oportunidade histórica ao se comprometer com a defesa da UENF

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Na semana passada o Comando de Greve dos professores da Uenf foi visitado pelo ex-candidato a prefeito da cidade de Campos dos Goytacazes, Caio Vianna (PDT). Ele havia feito contato para que pudesse comparecer na semana da ADUENF para demonstrar seu apoio à luta dos professores em defesa da universidade criada por Darcy Ribeiro e fundada por Leonel Brizola.

Conheci Caio Vianna quando ele ainda era um adolescente que seguia seu pai , o ex-prefeito Arnaldo Vianna, por todos ladoscom aquela admiração que os filhos tendem a dispensar seus pais.  Quis o tempo que ele estabelecesse um percurso próprio para se firmar com identidade própria num universo de políticos que raramente demonstram o correto senso de oportunidade. 

É que ter comparecido ao campus da Uenf de forma até discreta, o compromisso que ele deixou gravado e mostro abaixo indica que Caio Vianna possui a clareza sobre a importância que a universidade criada por demanda popular possui para o futuro de Campos dos Goytacazes.  Assim, ainda que tenhamos opções distintas de ação política, há que se reconhecer que Caio Vianna é um personagem que chegou para ficar na cena política.

Abaixo o vídeo gravado por Caio Vianna onde se compromete a atuar para que a bancada estadual do PDT pressione o (des) governador Pezão aja para garantir que a Uenf não seja destruída.

Notícias da Aduenf: comunicado sobre greve na UERJ e evento na UENF

ADUENF emite comunicado sobre a retomada da greve na UERJ e inicio de ciclo debates

COMUNICADO DO COMANDO DE GREVE

O Comando de Greve da ADUENF vem registrar a retomada do processo de greve pelos docentes da UERJ nesta 3ª. Feira (03/10). Alertamos que a retomada da greve na UERJ é resultado direto do não pagamento do salário de Agosto e da ausência das condições mínimas de funcionamento.

O Comando de Greve entende que a retomada da paralisação das atividades acadêmicas na UERJ, somada ao que também já havia ocorrido nas escolas da rede Faetec, demonstra a correção da manutenção de nosso movimento de greve.

O fato é que compartilhamos dos mesmos problemas que resultam de uma política deliberada imposto pelo governo Pezão para avançar a proposta de extingui a oferta de ensino público superior pelo estado do Rio de Janeiro.  Nesse sentido, não é acidental que estejamos sofrendo o mesmo tipo de ataques, tornando inevitável que avancemos os mesmos  instrumentos de luta. 

Lembramos a todos que na próxima segunda-feira (09/10) ocorrerá o primeiro evento do ciclo “O Futuro da UENF em debate” com a presença dos deputados estaduais Flávio Serafini e Marcelo Freixo. O Comando de Greve solicita a todos que participem deste evento, de modo a não apenas demonstrar a força política do nosso sindicato, mas também para que possamos iniciar o necessário debate sobre as formas de resistência que serão adotadas para impedir o avanço dos planos de privatização da UENF.

Campos dos Goytacazes, 03 de Outubro de 2017.

COMANDO DE GREVE DA ADUENF

FONTE: http://aduenf.blogspot.com.br/2017/10/aduenf-emite-comunicado-sobre-retomada.html

Os “detalhes” que faltaram na última matéria da Folha da Manhã sobre a greve na Uenf

A edição do jornal Folha da Manhã que circulou ontem e hoje (02/10) traz uma matéria sobre a greve em curso na Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) sob o título “Alunos preocupados com a greve” [1], onde são entrevistados 3 estudantes descontentes com  o movimento. 

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Um detalhe é que essa matéria nasceu de um diálogo que mantive com um número maior de estudantes dentro de um grupo, o UENF, existente na rede social Facebo acerca do movimento.  As trocas de opinião que ali ocorreram motivaram então essa matéria.

Ao ler a matéria, verifiquei que há uma grande lacuna na forma que a mesma foi construída. É que ficaram ausentes da matéria uma análise mínima da situação dramática em que a instituição se encontra após quase 2 anos de falta de verbas de custeio (lembremos que foi em Outubro de 2015 que o (des) governo Pezão entregou essas verbas à Uenf) e o responsável por isso, o (des) governador Luiz Fernando Pezão.

É importante notar que a matéria produz uma relação falaciosa (falo aqui no sentido estatístico) entre os prejuízos na pesquisa que a greve estaria causando. A verdade é que no Canal que a Aduenf mantém no Youtube [2] existem vários depoimentos de que o processo de destruição dos projetos de pesquisa existentes na Uenf se deve ao sucateamento da Faperj pelo mesmo (des) governo Pezão, e também na crise instalada pelo governo “de facto” de Michel Temer no CNPq.

Ao relacionar a greve com prejuízos no funcionamento cotidiano e omitir o papel central do (des) governo Pezão na crise instalada nas universidades estaduais e nas escolas da Faetec, o que esta matéria faz é jogar a culpa nas vítimas enquanto deixa os culpados livres para continuarem seus ataques contra servidores e contra instituições esratégicas para que o Rio de Janeiro possa sair da crise em que foi colocado por uma mistura de corrupção, farra fiscal e incompetência administrativa.

Finalmente, há que se salientar que, ao contrário do que a matéria afirma, esta não é uma das greves mais longas que foram impostas à Uenf pelo (des) governo que é comandado pelo PMDB há mais de uma década. Mas certamente esse movimento paredista é um dos mais atacados e sabotados de todos os que participei em quase 20 anos na Uenf. Os motivos para este ataque são muitos, mas o principal parece ser o de quebrar o processo de resistência que a greve colocada em marcha contra o processo de privatização da Uenf e das demais unidades que oferecem ensino superior público gratuito.  Entender a natureza desse ataque é fundamental para que se fortaleça a resistência a esse projeto maior.

E como eu disse em muitas das minhas interações no Grupo UENF no Facebook, é preciso que se saia do processo de guerra cibernética contra os professores  e um movimento legítimo para uma pressão direta sobre o (des) governador Pezão, o real culpado pela crise instalada na Uenf.  


[1] http://www.folha1.com.br/_conteudo/2017/09/geral/1225393-alunos-preocupados-com-a-greve.html.

[2] https://www.youtube.com/channel/UC-uMY_uzGefUpoKHZ3yqBmw/videos?sort=dd&shelf_id=0&view=0

A crise da UENF e o silêncio obsequioso dos seus principais colegiados

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Muito tem sido questionado sobre a validade da greve que professores e servidores técnico-administrativos estão realizando na Universidade Estadual do Norte Fluminense para cobrar seus direitos trabalhistas e o fim da asfixia financeira que o (des) governo Pezão vem impondo à instituição.

Entretanto, pouco ou nada se fala sobre a inoperância política dos principais órgãos colegiados que regem a vida da Uenf, especialmente o Conselho Universitário (Consuni) que vem a ser o seu órgão máximo de deliberação.

Para mostrar o contraste entre crises anteriores e o comportamento do Consuni frente ao que está acontecendo agora, posto abaixo uma declaração pública que foi publicada em Outubro de 1999 quando houve uma sinalização de que o então governador Anthony Garotinho iria acabar com a Secretaria Estadual da Ciência e da Tecnologia (SECTEC).

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Após a mobilização das universidades estaduais, o plano de fechamento não foi levado à frente e o processo de financiamento da ciência e tecnologia continuou fluminense passando por dentro da SECTEC.

Esse contraste entre comportamentos passados e presentes precisa ser imediatamente diminuído, mesmo porque a crise atual que foi causada pelo (des) governo Pezão e ameaça a sobrevivência das universidades estaduais e até da FAPERJ é muito mais grave do que qualquer outra que vivemos no passado.

A questão que se coloca é até quando os chamados “colegiados superiores” da Uenf vão continuar em seu silêncio obsequioso e paralisia política frente aos ataques do (des) governo Pezão. A ver!

Notícias da Aduenf: Professores mantém greve para continuar luta de defesa da UENF

Greve dos professores continua na UENF

Em assembleia realizada na tarde desta 5a. feira (21/09), os professores da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) avaliaram a situação causada pela falta do pagamento dos salários de Agosto e da inexistência de soluções para a questão  da asfixia financeira causada na universidade pelo governo Pezão.

Após quase duas horas de discussões, a decisão da maioria dos presentes foi pela manutenção da greve e a realização de ações políticas para informar a população e pressionar o governo Pezão. O placar final nesta votação foi de 64 a favor, 24 contrários e 4 abstenções.

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Uma das atividades aprovadas foi a participação no Festival Doces Palavras que está ocorrendo no Jardim do Liceu de Humanidades até o próximo dia 24/9.

Além disso,  a assembleia também aprovou moções de solidariedade ao povo Mexicano e às populações de países localizados no Mar do Caribe que estão sofrendo com as consequências de terremotos e furações que causaram perdas de vidas humanas e de infraestrutura.

O Comando de Greve se reunirá nesta 6a. feira a partir das 10:00 horas para organizar as próximas atividades do movimento dos professores.

Finalmente, uma nova assembleia será realizada no dia 27/9 para avaliar entre outras coisas a pertinência do movimento de greve.

FONTE: http://aduenf.blogspot.com.br/2017/09/greve-dos-professores-continua-na-uenf.html?spref=fb

O reitor da Uenf e o vaticínio de Romário sobre Pelé

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Acabo de ler declarações dadas pelo reitor da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf),  professor Luís Passoni, ao jornal Folha da Manhã que me fazem lembrar o Romário que disse um dia que o Pelé calado era um poeta.

Por quê? Vejamos a frase que mais me chamou atenção nas falas do reitor da Uenf contidas na matéria intitulada com o sugestivo título de “Quando acabará a greve na Uenf? [1]:

__”Diante desse cenário, a greve como instrumento, embora seja legítima e tenha funcionado bem em outros momentos, nesse momento, fragiliza a universidade”. 

De quebra, o reitor que foi eleito com a promessa de respeitar e ser transparente ainda tascou a seguinte pérola:

___”Então, nesse momento, a gente faria melhor se estivesse buscando manter as atividades acadêmicas e aproveitando esse espaço para discutir também a questão dos rumos que o país está tomando”.

Vamos por partes:

Em minha modesta opinião, o que mais fragiliza a Uenf neste momento é a incapacidade que a reitoria vem demonstrando de apresentar soluções estratégicas para a asfixia  financeira que vem sendo imposta pelo (des) governo Pezão. Por isso, utilizar o espaço dado pela Folha da Manhã e não mencionar o nome do Pezão uma vez sequer aponta uma clara capitulação política e a aceitação das políticas neoliberais que o reitor diz querer combater com uma volta às aulas em condições extremamente precárias.

 Aliás, a reitoria da Uenf não tem conseguido resolver questões básicas como a da segurança e a iluminação do campus no período noturno, por exemplo.  É que as prometidas condições mínimas que o reitor fez em ofício até hoje não se materializaram, e os assaltos e furtos se avolumando no perímetro externo do campus.  Como somos sortudos, ninguém ainda foi morto do lado de fora da Uenf.

 Fico sinceramente intrigado com insistência de se manter as atividades acadêmicas e aproveitando esse espaço para discutir também os rumos que o país está tomando. Se o reitor tivesse se dado ao trabalho de comparecer às rodas de conversa ou ao seminário “Autonomia universitária e o futuro da Educação Fluminense” que a Associação de Docentes da Uenf (Aduenf) realizou na última 5ª. feira, ele saberia que o movimento docente já está fazendo isso, agregando um grande número de professores em discussões de grande profundidade.  Em outras palavras, o reitor da Uenf já perdeu o bonde e ainda não se apercebeu. Mas querem saber, problema dele e não meu.

seminário

Por outro lado, essa insistência toda em terminar com a greve dos professores me parece merecer uma análise mais profunda sobre a que interesses realmente serve. E certamente não são os interesses estratégicos da Uenf. Passamos o semestre passado dando aulas em condições sofríveis de segurança e limpeza, e não vi a reitoria aproveitando o funcionamento normal para qualquer discussão qualificada. Aliás, afinal o que discutem os colegiados desta universidade? Para que tem servido o Conselho Universitário que nem uma mísera nota soltou após quase 2 anos sem verbas de custeio?

Aliás, o que reitor da Uenf deveria mesmo é praticar o lema da campanha que o elegeu e começar a ser transparente e respeitoso, coisa que não tem sido. Se começasse por aí, já teríamos uma grande evolução. Mas querem saber, já não deposito muita expectativas de que teremos o cumprimento de um compromisso que considero básico de uma campanha pela qual trabalhei.

Tenho a dizer que o processo político que foi deflagrado pela decretação da nossa atual greve não tem como ser retrocedido, mesmo que a reitoria consiga o número de votos para encerrar o movimento em nossa próxima assembleia. É que muita gente já acordou para o fato de que só fazendo discussões densas e mais qualificadas conseguiremos sair deste labirinto em que fomos colocados pelo (des) governo Pezão. E isso a  Aduenf vem fazendo com grande sucesso.  

E é por acreditar na capacidade de elaboração que está sendo possibilitada a partir das ações elaboradas pela diretoria e pelo comando de greve da Aduenf,  dos quais tenho a honra de ser membro, no interior do processo de greve que tenho certeza que vamos vencer a batalha e impedir a privatização da Uenf pelo (des) governo Pezão.

Finalmente,  é por isso que eu digo, lembrando de Romário, que o reitor da Uenf calado é um poeta.


[1http://www.folha1.com.br/_conteudo/2017/09/geral/1224822-quando-acabara-a-greve-na-uenf.html

Face à oposição legitima ao estelionato eleitoral, o recurso é culpar quem foi derrotado de forma acachapante?

Ouvi esta manhã as declarações do jovem prefeito Rafael Diniz no programa matinal da Rádio Educativa.  Entre uma resposta e outra, ouvi de diversas formas a imputação de ações de cunho pouco republicanas que estariam sendo praticadas pelos que “perderam a boquinha” ou aos que gastaram de forma irresponsável. Certamente o jovem prefeito estava se referindo, ainda que de forma subliminar, aos membros do grupo político do ex-governador Anthony Garotinho.

Ainda que seja uma tática compreensível por um governante em dificuldades, será que a opção de tentar se isentar de suas próprias responsabilidades é realmente compatível com quem diz “conversar olhando nos olhos”?  Obviamente me parece que aí surge uma contradição insolúvel. É que quem quer conversar olhando nos olhos do interlocutor (no caso espero que sejam seus muitos eleitores) não se exime das responsabilidades por atos já cometidos nos oito meses de governo.

Por exemplo, quando o jovem prefeito fala em corte de gastos, ele deveria ser mais franco e dizer que os principais alvos de seus cortes foram até agora os investimentos em programas sociais voltados para a mitigação da pobreza. Sim, porque gastar com comida, casa e transporte para os mais pobres deveria fazer parte da agenda de investimentos de qualquer governo minimamente antenado com a real situação em que vive a maioria dos seus próprios eleitores.

Mas tudo bem, para deixar o que disse acima mais claro, pergunto quem foi que cortou os investimentos feitos nos seguintes itens:

  1. Restaurante Popular.
  2. Passagem Social.
  3. Cheque Cidadão.
  4. Moradias de interesse social.

Foi o jovem prefeito Rafael Diniz ou foi alguma entidade invisível que lhe faz oposição? Como todos sabem foi o prefeito, premido pela aplicação da mesma “moral de tesouraria” que vem sendo aplicada por Michel Temer e Luiz Fernando Pezão. Essa moral de tesouraria que pune os mais pobres, e deixa os mais ricos flanando alegremente em suas mansões nababescas e trafegando em seus carrões importados pelas ruas cada vez mais esburacadas da cidade real.

E o que foi feita contra os programas sociais tem nome: estelionato eleitoral. É que quem ainda se lembra da propaganda eleitoral sabe que o prometido foi melhorar esses programas e não extingui-los em nome do equilíbrio das contas.

E pior, com esse estelionato eleitoral, o jovem prefeito e seus menudos neoliberais estão dilapidando tão rapidamente o seu grande capital eleitoral que não me surpreenderei se em breve não tivermos uma marcha pelas ruas do bairro da Lapa pedindo que Anthony Garotinho indique logo quem será o próximo prefeito. Se isso acontecer, não adiantará culpar um político que acima de tudo sabe que praticar estelionatos eleitorais é sempre o caminho mais rápido para a obscuridade. É que Rafael Diniz só terá a si mesmo para culpar. Afinal, quem se elege prometendo uma coisa e fazendo outra, nunca termine bem.  Simples assim!

Campos dos Goytacazes e o brado retumbante dos servidores municipais: habemus operistitium

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Estou em Campos dos Goytacazes desde o final de 1997, e desde então muitos foram os que sentaram na cadeira de prefeito deste pobre rico município. Quis o destino que eu pudesse presenciar a eclosão de um movimento de greve entre os servidores municípios justamente no mais jovem e mais facilmente prefeito de toda a safra que presenciei.

Hoje ao voltar de uma breve estadia na cidade do Rio de Janeiro encontrei de tudo um pouco pelas ruas da cidade, começando por grandes amontoados de lixo não recolhido pelos funcionários em greve da empresa  Vital Engenharia que teriam decretado o movimento paredista pelo não cumprimento de direitos trabalhistas.

Mas efetivamente o fato mais auspicioso que pude verificar nos portais de notícias da cidade foi o bloqueio das entradas da sede da Prefeitura Municipal por servidores em greve o que teria sido causado pelo descumprimento de uma série de demandas apresentadas ao jovem prefeito Rafael Diniz [1, 2, 3, 4 e 5].

Mesmo sem ter poderes premonitórios, penso que vivenciaremos nas próximas horas  a difusão de teorias conspiratórias que imputarão ao grupo político do ex-governador Anthony Garotinho a gênese deste movimento paredista. E isto é tão óbvio que me atrevo a fazer a previsão sem medo de errar.

O problema é que existem limites em termos da eficácia destas teorias conspiratórias quando se verifica que no plano local o prefeito Rafael Diniz amealhou em sua base política muitos que até recentemente juravam lealdade a Anthony Garotinho. Aliás, basta olhar a impressionante bancada governista que se formou sabe-se lá a que custo na Câmara de Vereadores para ver que os vereadores que permaneceram fiéis ao ancien régime estão em clara minoria.

Se eu fosse o jovem prefeito Rafael Diniz em vez de tentar jogar a culpa em Anthony Garotinho, eu começaria a olhar para dentro de casa para achar os culpados pela rápida erosão do impressionante capital político que ele amealhou ao vencer de barbada uma eleição que todos achavam seria disputada. É que ninguém que é eleito de forma tão fácil quanto ele foi pode se dar ao luxo de culpar aos que derrotou de forma fragorosa.

Além disso, como não sou o jovem prefeito de Campos, posso apenas expor a minha opinião de mero e pacato cidadão de que o tempo para ele se aprumar está passando e de forma bastante acelerada. De nada adiantará ter a cobertura midiática para vender uma imagem de eficiência se os fatos o continuarem atropelando nas ruas.  Melhor agir logo do que muito tarde. E note-se, quando eu falo em agir,  que não estou falando em tentativas de reprimir e coagir aqueles que estão tentando o seu direito constitucional de greve.

Enquanto isso, habemus operistitium. Ou em bom português.. .temos greve!


[1] http://jornalodiariorj.com/servidores-municipais-em-greve-bloqueiam-entradas-da-prefeitura-de-campos/

[2] http://www.nfnoticias.com.br/noticia-7358/greve-dos-servidores-de-campos-comeca-com-interrupcao-do-acesso-na-sede-da-prefeitura

[3] http://noticiaurbana.com.br/servidores-de-campos-entram-em-greve-e-bloqueiam-entrada-da-prefeitura/

[4] http://www.jornalterceiravia.com.br/2017/09/04/manifestantes-interrompem-transito-no-terminal-de-embarque-no-centro/

[5] http://www.folha1.com.br/_conteudo/2017/09/geral/1224277-manifestantes-fecham-entrada-na-sede-da-prefeitura-de-campos.html

Notícias da Aduenf: Comando de Greve da ADUENF organiza “roda de conversa” para discutir ciência, tecnologia e inovação

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Para aprofundar a discussão sobre as motivações da greve que professores e servidores estão realizando na Uenf, o Comando de Greve realizará uma roda de conversa com o Prof. Edson Terra Azevedo Filho do LEPROD/CCT na próxima 4a. feira no anexo do CCT a partir das 09:00 da manhã.

A atividade é franca e aberta não apenas a membros da comunidade universitária da Uenf, mas também da população em geral.

A hora de impedir a destruição da Uenf é essa!

COMANDO DE GREVE DA ADUENF

FONTE: https://aduenf.blogspot.com.br/2017/08/comando-de-greve-da-aduenf-organiza.html