Dissertação na UFRJ aborda narrativas das mulheres do MST e suas contribuições para enfermagem em saúde coletiva

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Recebi e divulgo a realização da banca examinadora da dissertação de mestrado escrita por Denise Consuello A. dos Santos no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio de Janeiro, sob orientação da professora Elisabete Pimenta Araújo Paz.

O trabalho intitulado “Narrativa de mulheres do Movimento dos Trabalhadores  Rurais Sem-Terra (MST): contribuições para enfermagem de saúde coletiva” será defendido na próxima 4a. feira a partir das 0930 h, e os interessados poderão assistir via um canal online (ver cartaz abaixo).

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A partir de uma pesquisa realizado em três assentamentos de reforma agrária, o estudo evidenciou que as mulheres do MST usam plantas medicinais, remédios caseiros e valorizam a alimentação saudável, apoio mútuo, medidas preventivas para cuidar da saúde dentro dos assentamentos. Por outro lado, a pesquisa apurou que “na rede formal de saúde, a Atenção Primária à Saúde se mostrou efetiva para alguns cuidados. Entretanto, observou-se a necessidade de compra de medicamentos prescritos e, devido à demora para se receber atendimentos especializados, as entrevistadas relataram uso de consultas particulares.” Além disso, os dados relativos à “assistência na Atenção Terciária também foram positivos quanto aos atendimentos, mas as unidades de saúde, segundo as narrativas, são muito distantes dos locais de suas residências, impondo dificuldades no deslocamento.”

Considero que essa pesquisa não é apenas essencial do ponto de vista de fortalecer políticas sociais destinadas a atender segmentos politicamente marginalizados como o dos beneficiários da reforma agrária, mas também traz um importante aporte das mulheres que, objetivamente, passam muitas vezes por processos adicionais de marginalização.

Urgente: assine petição em defesa do patrimônio público da UFRJ

PRAIA VERMELHA

Resultado de um contrato da UFRJ com o BNDES, que através de sua área de desinvestimento e do departamento de desestatização subcontratou o Banco Fator, o Projeto VIVA UFRJ prevê a privatização e a entrega ao  financeiro-imobiliário de 50 mil m² do campus da Praia Vermelha, para dar lugar a 14 edifícios comerciais e residenciais de até 20 andares. Segundo site da UFRJ, “as atividades econômicas serão definidas pela vocação imobiliária dos terrenos, de acordo com os interesses do futuro cessionário privado” e “provavelmente essas vocações estão associadas à ocupação para residências, comércio ou serviço. Há possibilidade de haver centros de compras ou de convenções, supermercados ou hotéis, além de necessariamente ter o equipamento cultural multiuso”.

Apresentado no final de 2019 ao Conselho Municipal de Política Urbana pelo BNDES e representantes da Reitoria da UFRJ, o projeto prevê a demolição da Casa da Ciência, do Instituto de Psiquiatria, do Instituto de Neurologia Deolindo Couto, bem como a destruição de todo o Parque Arbóreo do campus. Ademais, comprometeria a continuidade de atividades educativas e esportivas desenvolvidas pela Escola de Educação Física e Desporto e outras unidades, abdicando da implantação de equipamentos esportivos e culturais previstos pelo Plano de Desenvolvimento e Uso da Praia Vermelha, que integra o Plano Diretor UFRJ 2020, aprovado pelo Conselho Universitário em 2009. A destruição da diversa e rica cobertura arbórea do campus, que conta com árvores centenárias, causará impacto no microclima da região e prejudicará os pássaros, alguns que têm ali seu habitat e outros, migratórios, que têm ali um local de pouso.

O projeto VIVA UFRJ viola o Estatuto da Cidade, a Lei Orgânica do Município e o Plano Diretor, que exigem a participação social no planejamento urbano. Sem ouvir e sequer informar à comunidade universitária e à sociedade civil, a Prefeitura de Marcelo Crivella e a Reitoria da UFRJ negociaram um projeto de lei especial só para este lote, prevendo alteração dos parâmetros urbanísticos e do gabarito da área apenas para viabilizar uma operação imobiliária-especulativa, com prédios de até 20 andares, com graves impactos sobre área do Rio Patrimônio da Humanidade e consequências drásticas para a qualidade de vida do bairro de Botafogo e bairros vizinhos: adensamento populacional, congestionamento do trânsito que já tem constantes engarrafamentos, degradação ambiental e da qualidade de vida.

A pretexto de resolver a grave asfixia financeira da universidade, decorrente de políticas contra a educação, ciência, cultura e arte do Governo Bolsonaro-Guedes, a Reitoria trai longa história de lutas da UFRJ por uma universidade pública, autônoma, gratuita e de qualidade, financiada por recursos públicos. A Reitoria da UFRJ rompe a frente de universidades públicas que repudiam o Future-se, proposto pelo Ministro da Educação de Bolsonaro, Abraham Weintraub, que pretende depositar nas mãos de fundos financeiros e de capitais privados o destino das universidades públicas. A Reitoria da UFRJ abdica da autonomia universitária, entregando ao mercado as decisões sobre o que deve ser implantado no campus da Praia Vermelha. A solução para a crise financeira imposta pelo Governo Federal à UFRJ e ao conjunto das universidades públicas federais de todo o país somente será superada com o aporte de recursos públicos, e não com paliativas “soluções de mercado”.

Um empreendimento comercial cravado no campus de uma universidade pública causará imenso prejuízo simbólico e acadêmico, seja com a circulação de pessoas alheias ao espaço, seja com o desrespeito aberto ao sentido e compromisso da instituição com o ensino, produção de conhecimentos e atendimento da população em ações de extensão. Mesmo porque o terreno de 116.000 m² foi doado à UFRJ, por meio do Decreto-lei n° 233, de 28/02/1967, para “os serviços hospitalares e ampliação das instalações da Universidade, tornando-se nula a doação se aos mesmos for dado destino diverso do previsto, independentemente de qualquer indenização pelas benfeitorias neles construídas”.

Violando a Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527, de 18/11/2011), a Reitoria até agora tem mantido em sigilo informações que são de interesse público, inviabilizando a ampla e democrática discussão sobre o destino de um bem comum – o campus da Praia Vermelha, patrimônio da UFRJ, do povo brasileiro, da cidade do Rio de Janeiro e de seus moradores.

Por todos esses motivos e considerando o permanente estado de emergência que impede uma efetiva participação da comunidade universitária e da sociedade civil no processo de discussão e decisão.

EXIGIMOS:
– A IMEDIATA DIVULGAÇÃO PÚBLICA DOS RELATÓRIOS E ESTUDOS PRODUZIDOS PELO BANCO FATOR E PELO BNDES

– A IMEDIATA SUSPENSÃO DO PROJETO VIVA UFRJ

O MOVIMENTO SALVA UFRJ e todo(a)s o(a)s que subscrevem este manifesto chamam a comunidade universitária e a sociedade civil a unirem-se na luta em defesa da UFRJ, da universidade pública e da cidade do Rio de Janeiro.

NÃO À PRIVATIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO DA UNIVERSIDADE PÚBLICA!

VERBAS PÚBLICAS PARA A UNIVERSIDADE PÚBLICA, PARA A EDUCAÇÃO, CIÊNCIA, TECNOLOGIA, CULTURA E ARTES!

NÃO À ENTREGA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO À ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA!

VAMOS SALVAR A UFRJ!
VAMOS SALVAR OS BAIRROS DE BOTAFOGO e URCA

Rio de Janeiro, 29 de outubro de 2021

(Para subscrever este abaixo-assinado, basta clicar [Aqui! ].

Contra corte no orçamento da UFRJ, alunos protocolam petição com quase 240 mil assinaturas no Ministério da Educação

Abaixo-assinado engajou apoiadores por meio da plataforma Change.org; estudantes protocolaram documento no MEC, nesta quinta-feira (16)

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O protocolo foi feito por estudantes da APG (Foto: Arquivo pessoal)

Alunos da Associação de Pós-Graduandos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (APG-UFRJ) protocolaram no Ministério da Educação (MEC) um abaixo-assinado com quase 240 mil assinaturas em defesa do orçamento da universidade. O protocolo foi feito, na tarde desta quinta-feira (16), por Marcelo Acácio, diretor de políticas institucionais da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), e Emerson Oliveira, diretor da APG-UFRJ e mestrando em Linguística e Línguas Indígenas (PROFLLIND).

O abaixo-assinado foi lançado em maio como forma de protesto ao corte no orçamento da universidade. Segundo artigo da reitora Denise Pires e do vice-reitor Frederico Leão, publicado naquele mês, o orçamento discricionário aprovado pela Lei Orçamentária para a UFRJ em 2021 é 38% do empenhado em 2012. De acordo com a APG, somando-se isso ao bloqueio de 18,4% do orçamento aprovado, o funcionamento da UFRJ ficaria inviabilizado.

“Os vetos presidenciais à Lei Orçamentária Anual (LOA) e o bloqueio de créditos do orçamento em 2021 inviabilizam a educação pública, universal e de qualidade no país. O maior bloqueio de verbas ocorreu no Ministério da Educação, com R$ 2,7 bilhões (19,7% das despesas aprovadas)”, destaca a Associação de Pós-Graduandos da UFRJ no texto da petição. Os alunos também apontam que o orçamento das universidades vem sendo “radicalmente reduzido há tempos” e que, no atual governo, a situação se agravou criticamente. 

A petição, que segue aberta na plataforma Change.org, aponta que a educação brasileira pública, gratuita e de qualidade enfrenta ataques e um processo de desmonte. Segundo o manifesto, isso faz com que toda a sociedade saia perdendo e seus efeitos sobre a educação superior aprofundem as desigualdades educacionais e sociais, ameaçando a democratização do ensino e distanciando a juventude do direito inalienável à educação.

Mobilização foi lançada em defesa da universidade (Foto: Arquivo pessoal)

“Um país sem educação, pesquisa e investimentos básicos e fundantes para o seu desenvolvimento, tende a reproduzir um projeto estarrecedor de estagnação que o levará ao eterno subdesenvolvimento social, aprofundando desigualdades seculares e estratificando repulsantes violências”, enfatiza o abaixo-assinado. No texto, os estudantes ainda ressaltam que em meio à crise sanitária global, a Ciência e as Universidades se mostram fundamentais. 

A APG chama o ataque ao orçamento de “golpe do governo Bolsonaro” à universidade e à educação como um todo e, diante disso, manifesta repúdio por meio do abaixo-assinado. “Nós nos posicionamos contra o desmonte da educação, da democracia e da liberdade de ensino, pautas concretas que vêm sido colocadas em prática e ameaçam cada vez mais a construção de uma sociedade crítica, justa e igualitária no país”, declaram os estudantes. 

Uma eulogia para Jorge Xavier da Silva

 

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Professor  Jorge Xavier da Silva (1o. à esquerda) sendo homenageado, durante a Semana Comemorativa dos 50 Anos da Faculdade de Engenharia 

Hoje me chegou a notícia do falecimento do Professor Emérito do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Jorge Xavier da Silva, que foi um dos introdutores, senão o principal, do Geoprocessamento no Brasil. Eu conheci o Professor Xavier ainda nos meus anos de graduação quando frequentei a sua notória disciplina, onde ele ministrava conteúdos que só se tornariam mais populares anos mais tarde.

O professor Xavier era uma pessoa controversa dentro do Departamento de Geografia da UFRJ, pois ele possuía uma personalidade muito forte e, por vezes, abrasiva e truculenta. Entretanto, no meu caso, a relação foi sempre amistosa e não guardo dele nenhuma memória negativa. Não sei bem o porquê, mas sempre mereci do professor Xavier as melhores expressões de gentileza e compreensão.  Aliás, em um ato para lá de generoso,  foi graças a ele que foi viabilizada em 1991 a minha ida para trabalhar na equipe que a Dra. Virginia Dale comandava na Divisão de Ciências Ambientais do Oak Ridge National Laboratory. É que ao saber que havia uma hesitação na concessão da minha bolsa de pós mestrado pela Oak Ridge Associated Universities (ORAU), foi ele quem ligou para a Dra. Dale para garantir que eu possuía os requisitos necessários para compor a sua equipe. 

É interessante que eu sequer lhe pedi para que ligasse para a Dra. Dale, mas mesmo assim o professor Xavier se prontificou a fazer a ligação, e o fez de forma tão convincente e convicta que a decisão ia ser negativo após sendo positiva.  Após a concessão da bolsa, eu apenas ouvi dele que não me deixasse embriagar pelo sucesso, e que voltasse para o Brasil depois de cumprir o meu ciclo acadêmico nas Terras do Tio Sam. Segundo ele o Brasil precisaria de mim, mais do que os EUA.

Como a minha jornada nos EUA durou mais do que eu esperava, sempre que passava pelo Rio de Janeiro entre 1991 e 1996, período em que fiquei fora do Brasil, sempre ia até a UFRJ para encontrar amigos, mas principalmente, ter um dedo de prosa com o Professor Xavier.  Nessas nossas conversas, sempre ouvia dele a mais completa convicção de que o Brasil podia dar certo, e que os geógrafos tinham um papel mais do que relevante para que isso pudesse ocorrer. Após voltar para o Brasil em 1997 e passar alguns meses como visitante no Departamento de Geografia, e frequentemente conversava com o Professor Xavier.  Nesses encontros, sempre ouvia dele conversas animadas sobre o papel da universidade pública no desenvolvimento da ciência nacional. 

A convite do professor Xavier, ainda colaborei por algum tempo em um programa de pós-graduação latu sensu que ele criou para continuar difundindo suas metodologias para profissionais de áreas variadas,  e que estavam consolidadas no seu Sistema de Análise Geo-Ambiental (SAGA).  Lamentavelmente, ao longo do tempo fui perdendo contato com o Professor Xavier, pois os afazeres como professor na Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) acabaram por me empurrar para longe do contato mais próximo com o Departamento de Geografia da UFRJ. Entretanto, sempre permaneci grato pelo empurrão, pelas dicas e pelas conversas animadas.

Como aluno e alguém que teve sempre o melhor do Professor Xavier, posso apenas dizer que estamos todos mais pobres com a sua morte.  É que em que pesem seus métodos e eventuais defeitos, ele sempre foi um apaixonado pelo Brasil, pela ciência brasileira em geral, e pela Geografia em particular. Aliás, em nosso último encontro que ocorreu em 2009 no XIII Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada realizado na Universidade Federal de Viçosa, ele me pediu para ficar mais envolvido na defesa dos geógrafos dentro do CREA/RJ, pois ele temia que fossemos retirados daquele conselho profissional. Esse era o Professor Xavier em sua plena essência: do aparente individualismo à constante preocupação com o coletivo.

Soube que o Professor Xavier esteve enfermo nos últimos anos da sua vida, o que certamente foi um atrapalho, mas não o impediu de continuar pensando em trabalho, pois era essa a sua natureza.  Mas agora que ele faleceu, espero que  ele seja sempre lembrado pelo seu amor pelo Brasil e pela Geografia. Descanse em paz Professor Jorge Xavier da Silva.

É Fogo – Dados e perspectivas para a cobertura das queimadas no Brasil

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Greenpeace e LASA (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ) abrem inscrições para o webinar de preparação para cobertura da temporada de fogo na Amazônia

A temporada de seca no Brasil traz com ela o aumento das queimadas, a maioria delas criminosas, e uma série de impactos ambientais, sociais e econômicos que afetam não só as pessoas e o país, mas o mundo.

Mas qual a diferença entre os incêndios na Califórnia, no Cerrado ou na Amazônia? Tudo é culpa das mudanças climáticas? Como é feito o monitoramento do fogo e como interpretar os dados das imagens de satélite? Para os jornalistas, como lidar com a guerra de narrativas e a desinformação promovida até mesmo pelo poder público?

Estas são algumas perguntas que iremos responder no webinar “É Fogo – Dados e perspectivas para a cobertura das queimadas no Brasil”, realizado pelo Greenpeace em parceria com o LASA – Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ, nos dias 28 e 29 de julho, das 9h às 12h30.

As inscrições são gratuitas, inscreva-se AQUI e participe!

UFRJ reúne maiores especialistas do mundo para pensar o futuro pós-COVID

Conferência internacional debaterá os amanhãs desejáveis em áreas como sustentabilidade e inteligência artificial

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O novo coronavírus mudou a forma que todos viviam. Entrelaçou uma crise sanitária sem precedentes a problemas sociais, econômicos e ambientais, aprofundando desigualdades, a polarização política e social, além dos desafios de governança global. Neste momento tão desafiador para a Humanidade, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) conseguiu reunir alguns dos mais importantes pensadores do mundo para discutir, de forma crítica e abrangente, qual futuro nos espera – e, mais do que isso, quais amanhãs são desejados e possíveis nos anos pós-Covid.

A Conferência Internacional “Desirable Tomorrows”, que, em virtude da pandemia, acontecerá de forma virtual, será aberta, no dia 29 de abril, pela reitora da UFRJ, professora Denise Pires de Carvalho, e por Jerson Lima, presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). O primeiro painel, que debaterá as tendências e desafios do mundo pós-Covid, terá entre os participantes a economista Mariana Mazzucato, considerada uma das mais influentes do mundo.
 
Prêmio Nobel de Química, o suíço Kurt Wüthrich também é um dos palestrantes do evento. Ele irá proferir a conferência magna em maio, quando serão realizados cinco painéis. Em um deles, Miguel Centeno, da Universidade de Princeton, lembrará que é preciso ter resiliência, pois não existe um ˜Planeta B˜. Martin Rees, da Universidade de Cambridge, perguntará ˜se teremos um novo século pela frente˜. O encontro internacional será encerrado no início de junho. As inscrições para quem quiser assistir ao evento on-line já estão abertas (http://desirabletomorrows.org/register).

Durante o período, serão trazidos à tona temas diversos, mostrando que o papel da pesquisa e do conhecimento científico são cruciais para que sociedade e governos possam enfrentar a crise multidimensional que hoje ocorre. Entre as tendências e desafios do mundo pós-Sars Cov-2, a academia, junto da sociedade civil, irá debater como construir um futuro mais sustentável e equitativo; iniciativas rumo à transição energética, o impacto da Inteligência Artificial na sociedade, entre outros, sempre indagando como a ciência e a tecnologia podem contribuir para um futuro benigno, superando as ameaças e riscos de colapso.

A ideia dos organizadores era realizar a conferência, de modo presencial, em setembro do ano passado, quando a UFRJ celebrou seu centenário. Por conta da pandemia, o plano original teve que ser alterado, mas a proposta de mergulhar em uma reflexão sobre o futuro se manteve. Mais do que nunca, a missão da Universidade pública, patrimônio da sociedade, se mostra estratégica e crucial para combater o obscurantismo e promover conhecimento científico.

A conferência, organizada pelo Colégio Brasileiro de Altos Estudos (Fórum de Ciência e Cultura) e pelo Programa de Internacionalização (PRINT) da UFRJ, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, será transmitida no YouTube do FCC com tradução simultânea.


Confira a programação.

Painel 1: O Mundo Pós-COVID: Tendências e Desafios (29 de abril, às 10h30m)

Painel 2: A Urgência da Mudança Social: Construindo um Futuro Sustentável e Equitativo (3 de maio, às 11h, e 4 de maio, às 13h)

Conferência Magna: Professor Kurt Wüthrich (2002 Prêmio Nobel de Química 2002) – 3 de maio às 14h30m

Painel 3: Mudança Climática, Biodiversidade e a Governança Ambiental – Desafios Globais e suas Implicações (11 de maio, às 9h30m e 11 de maio às 14h)

Painel 4: Inteligência Artificial e seu impacto na sociedade (18 de maio às 14h)

Painel 5: Fronteiras da Biologia e da Medicina (25 de maio, às 10h e às 14h)

Painel 6: Transição Energética: Desafio para o Século 21 (31 de maio às 10h)

Painel de Encerramento: Daqui para Onde? Geopolítica, Política, Tecnologia, e Economia para o Mundo Pós-Covid (7 de junho às 10h).

A íntegra dos painéis pode ser encontrada no link:

Despejo durante a pandemia: nova gestão municipal de Macaé despeja UFF e UFRJ do prédio da FUNEMAC

A nova gestão da prefeitura de Macaé pretende desalojar a UFF e a UFRJ do prédio da Fundação Educacional de Macaé (FUNEMAC) localizado na Cidade Universitária. Os professores estão sendo desalojados sem que haja outro local que eles possam ocupar para continuar suas atividades

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No prédio da FUNEMAC funcionam a sala dos professores dos cursos de Engenharia, Enfermagem, Farmácia, Medicina, Nutrição e Química e laboratórios de ensino e de pesquisa (importantíssimos para as atividades de ensino, pesquisa e extensão da universidade), bem como locais de guarda de materiais administrativos e didáticos. Destacamos que não há gabinete para professores no Polo Universitário e nem mesmo espaço para alojar os laboratórios que estão no referido prédio.

A UFF também está sendo despejada em dois serviços que atendem gratuitamente a população de Macaé. A UFF perderá o espaço o Centro de Assistência Jurídica (CAJUFF), que presta atendimento jurídico a quem precisa, e o Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal (NAF), que auxilia na declaração do imposto de renda, em parceria com a Receita Federal.

Essa decisão do novo prefeito de Macaé foi recebida  muito espanto e consternação pela comunidade universitária da UFF e da UFRJ em Macaé. Mesmo em meio à pandemia, a produção acadêmica da UFRJ Macaé não parou, intensificou até por meio do GT COVID-19 UFRJ/MACAÉ, e esperamos que, em breve, todas as atividades presenciais sejam retomadas com qualidade e segurança.

De qualquer maneira,  o corpo docente da UFRJ se mantém aberto ao diálogo com o município de Macaé. Enquanto isso, os professores da UFRJ pedem a ajuda de todos e todas na divulgação desse fato em suas redes sociais, e convocam a toda a comunidade acadêmica e população de Macaé e região para o twitaço #ficaufrjmacaee#ficauffmacae às 18 horas deste sábado.

UFRJ alerta sobre ondas da pandemia de COVID-19 se sobrepondo

O Grupo de Trabalho para Enfrentamento da COVID-19 emitiu Nota Técnica que fala da necessidade de medidas urgentes

mascaraFoto: Artur Moês (CoordCom/UFRJ)

Por Assessoria de Imprensa da Reitoria

O Grupo de Trabalho para Enfrentamento da COVID-19 da UFRJ emitiu nesta segunda-feira, 30/11, nova Nota Técnica alertando para o aumento acelerado de casos da doença sem ter ocorrido o término da primeira onda. Os dados sugerem que há uma nova onda se sobrepondo à primeira, fato que torna o problema ainda mais grave e complexo, principalmente em virtude de aglomerações desnecessárias e declarações públicas de autoridades governamentais afirmando que não retrocederão nas medidas de flexibilização.

A Nota Técnica conclama os entes municipal, estadual e federal para uma ação unificada e a adoção de diversas medidas. Leia a íntegra do documento no arquivo abaixo.

Quem desejar ler a íntegra da Nota Técnica emitida pela UFRJ, basta clicar [Aqui!].

UFRJ emite nota sobre os problemas da qualidade da água provida pela Cedae na região metropolitana do Rio de Janeiro

A pedido da Reitoria, grupo de docentes da UFRJ elaborou nota técnica contendo constatações e recomendações

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Estação de Tratamento da Água do Guandu – foto: Divulgação/Governo RJ

Face aos questionamentos recentes sobre a qualidade da água potável distribuída para consumo na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ) e cientes da responsabilidade acadêmica e social que a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) tem com toda a população, a Reitoria da UFRJ solicitou a um grupo de docentes que desenvolve suas linhas de pesquisa em assuntos relacionados à ecologia aquática, recursos hídricos, saneamento e saúde pública, a elaboração de nota técnica contendo constatações e recomendações.

1. Há uma evidente degradação ambiental nos mananciais que são utilizados para abastecimento público da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Essa degradação compromete a qualidade da água, dificulta seu tratamento e pode colocar em risco a saúde pública.

2. A companhia de saneamento é responsável pelo controle da qualidade da água tratada, respeitando as resoluções legais. A vigilância da qualidade da água é de responsabilidade do setor da Saúde (Ministério da Saúde, Secretarias Estaduais e Municipais da Saúde), que deve garantir a segurança e qualidade da água a ser distribuída para a população.

3. A população não deve ser responsabilizada para identificar se a água está ou não adequada ao consumo. Além disso, sem que haja identificação e esclarecimento de uma eventual contaminação, a população também não poderá ser induzida a consumir água mineral ou de qualquer outra fonte. Não atender a essas considerações propicia um cenário que piora a segurança da água, além de ser socialmente injusto, pois impõe um gasto extra para o consumidor que deveria ser atendido de forma adequada pela rede de distribuição.

4. A falta de informações claras e precisas também configura um cenário de insegurança. É necessário que haja transparência imediata da real situação da qualidade da água distribuída para consumo pela população do Rio de Janeiro e que os setores responsáveis pelo controle e vigilância da qualidade atuem de forma coordenada, cooperativa e rápida para garantir água segura e de qualidade, conforme determina a legislação.

5. Enquanto a recuperação adequada dos recursos hídricos utilizados para abastecimento público não for realizada, a perspectiva de recorrência de crises semelhantes num futuro próximo é bastante provável. Sendo assim, os investimentos necessários para essa recuperação não podem ser adiados e devem ser considerados prioritários e estratégicos.

Mais detalhes sobre esses aspectos podem ser encontrados na nota técnica. Leia na íntegra aqui.

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Este artigo foi inicialmente publicado pela Assessoria de Imprensa do Gabinete da Reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) [Aqui!].

UFRJ aponta que óleo pode ter saído de área a 700 km da costa

Poluição atinge praias do Nordeste desde o início de setembro

oleo praiaAdriano Machado/Reuters

Por Vinícius Lisboa – Repórter da Agência Brasil 

Um estudo realizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) a pedido da Marinha conseguiu mapear, de forma preliminar, a provável área de onde partiu o óleo que polui praias do Nordeste desde o início de setembro. A região localizada abrange uma área que começa a uma distância de 600 a 700 quilômetros da costa brasileira, já em águas internacionais, em uma latitude próxima da divisa entre Sergipe e Alagoas.

Os cálculos foram feitos no Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia (Lamce) do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ), utilizando uma metodologia chamada de modelagem numérica. Com informações sobre a forma como o óleo chegou às praias, correntes marinhas e ventos, os pesquisadores fizeram uma previsão às avessas, reconstituindo o caminho que esse óleo precisaria ter percorrido para se dissipar da forma que vem ocorrendo.

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Fonte: Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia (Lamce)

Professor do departamento de meteorologia da UFRJ e do programa de pós-graduação de engenharia civil da Coppe/UFRJ, Luiz Assad, explica que o foco do trabalho, iniciado há duas semanas, é reduzir a extensão da área mapeada e chegar mais perto de um ponto específico de onde pode ter partido o vazamento.

“O ponto inicial seria entre 600 e 700 quilômetros, e [a área] entra um pouco mais pro Atlântico. Estamos nesse momento trabalhando para tentar diminuir essa área. Não temos um ponto de vazamento, temos uma área grande no meio do Oceano que é uma área de provável origem do óleo”.

Se ainda não foi possível ter um resultado conclusivo sobre a área do vazamento, tampouco há condições de afirmar quando ele ocorreu. Segundo Assad, as informações atuais apontam para o início de agosto, um mês antes dos primeiros registros de petróleo na costa, o que se deu em 2 de setembro.

“É uma análise ainda preliminar. A gente ainda não tem como afirmar isso”, pondera.

O pesquisador explica que, ao ser lançado no mar, o óleo sofre transformações em suas características físico-químicas, que fazem com que ele afunde até uma camada subsuperficial do mar. Apesar de pequena, a profundidade é suficiente para que ele passe despercebido por satélites.

Assad conta que o trabalho também inclui calcular o possível alcance que o óleo pode atingir no litoral brasileiro. O pesquisador considera difícil precisar quanto tempo o estudo ainda pode levar, mas ele acredita que serão necessários, ao menos, um mês a um mês e meio.  

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Este artigo foi publicado originalmente pela Agência Brasil [Aqui!].