Brasil: Peixes introduzidos por transposição de água apresentam parasitas

peixes parasitas introduzidosPesca de tilápia, um peixe invasor altamente explorado comercialmente e consumido popularmente. Crédito da imagem: Prefectura del Guayas/Flickr , sob licença Creative Commons BY-NC-SA 2.0 Deed .

As espécies com maior número de parasitas foram a piaba Astyanax bimaculatus) também chamada (tetra-fortuna ou lambari), a tilápia do Nilo ( Oreochromis niloticus ), o tucunaré ( Cichla Monoculus ) e a traíra (pertencente ao gênero hoplia), segundo estudo publicado no Journal of Helminthology.

No total, 42% dos peixes analisados ​​apresentavam algum tipo de parasita.

Entre as espécies de parasitas encontradas, os pesquisadores identificaram três tipos associados à anisaquíase humana, uma parasitose gastrointestinal causada pela ingestão de peixe cru ou malpassado.

“Sempre ouvimos que a traíra tem parasitas. Houve um tempo em que era difícil vender esse peixe porque as pessoas diziam que tinha parasitas. Agora, as pessoas esqueceram. Estamos preocupados, mas não temos outra maneira de sobreviver”, disse Antonio Valdivino Muniz, 54 anos, um dos 300 pescadores que tiram seu sustento da barragem de Acauã, na Paraíba, nordeste do Brasil, ao SciDev.Net .

Esta barragem é um dos 27 reservatórios vinculados ao PISF, um projeto de megatransferência que leva água do caudaloso Rio São Francisco até o Catinga, bioma predominante no semiárido brasileiro.

O projeto de 477 quilômetros visa fornecer água para 12 milhões de pessoas.

“A transferência de água é uma ação humana que pode causar um desequilíbrio ecológico porque altera o ambiente natural”, explicou ao SciDev.Net a bióloga Vitória Maria Moreira de Lima, pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e principal autora do estudo.

“Hoje, não temos essas zoonoses no Rio Paraíba, mas imagine o que aconteceria se, no futuro, tivéssemos doenças parasitárias associadas a peixes que não existiam aqui antes. Como eles as relacionariam com a transferência se ninguém soubesse delas? É por isso que o monitoramento é tão importante”, acrescentou.

A bióloga Ana Carolina Lacerda, do Departamento de Sistemática e Ecologia da UFPB e uma das coautoras do estudo, ressalta que o país ainda carece de dados sobre doenças parasitárias em peixes que tenham potencial de causar doenças em humanos.

“Se as espécies de parasitas que encontramos têm potencial zoonótico, então sim, elas podem causar doenças em humanos. Mas precisamos registrá-las no sistema público e garantir que o parasita se originou do peixe que foi ingerido”, observou.

“No Brasil, embora exista um sistema nacional de registro de zoonoses, é provável que haja subnotificação devido à falta de diagnóstico”, acrescentou.

Entre os grupos de parasitas mais abundantes encontrados, dois deles eram hospedados por espécies invasoras não nativas da região: a tilápia do Nilo e o tucunaré.

O Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, responsável pelo PISF, afirma que não há certeza se o deslocamento de peixes hospedeiros é responsável pela introdução desses parasitas com potencial zoonótico, ou se [os parasitas] já estavam presentes na área e infectaram as populações de peixes quando chegaram aos reservatórios locais.

“Existem vários cenários possíveis para a introdução de peixes e seus parasitas, pois os peixes podem estar parasitados em seu ambiente original e podem ou não perder seus parasitas durante o processo de transferência, ou podem não ter sido originalmente parasitados e se tornarem colonizados por parasitas de peixes no novo ambiente”, explicou o ministério em uma resposta ao SciDev.Net .

O ministério afirma que o surgimento de espécies invasoras de peixes estava entre os impactos previstos e que, desde 2012 — fase de instalação do projeto —, monitora 73 pontos nos dois eixos (leste e norte) em 10 bacias hidrográficas do Nordeste.

Em relação aos parasitas, a agência afirma que “somente com estudos prévios sobre a presença das águas do PISF nesses ambientes é possível vincular qualquer impacto dessa natureza ao Projeto”.

A chave é entender o nível de estabelecimento dessas novas populações de parasitas e seu potencial para infectar espécies nativas. Isso pode levar a extinções locais, afetando muitas comunidades ribeirinhas associadas a reservatórios e dependentes desses peixes.

Vitória Maria Moreira de Lima, pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas da Universidade Federal da Paraíba, Brasil

Ana Carolina Lacerda explica que essas organizações não são vilãs. “Eles fazem parte da preservação e do equilíbrio dos ecossistemas”, ressalta. Entretanto, quando chegam de outros ambientes, tornam-se uma ameaça a esse equilíbrio.

Das mais de 50 espécies de parasitas identificadas no estudo, realizado no eixo leste do projeto, 32 não haviam sido identificadas anteriormente na bacia do Rio Paraíba do Norte.

“A chave é entender o nível de estabelecimento dessas novas populações de parasitas e seu potencial para infectar espécies nativas. Isso pode causar extinções locais, afetando muitas comunidades ribeirinhas associadas a reservatórios e dependentes desses peixes”, enfatiza Moreira de Lima.

Isso afetaria o trabalho de pessoas como Antonio Valdivino Muniz, o pescador mencionado no início desta reportagem: pescar 150 quilos de peixe por semana lhe garante uma renda de R$ 450 (cerca de US$ 80). “Não temos nenhum incentivo da prefeitura, nem o pessoal da transferência de água vem aqui, se reúne e vai embora”, reclamou.

Preocupados com sua sobrevivência, os pescadores locais desconhecem a ameaça representada pela introdução de peixes invasores, como o tucunaré e a tilápia. O primeiro acaba dominando o ambiente por ser predador, e o segundo, pela facilidade de reprodução.

A tilápia do Nilo, apesar de ser um peixe invasor, é altamente explorada comercialmente no Brasil. Crédito da imagem: Bernard Dupont/Flickr , licenciado sob Creative Commons CC BY-SA 2.0 Deed .

“Quem vive da pesca prefere espécies nativas pela qualidade de muitas delas. Economicamente, é melhor. Mas elas estão desaparecendo”, enfatizou o biólogo Ricardo Takemoto, pesquisador da Universidade Estadual de Maringá, que não participou do estudo.

“O tucunaré é bom para a pesca esportiva, mas não tem importância comercial devido à sua baixa qualidade. A tilápia, em termos de produção, tem sido bastante explorada economicamente. Ela já está se adaptando à água do mar, como uma praga”, explicou ele ao SciDev.Net .

Introduzido no Brasil na década de 1960, esse peixe hoje domina o mercado: segundo o Anuário Peixe BR 2024 , o país produziu quase 900 mil toneladas de peixes, dos quais 65,3% eram tilápias, 29,7% peixes nativos e 5% outras espécies.

“Qualquer mudança ambiental causa desequilíbrio, então estudos desse tipo são importantes porque abordam o problema dessas introduções”, acrescentou Takemoto.


Fonte: SciDev.Net

Como a seca na Amazônia afeta a segurança alimentar da região

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Seca em outubro de 2023 no Rio Negro, no Amazonas

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Por Gabriel Costa Borba

Na Amazônia estima-se que a pesca produza em média 173 mil toneladas de peixe por ano, gerando cerca de 389 milhões de reais. A região é considerada uma das maiores do mundo em consumo de peixe que varia de 135 a 292 kg per capita ao ano, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Esse contexto de pesca abundante está em risco por causa da seca dos rios da região.

captura de peixe é fortemente dependente das flutuações no nível de água com períodos de águas baixas e altas, que regulam a disponibilidade de alimento e abrigo para os peixes nos rios amazônicos. Esses rios estão em risco devido ao impacto de atividades humanas. Ao alterar as flutuações no nível de água e o padrão de chuvas, os eventos climáticos extremos geram drásticas consequências para a pesca.

Além de rios com menos água, temos, no atual contexto, péssimas condições hídricas, como temperatura elevada e falta de oxigênio — o que resulta em uma maior mortalidade natural de peixes. Com menos peixes disponíveis, a própria segurança alimentar de populações locais se vê ameaçada.

O interessante de se observar é que ainda não temos total conhecimento sobre os prejuízos gerados pelos cenários de seca deste mês na pesca da região. A resposta das populações de peixe sob efeito de flutuações no nível de água leva um tempo, ou seja, os impactos da frequência e intensidade de eventos extremos nas últimas décadas só serão mapeados, totalmente, mais para a frente.

As espécies disponíveis para a captura no momento estiveram sob influência das flutuações no nível de água de anos anteriores. Por exemplo, o jaraqui, peixe emblemático da região amazônica, que é capturado hoje, levou, em média, dois anos para atingir um tamanho corporal para ser pescado. Se os anos anteriores foram adequados para a espécie, com disponibilidade de alimento e abrigo, esse jaraqui sobreviveu e se desenvolveu, sendo capturado para fins comerciais.

Há, no entanto, uma percepção geral nas comunidades tradicionais indígenas e não indígenas da Amazônia de que houve uma diminuição na captura de espécies e uma redução do tamanho de peixes de interesse comercial nos últimos anos. Para elas, a pesca é fonte de subsistência importante, gerando renda e alimento.

O contexto se torna ainda mais drástico num país que não tem monitoramento oficial de desembarque pesqueiro na Amazônia desde o ano de 2011. O monitoramento tem o objetivo de conhecer quais são as comunidades pesqueiras que utilizam o acesso próximo ao porto para desembarque da sua produção, gerar informações e dados estatísticos sobre o desembarque pesqueiro e gerar análises dos possíveis impactos dos eventos climáticos extremos na pesca. A falta de dados afeta a capacidade de resposta de comunidades e a tomada de decisões políticas para preservar a pesca na região em tempos de eventos climáticos extremos.

Para enfrentar essa situação, é preciso criar planos de manejo da pesca adequados ao contexto de crise climática, unindo conhecimento tradicional e científico sobre a atividade e as flutuações no nível de água. Só assim se poderá minimizar os graves danos às populações locais que comercializam peixes e vêem, agora, sua subsistência ameaçada.


Sobre o autor

Gabriel Costa Borba é doutorando em Fish and Wildlife Conservation na Virginia Tech e mestre em Ecologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)

Peixes com “níveis mais altos de herbicidas no mundo” são encontrados em bacia dominada por monoculturas de soja na Argentina

sabalo-Parana-996x567Curimbatás (Prochilodus lineatus) são altamente consumidos em toda a bacia do Paraná. Crédito da imagem: Jonas Techy Potrich/Wikimedia Commons, sob licença Creative Commons (CC BY-SA 3.0)

Os peixes do Río Salado, afluente do Paraná (o maior rio sul-americano depois do Amazonas), mostrarão restos de novos inseticidas, herbicidas e fungicidas aplicados em cultivos transgênicos de soja, milho e algodão que abundam nessa bacia fluvial.

Embora os efeitos em peixes e humanos ainda não estejam completamente certos, os autores aconselham sobre a necessidade de medidas extremas de precaução em um dos cursos de água mais importantes do país, que provê alimento tanto no âmbito local como para exportação.Estudio planta que “se necessita urgentemente aumentar a distância entre os cultivos transgênicos dependentes de agrotóxicos e os ecossistemas aquáticos, assim como melhorar a abordagem dos riscos ambientais”. Rafael Lajmanovich, responsável pela pesquisa,  disse ao SciDev.Net que essa distância deveria ser de 1.000 metros como mínimo.

Os pesquisadores analisam sedimentos do rio, músculos e vísceras de 16  peixes comprados de pescadores ao longo de 100 quilômetros de alta produtividade agrícola.

No tecido muscular, há “concentrações muito altas” do inseticida cipermetrina (até 204 microgramas por quilo); do fungicida piraclostrobina (50 μg/kg); dos herbicidas glifosato (187 μg/kg), junto com seu ácido de degradação AMPA (3116 μg/kg), e glufosinato de amônia (677 μg/kg).

Antes deste trabalho, os maiores níveis de glifosato registrados em peixes eram “menores a 10 ug/k” e “não havia” informações sobre a presença de glufosinato, assegurou Lajmanovich em um correio eletrônico.

“É necessário aumentar urgentemente a distância entre os cultivos transgênicos dependentes de pesticidas e os ecossistemas aquáticos, assim como melhorar o tratamento dos riscos ambientais”.

Publicado em: “Cocteles de residuos de plaguicidas en peces Prochilodus lineatus del río Salado (América del Sur): Primer registro de altas concentraciones de herbicidas polares”.

Um estudo sobre os efeitos de herbicidas polares publicado em 2021 detectou níveis máximos de AMPA de 300 ug/k no tecido muscular e de 650 ug/k no fígado de peixes Hoplosternum littorale (mais conhecidos como cascudos) da mesma província, precisou em outro e-mail Andrea Rossi, uma das autoras. Embora não tenho sido encontradas  evidências de danos celulares ou efeitos neurotóxicos, é possível encontrar alterações nos parâmetros hematológicos dos espécimes amostrados.

A exposição aguda às quantidades encontradas nesta ocasião, sem nenhuma dúvida, poderia gerar efeitos “múltiplos”, tanto em peixes como em humanos, que incluíam genotoxicidade (capacidade de causar danos genéticos) e disrupção hormonal, associada ao aparecimento de tumores, malformações , disfunções do aparelho reprodutor, neurotoxicidade ou problemas imunológicos, explica Lajmanovich.

Entre 2019 e 2022, o mesmo investigador ―professor titular da Cátedra de Ecotoxicologia da Universidade Nacional do Litoral― fez várias advertências semelhantes sobre os efeitos combinados do glifosato com o arsénico e com os microplásticos .

Os autores reconhecem que a alta solubilidade dos agrotóxicos faz com que a determinação dos níveis de contaminantes seja “problemática”, embora essa mesma solubilidade provoca que sua toxicidade aumente em ambientes aquáticos, onde as membranas dos peixes facilitam a absorção.

Nesse sentido, o médico  Eric Speranza – que há 14 anos encontrou altos níveis de hidrocarbornetos em curimbatpas próximos da cidade de Buenos Aires – disse por telefone que está satisfeito que foi possível medir o glifosato e o glufosinato no tecido muscular do peixe.

“Está evidenciando o impacto da atividade agrícola sojeira”, avisou o investigador do Laboratório de Química Ambiental y Biogeoquímica das universidades argentinas de La Plata e Arturo Jauretche.

Em relação a uma possível vedação provincial sobre a pesca, Speranza é cautelosa, já que se trata de uma medida que “requer ter em conta fatores econômicos e sociais, como as próprias pessoas que vivem dessa atividade”.

Fontes do Servicio Nacional de Sanidad y Calidad Agroalimentaria –encarregado de controlar a segurança dos alimentos de origem animal e vegetal na Argentina – diz ao SciDev.Net que o relatório “recebeu relativa importância”, pois eles têm dúvidas sobre sua metodologia,  , por exemplo, em relação à quantidade de exemplares analisados.

A agência atualmente não mede vestígios de herbicidas em peixes; limites máximos de resíduos (LMR) são estabelecidos apenas para vegetais. Mesmo assim, eles sugerem que os valores encontrados não representam risco à saúde humana. No caso da soja para consumo, por exemplo, o LMR para glifosato é de 5.000 μg/kg.

No entanto, os autores do trabalho insistem em que “a contaminação por agrotóxicos do Rio Salado representa uma ameaça prejudicial à viabilidade da população de peixes e outros organismos aquáticos, e um grande risco para os consumidores”.

Propõe-se uma regulação clara sobre os níveis máximos toleráveis ​​para essas substâncias, permitindo uma melhor abordagem da situação.

Diversas tentativas da SciDev.Net para obter uma declaração oficial sobre medidas futuras por parte do governo de Santa Fé foram infrutíferos até o fechamento deste texto

Link para o resumo do artigo na Science of the Total Environment


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Este artigo foi produzido pela edição de América Latina e Caribe de  SciDev.Net [Aqui!].

Hidrelétricas no Rio Madeira reduzem significativamente estoques de peixes

Novo estudo científico confirma declínio de 40% nos estoques de peixes no Rio Madeira

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Também há declínios significativos nas populações de peixes na barragem de Belo Monte, no rio Xingu. Foto: Christian Russau

Por Christian Russau para a Kobra

O que os oponentes da construção de barragens no Rio Madeira alertam há anos já ocorreu e foi confirmado cientificamente. A construção de duas barragens no Rio Madeira, Jirau e Santo Antônio, reduziu o estoque de peixes em 40%. Este é o resultado de um novo estudo científico da Universidade Federal do Amazonas, do qual a mídia brasileira relata. Segundo Rogério Fonseca, da Universidade Federal do Amazonas, e coautor do estudo resumido na revista ambiental Revista Ambio, as mudanças no fluxo de água causadas pela construção da barragem e a permeabilidade do peixe, dificultada pela função da barragem, levaram a um declínio maciço nas populações de peixes e, consequentemente, no rendimento dos pescadores. led. Somente no município de Humaitá, as perdas de rendimento totalizaram 342 milhões de reais, atualmente o equivalente a 65 milhões de euros. Em alguns casos, os pescadores relataram que os resultados de suas capturas caíram de 200 para 300 quilos para cerca de 50 quilos. O comunicado de imprensa não fornece uma explicação do prazo para esses tamanhos de captura. Além disso, segundo Rogério Fonseca, alguns dos pescadores

Jirau e Santo Antônio são duas velhas conhecidas da mídia. Jirau e Santo Antônio tornaram-se notórias em 2011 devido aos protestos dos trabalhadores de dezenas de milhares de trabalhadores que se defenderam contra salários insatisfatórios, acomodações e alimentos inadequados. Anos depois, foram principalmente a greve trabalhista e a revolta que causaram disputas legais entre o Brasil e a Grã-Bretanha, porque as seguradoras e as empresas de construção estavam em disputa sobre quem deveria arcar com os custos da revolta dos trabalhadores e qual o local de jurisdição responsável por esclarecer essas questões: os tribunais no Brasil que são realmente responsáveis ​​ou os que estão nos contratos de compras ( Ilegal por causa da violação da Constituição Brasileira), local de jurisdição escrito em Londres do tribunal arbitral privado Arias. Também aqui, apenas de passagem, para lembrar os nomes das duas grandes companhias de seguros da Alemanha, que participaram dos serviços de seguro para as barragens no Rio Madeira e sempre enfatizaram que eram energia “verde” e as avaliações de impacto ambiental estavam sendo cuidadosamente estudadas, não há perigo para o meio ambiente,

Na questão das espécies de peixes ameaçadas pela construção de barragens na Amazônia e o declínio no rendimento da pesca dos inúmeros pequenos pescadores, também houve muitos problemas durante a construção da terceira maior barragem do mundo, Belo Monte (novamente aqui, entre outros: Allianz e Munich Re). Disputa e inconsistências. Após o comissionamento das primeiras turbinas, não só foi descoberto que as turbinas literalmente cortam grandes estoques de peixe. Havia problemas antes: “Nós vivíamos da pesca, agora não resta mais nada”, relataram os residentes do rio em 2011, pois os estoques de peixes no rio já haviam diminuído devido às obras de construção da enseada. No mesmo ano, um tribunal federal interrompeu temporariamente as obras devido à ameaça à pesca ornamental local. O peixe no Xingu não é apenas uma fonte de alimento para os residentes locais dos rios, pois a captura e exportação de peixes ornamentais no exterior cria empregos e renda para centenas de famílias locais e garante sua sobrevivência. Em 2012, 800 pescadores ocuparam o canteiro de obras de Belo Monte por vários dias para indicar o acentuado declínio no estoque de peixes.

A avaliação de impacto ambiental (UVP), encomendada pelo cliente, não previa tudo isso. As espécies de tartarugas ameaçadas de extinção chegaram à EIA, ovos de tartaruga foram implementados na mídia, mas as câmeras de televisão também registraram a colocação inadequada dos ovos, empilhados em banheiras desprotegidas. A AIA viu algumas populações locais de peixes temporariamente afetadas pela construção, mas não ameaçadas de extinção. Em nota divulgada em novembro de 2009, até o órgão ambiental Ibama reclamou que estava sendo exercida pressão política e que não estava claro o que aconteceria à população de peixes nos 100 quilômetros do rio Xingu, 80% dos quais seriam drenados pela construção da barragem . Apenas:

Em 2015, um grupo de cientistas se apresentou para estudar as populações de peixes de 400 espécies do rio Xingu. Os pesquisadores da Universidade Federal do Pará relataram que pelo menos um dos peixes que antes eram considerados endêmicos no Grande Rio Loop do Xingu, pacu-capivara (Ossubtus xinguensis), não estava ameaçado de extinção por Belo Monte. Pacu-capivara, um peixe pequeno, também foi visto a montante em populações não afetadas por Belo Monte. Então não há perigo? Só que a Agência Federal do Meio Ambiente do Ibama já havia explicitamente classificado esse peixe como ameaçado pela construção da barragem em 2010. Quem estava agora? O cientista Philip Fearnside, que vive e pesquisa na Amazônia há décadas, se refere explicitamente à ameaça de pescar. A construção da barragem dificulta enormemente os movimentos de migração dos peixes – e os efeitos locais no Great River Loop, que não corresponderiam mais ao habitat local dos peixes com um fluxo de água de apenas 20%, também contribuem para a extinção das populações. Não basta dizer que, antes da construção da barragem, havia populações de peixes acima e abaixo da barragem, porque sempre é necessário um tamanho mínimo de população para sobreviver, assim como o peixe migratório precisa da permeabilidade do peixe. 

A construção da barragem dificulta enormemente os movimentos migratórios dos peixes – e os efeitos locais no Great River Loop, que não corresponderiam mais ao habitat local dos peixes com um fluxo de água de apenas 20%, também contribuem para a extinção das populações. Não basta dizer que, antes da construção da barragem, havia populações de peixes acima e abaixo da barragem, porque sempre é necessário um tamanho mínimo de população para sobreviver, assim como o peixe migratório precisa da permeabilidade do peixe. A construção da barragem dificulta enormemente os movimentos migratórios dos peixes – e os efeitos locais no Great River Loop, que não corresponderiam mais ao habitat local dos peixes com um fluxo de água de apenas 20%, também contribuem para a extinção das populações. Não basta dizer que, antes da construção da barragem, havia populações de peixes acima e abaixo da barragem, porque sempre é necessário um tamanho mínimo de população para sobreviver, assim como o peixe migratório precisa da permeabilidade do peixe.

Além disso, sempre há ameaças ao mudar de fluxo para água de retorno com conteúdo de oxigênio reduzido em camadas mais profundas da água. Em 2009, uma equipe semelhante de 40 cientistas de universidades chegou a conclusões semelhantes sobre Belo Monte. Os cientistas criticaram duramente os estudos ambientais incompletos, tricotados com um alfinete, apontaram as contradições dos estudos e alertaram que as conseqüências sociais e ambientais do projeto da barragem de Belo Monte seriam graves. Segundo a análise, cerca de 100 espécies de peixes estão ameaçadas por Belo Monte. Até o momento, são conhecidas 26 espécies de peixes que ocorrem apenas no Xingu. Se todas as barragens planejadas na Amazônia fossem construídas,

Até o momento, no entanto, dificilmente existem informações confiáveis ​​sobre a extensão real da perda de espécies, porque a biodiversidade local ainda é muito pouco pesquisada para ser capaz de estimar quais perdas são causadas por projetos de grande escala. A lista oficial de espécies de peixes ameaçadas de extinção no Brasil conta com 133, cientistas independentes falaram de um estudo de 2015 de 819 espécies de peixes ameaçadas de extinção no Brasil. Muitos estudos, assim como muitas opiniões. Quem está agora? Difícil dizer. Isso não pode ser descoberto sem estudos sistemáticos em larga escala.

Os jornalistas do portal de jornalismo investigativo “A Pública” também apontaram outro ponto bastante negligenciado em 2015: os estudos de impacto ambiental sobre questões sociais, flora e fauna na construção de barragens são realizados pelos consultores em nome das construtoras, o que já é motivo suficiente de críticas. . Mais ainda: às vezes, as consultas também participam dos projetos que eles examinaram anteriormente. Por exemplo, a Engevix Engenharia criou o EIA para a barragem de Belo Monte – e a Engevix Construções (do mesmo grupo), juntamente com Toyo Setal, assumiu posteriormente o equivalente a cerca de 300 milhões de euros para Belo Monte: consulte “A insustentável leveza das avaliações de impacto ambiental“. Um brincalhão que é mau …

O exemplo do projeto da barragem de São Luiz do Tapajós, que foi fortemente planejado pelo governo no planejamento até meados de 2016, mas depois foi interrompido em agosto de 2016 devido a inconsistências na compatibilidade ambiental, ilustra a situação problemática das populações de peixes que estão desaparecidas ou até mesmo morrendo devido à construção da barragem e o que isso significa para os pescadores e Fischer significam: Embora os autores da AIA no projeto da barragem de São Luiz do Tapajós e seus críticos concordem que essas barragens têm efeitos e conseqüências, as opiniões diferem quanto à magnitude e gravidade das mesmas. . É indiscutível que a construção da barragem de São Luiz do Tapajós resultaria em perda de biodiversidade local. O próprio EIA incluía 1. 378 espécies de plantas, 600 espécies de aves, 352 espécies de peixes, 109 espécies de anfíbios, 95 espécies de mamíferos e 75 espécies de serpentes. No entanto, onde o EIA fala, por exemplo, de populações de tartarugas, golfinhos e peixes, que podem ser mitigadas por medidas apropriadas, críticos como os autores do estudo do Greenpeace publicado em 2016 acusam o EIA de não ter avaliado adequadamente os dados, já que essas populações são ameaçadas por sua população de represas (geralmente endêmica, que é única apenas lá).

E essas questões têm conseqüências adicionais – também para questões sobre o direito ameaçado à alimentação e a soberania alimentar da população afetada – como mostra claramente o exemplo das populações de peixes.

Para a avaliação do impacto ambiental da barragem de São Luiz do Tapajós, foram realizadas as atividades econômicas dos moradores do rio que vivem na bacia hidrográfica afetada. De acordo com isso, a maioria dos afetados vive na subsistência, como pequenos agricultores que praticam agricultura e pecuária, cuja principal atividade econômica consiste na produção de farinha de mandioca a partir de raízes de mandioca plantadas e pesca. Isso ocorre porque o excedente que produzem na farinha de mandioca e na pesca é vendido a garimpeiros que trabalham localmente, mas não são residentes lá. É por isso que os pequenos agricultores que realmente vivem na subsistência também são contados no setor de serviços em pesquisas,

55% das pessoas que vivem na bacia hidrográfica da barragem de São Luiz do Tapajós no rio praticam pesca, sendo que 31% delas é sua principal atividade econômica, de acordo com o EIA do planejador de barragens (Eletrobras / CNEC / Worley Parsons: RIMA. AHE São Luiz do Tapajós, julho de 2014, p. 67.). O uso do peixe como subsistência predomina, apenas uma pequena parte é tratada nas pequenas cidades Jacareacanga (80 t / ano) e Itaituba (400 t / ano) nos poucos mercados de peixes existentes (Ronaldo Barthem, Efrem Ferreira e Michael Goulding: As migrações do jaraqui e do tambaqui no rio Tapajós e suas relações com as usinas hidrelétricas, em: Ocekadi: Hidrelétricas, Conflitos Socioambientais e Resistência na Bacia do Tapajós / Daniela Fernandes Alarcon, Brent Millikan e Mauricio Torres [Hrs. Brasília, 2016, p.483.). Das 352 espécies de peixes encontradas na avaliação de impacto ambiental dos planejadores de barragens nas proximidades da barragem planejada de São Luiz do Tapajós (estudos mais antigos sobre o Tapajós, no entanto, contaram 494 espécies de peixes, consulte Ricardo Scoles: Caracterização ambiental da bacia do Tapajós, em: Ocekadi: Hidreléos socicambient, Conflit e Resistência na Bacia do Tapajós / Daniela Fernandes Alarcon, Brent Millikan e Mauricio Torres [ed.], Brasília 2016, p.35.) são apenas 42% de peixes migratórios (ver Eletrobras / CNEC / Worley Parsons: RIMA. Relatório de Impacto Ambiental AHE São Luiz do Tapajós, julho de 2014, p. 60.), mas as vendidas nos mercados de Jacareacanga e Itaituba, Segundo pesquisas, os peixes capturados localmente são compostos de 50 a 90% dos peixes migratórios sazonais que visitam outros habitats para desova devido à sua abundância no rio (ver Ronaldo Barthem, Efrem Ferreira e Michael Goulding: As migrações de jaraqui e tambaqui no rio Tapajós e suas relações com as usinas hidrelétricas, em: Ocekadi: Hidrelétricas, Conflitos Socioambientais e Resistência na Bacia do Tapajós / Daniela Fernandes Alarcon, Brent Millikan e Mauricio Torres [ed.], Brasília 2016, p.479.). Cientistas de vários estudos alertam expressamente que a migração desses peixes migratórios será interrompida pela construção da barragem e que isso poderá resultar na extinção das populações nas áreas isoladas umas das outras pela construção da barragem (ver Ronaldo Barthem,

Isso ilustra o que se trata: o direito à soberania alimentar e nutricional.

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Este artigo foi originalmente publicado em alemão pela Kobra Kooperation Brasilien [Aqui! ].

Mortandades de peixes continuam no Rio Doce

Lançamentos periódicos de rejeito de minério matam peixes, que continuam sendo consumidos pela população

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Por Fernanda Couzemenco para o Século Diário

“É contínuo. O rejeito fica no fundo, quando começa a prejudicar as turbinas das hidrelétricas, eles abrem as comportas e os peixes morrem”, declara o presidente da Associação de Pescadores de Conselheiro Pena e região (Aspec), Lélis Barreiros, ao final da reunião do Comitê Interfederativo (CIF) realizada nestas quarta e quinta feiras (27 e 28) em Vitória.

O CIF foi criado em 2016 para fiscalizar a execução dos programas de compensação e reparação dos danos ambientais e socioeconômicos advindos do rompimento da Barragem de Fundão, da Samarco/Vale-BHP, ocorrido em cinco de novembro de 2015, o maior crime ambiental da história da mineração mundial e o maior do Brasil.  Realiza reuniões itinerantes mensais, assim como as Câmaras Técnicas a ele associadas.

Conhecedor da realidade dos pescadores atingidos no Espírito Santo e Minas Gerais, Lélis questionou, mais uma vez à Fundação Renova e outras entidades presentes à reunião, sobre os estudos que mostrem o grau de contaminação do pescado no Rio Doce, para que a população seja devidamente informada sobre os riscos que corre ao consumidor o pescado.

“A Fundação dificulta muito as coisas. Dizem que vão fazer os estudos, mas não apresentam nada”, irrita-se. “E mente, também. Já tive de chamar um funcionário da Renova de mentiroso durante uma videoconferência, porque ele dizia que os cadastros de todos os pescadores estava tudo certo”, conta.

Atualmente, a pesca está totalmente liberada na parte capixaba do Rio Doce e, no litoral, proibida apenas entre Barra do Riacho/Aracruz e Degredo/Linhares, na profundidade de até vinte metros. Em Minas, a proibição de pesca é apenas para as espécies nativas. As exóticas estão liberadas.

E entre as espécies mais pescadas pelos pescadores mineiros, na região da divisa com o Espírito Santo, está a corimba. “Ela é recente na região e tem um gosto forte, tipo salmão, por isso o preço é baixo. Mas é um peixe grande, chega a 12 kg, é muito pescado”, conta Lélis.

corimbaNa foto ao lado, um exemplo de uma corimba encontrada morta na região entre Baixo Guandu/Es e Aymorés/MG, e devorada por piranhas, pouco após a abertura da represa Baguari, a cerca de 30 km de Governador Valadares. “Quando o rio sobe 80 cm, eles abrem a represa e a água volta a baixar”, descreve.

Essas aberturas de comportas também acontecem na Represa Risoleta Neves, próximo a Mariana, que tem, segundos dados informados nas reuniões de Câmaras Técnicas do CIF, 13 milhões de metros cúbicos de rejeitos depositados. Da última vez, conta Lélis, a água jogou poeira pro ar. “Nunca vi isso, água jogar poeira”, diz.

A Aspec está acionando o Ministério Público para que intervenha no caso e explique porque os peixes exóticos estão liberados para pesca. “Em novembro 2015, sugeri a proibição total da pesca. Eles aceitaram. Mas em maio de 2017, liberaram os exóticos. Se não sabe qual o grau de contaminação, então tem que proibir tudo. Prevenir é melhor do que contaminar a população toda”, afirma o pescador.

As críticas à liberação da pesca no Rio Doce é feita também por pescadores capixabas, sem qualquer atendimento por parte dos governos estaduais ou do Ministério Público.


Este artigo foi originalmente publicado pelo site “Século Diário” [Aqui!]

O DIÁRIO: Nível de oxigênio no Canal Quitingute ainda irregular

Blog do Pedlowski – Divulgação
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Dragagens e despejo irregular de esgoto seriam as causas dos problemas no Canal Quitingute

O nível de anoxia (falta de oxigênio) nas águas do Canal Quitingute, no município de São João da Barra (SJB), ainda não foi normalizado. A informação é do Laboratório de Ciências Ambientais (LCA) da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), que desde a semana passada vem fazendo coletas e análises da água. As principais causas seriam as dragagens feitas no local e o despejo irregular de esgoto. Há menos de uma semana, o problema causou a mortandade de peixes no canal.

Entre os dias 17 e 26 deste mês, equipes da LCA fizeram três coletas e concluíram que o problema persiste. De acordo com o professor da Uenf Marcos Pedlowski, que acompanha os estudos sobre os impactos ambientais no Quitingute, a última amostra analisada, coletada no dia 26, aponta que a situação é crítica, principalmente na parte sul do canal, entre as localidades de Água Preta e Barra do Açu. “Nenhuma das amostras obedece às condições para uso direto e indireto dessa água. Simplesmente não existe oxigênio nessa água, o que é limitante à vida”, disse.

SUSPEITA DE DESPEJO DE ESGOTO

Pedlowski explica que a quantidade de oxigênio na água não atende aos parâmetros de normalidade da resolução 357/05 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), causando problemas quando a água é usada na irrigação, consumo e outras atividades, além da mortandade de peixes e outros organismos aquáticos.

Segundo o professor, as principais causas seriam a dragagem no local, que remexe a areia e o lodo no fundo, causando a proliferação de micro-organismos, e o despejo de esgoto. “Como não existe sistema de lançamento de esgoto, temos fortes indícios de que pessoas e indústrias o estejam despejando clandestinamente no canal”. Pedlowski acrescentou que nas coletas foram identificados altos níveis de coliformes totais e fecais e compostos químicos como a vanilina (baunilha).

LIMPEZA

Já o superintendente regional do Inea em Campos, Renê Justen, disse que a quantidade de oxigênio no canal está normal, explicando que em função de um grande volume de água que se concentrou, houve a necessidade da construção de uma barragem, rompida por moradores, há cerca de 10 dias. “A passagem de um grande volume de água levou o lodo à superfície e junto à vegetação, impediu a passagem de oxigênio, ocasionando a mortandade dos peixes. A água do Quitingute vem do Rio Paraíba e a falta de oxigênio é uma característica do local em função da vegetação”, disse Renê, acrescentando que o prefeito de SJB, José Amaro Martins, o Neco, se comprometeu a limpar o canal nos limites do município e que está tentando outra máquina para a limpeza junto ao Inea.

FONTE: http://www.odiariodecampos.com.br/nivel-de-oxigenio-no-canal-quitingute-ainda-irregular-6491.html

Análises da água do Quitingute mostram persistência da falta de oxigênio

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As imagens abaixo mostram visualmente a situação da concentração de oxigênio dissolvido (OD) nas águas do Canal do Quitingute a partir do início das medidas no dia 17 de Novembro até a última coleta realizada pelos pesquisadores do Laboratório de Ciências Ambientais na última segunda-feira (26/11).

E para entender que o problema permanece basta olhar os valores de OD e notar que a situação do Canal Quitingute é ruim em toda a sua extensão, mas atinge níveis de ausência de oxigênio a partir da localidade de Água Preta, se estendendo na malha amostral até Bajuru.

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O que esses resultados, espacializados e distribuídos num período de nove dias, indicam é que o problema de contaminação biológica do Quitingute não é pontual e nem cessou no momento em que o superintendente do INEA indicou que estávamos retornando a uma suposta normalidade.

Agora competiria ao próprio INEA, ou ao Ministério Público, tomaram medidas para identificar os pontos onde a contaminação por material orgânico está ocorrendo e identificar os responsáveis por isso. Afinal de contas, a trilha da anoxia está bem demonstrada pelas análises feitas pelo LCA/UENF.

Pescadores do V Distrito se reúnem para organizar ações para apurar responsabilidades pela mortandade de peixes no Canal de Quitingute

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Uma reunião realizada na noite de ontem (25/11), e que contou com a presença de mais de 50 pescadores de diversas localidades do V Distrito (Barra do Açu, Água Preta, Mato Escuro, Quixaba e Palacete) serviu para que uma pauta de ações fosse organizada para apurar as responsabilidades pela mortandade de peixes que vem ocorrendo no Canal Quitingute há quase duas semanas.

Entre as decisões tomadas está a apresentação de uma representação junto ao Ministério Público para que o mesmo estabeleça um processo de investigação para apurar quem vem lançando esgotos no Canal de Quitingute, já que essa é uma das causas mais prováveis da massiva mortandade de peixes que vem ocorrendo naquela importante fonte de abastecimento de água, renda e proteína animal para os habitantes do V Distrito de São João da Barra.

Presente na reunião, o vereador Franquis Areas (PR), que é morador da localidade de Barra do Açu, se comprometeu a levar o problema para apreciação da Câmara de Vereadores de São João da Barra, o que deverá ocorrer o mais rápido possível.

Como os efeitos desse processo deverão se prolongar, já que a população de peixes está sendo praticamente dizimada em período de defeso, os pescadores decidiram se manter mobilizados, e deverão realizar uma nova reunião ainda no início de Dezembro.

Mortandade de peixes continua no Canal Quitingute e desmente versão de “normalização” da situação

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Pesquisadores do Laboratório Ciências Ambientais (LCA) da UENF estiveram novamente no Canal Quitingute para coletar amostras de água nesta segunda-feira (25/11).  A primeira constatação é que a mortandade de peixes que começou há quase 15 dias continua. Essa constatação foi confirmada por moradores do V Distrito que estão encontrando peixes mortos boiando no Canal Quitingute desde Água Preta até Bajuru, numa demonstração de que o problema que causou a mortandade continua ocorrendo.

Essas constatações colocam em xeque a versão oficial do INEA de que a condições das águas do Canal Quitingute estariam voltando ao normal. Mais maiores informações sobre a qualidade das águas só deverão ser dadas até o final de hoje quando os primeiros resultados forem liberadas.

De toda forma, a situação é preocupante e agora se espera que o INEA e o Comitê de Bacias se juntem ao esforço de identificar as fontes do problema para contê-las o mais rápido possível. Agora uma coisa é certa: há algo de muito podre no reino do V Distrito, e não são só os peixes que estão aparecendo mortos que dão a pista.

Entrevista do Prof. Carlos Rezende sobre os problemas ocorridas no Canal Quitigunte

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