RJ: advogado e estudante são ameaçados por defender manifestantes

Na segunda-feira, eles receberam ligações anônimas. “Por que você defende bandido?”, dizia a voz do outro lado da linha

Por Redação

O advogado Felipe Coelho e o estudante de direito Hugo Pontes receberam ligações anônimas na última segunda-feira (10), dia em que protestos contra o aumento da passagem do transporte coletivo ocorreram no Rio de Janeiro. Ambos colaboram voluntariamente com o Instituto de Defensores dos Direitos Humanos (DDH), que presta assistência jurídica a pessoas detidas durante as manifestações.

Antes de todos os atos, o DDH publica na internet uma nota com os telefones dos profissionais que estarão trabalhando naquela ocasião. Os números de Coelho e Pontes constavam na mensagem, que foi disseminada pelas redes sociais.

Coelho conta que, antes de ir à rua, às 19h22, recebeu telefonema de um número restrito. Quando atendeu, uma pessoa que não se identificou perguntou se ele se encontrava na ONG (referindo-se ao DDH) e se poderia comparecer à delegacia, onde manifestantes estariam detidos. “Achei estranho porque, quando nos ligam pedindo ajuda, não perguntam onde estamos”, aponta.

Cerca de uma hora e meia depois, o celular voltou a tocar. Novamente, o número de quem chamava não estava à mostra. A pessoa do outro lado da linha foi mais incisiva. “Disse que eu era advogado de bandido. Pra eu tomar cuidado. Isso nunca tinha acontecido antes”, revela. Em ambas as chamadas, as vozes eram masculinas, mas diferentes.

Hugo recebeu uma ligação por volta das 17h. Em seu caso, era possível ver o número que ligava. Ao atender, um homem se identificou como Thiago Tavares. “Ele se apresentou como um cidadão que estava inconformado e queria fazer uma queixa. Perguntou porque eu estava defendendo bandidos”, explica o estudante. “Falou que quem andava com assassino é assassino também. Que era melhor a gente repensar voltar pra rua ou ir para as delegacias de novo, porque ia começar a morrer mais gente nas manifestações e o próximo poderia ser eu”.

Felipe e Hugo consideram os telefonemas reflexo dos acontecimentos das últimas semanas, que acirraram os ânimos em torno dos protestos de rua. Junto a outros colegas que passaram pela mesma situação, organizam, agora, um dossiê com informações sobre as ligações – o horário em que ocorreram, tempo de duração, número, conteúdo. O registro é uma forma de se precaver, caso os episódios desta semana deixem de ser fatos isolados e passem a ser frequentes. Eles discutem, também, se vão registrar boletins de ocorrência.

FONTE: http://revistaforum.com.br/blog/2014/02/rio-de-janeiro-advogados-sao-ameacados-no-rio-por-defender-manifestantes/

José Eduardo Cardozo e sua dolorosa Via Ápia de tentar regras as manifestações políticas no Brasil

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Nesse exato momento, o ministro da (in) Justiça de Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo, está dando uma coletiva sobre as medidas que serão adotadas para estabelecer regras para garantir (sic!) que não ocorram atos violentos em manifestações públicas.  O irônico é que ele acaba de enfatizar (ladeado pelos impolutos secretários de segurança de São Paulo e Rio de Janeiro, Fernando Grella e José Mariano Beltrame, respectivamente) que as polícias paulista e fluminense já trabalham sob regras quando vão acompanhar manifestações.  Como sei que o ilustre ministro  não está falando de algum outro universo paralelo, essa declaração só é explicável pelo cinismo mesmo.

O essencial nessa coletiva é que está se dizendo de forma aberta que vem mais repressão por ai, endurecimento como bem frisou um jornalista presente na coletiva, ainda que de uma forma obtusa, já que supostamente também será garantida a liberdade d e manifestação. O problema é que o ministro petista está querendo impor regras para que os movimentos informem previamente a realização de manifestações. Eu sempre fico pensando se ainda não estaríamos sob o regime feudal se os revolucionários franceses tivessem seguido essa regra à risca.  Aliás, sob essa ótica do capitalismo sem conflitos de classe, nem a Revolução Bolchevique teria ocorrido em 1917, e provavelmente a família imperial russa ainda estaria no poder.

Por essas e outras é que o Brasil, sob o governo do neoPT, cada vez mais se parece com aquela fazenda inglesa da obra “Revolução dos Bichos” de George Orwell, principalmente nas páginas finais quando descobrimos que não é mais possível separar os humanos dos porcos (no caso em tela o neopetistas dos tucanos).

Agora dizer que vai apurar todos os crimes sendo cometidos pelas forças policiais dentro das manifestações que vem ocorrendo desde junho que é bom, nada!