O DIÁRIO: Névoa de areia salgada em distrito de SJB

MARCOS PEDLOWSKI/DIVULGAÇÃO
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Uma névoa de areia salgada invade os telhados das casas das localidades de Bajuru e Mato Escuro, no 5º distrito de São João da Barra (SJB). O problema foi levantando pelo professor Marcos Antônio Pedlowski, responsável pelo setor de Estudos sobre Sociedade e Meio Ambiente da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf). Segundo ele, a areia estaria depositada no aterro hidráulico construído pela LLX, do Grupo EBX, como parte das obras do Porto do Açu. O vento Nordeste seria o responsável por levar o material às residências.

“Para construir um canal artificial, removeram a areia salgada, mas em vez de colocá-la fora do oceano, que seria o certo, fizeram o aterro hidráulico, sem mecanismo de contenção, que poderia ser uma camada de argila ou brita. Com isso, a areia se movimenta e voa em direção às casas”, disse Pedlowski, que considera o 5º distrito “um caldeirão de problemas ambientais”, acrescentando que no local existe uma “duna móvel” de sete metros de altura.

Em outubro, o professor visitou as localidades. “Em poucos minutos estava lacrimejando. Soube também que os motociclistas evitam usar seus veículos em dias com ventos fortes por causa da grande quantidade de areia no asfalto. A sensação é a de que está nevando”.

Salinização também preocupa

Além de destruir a vegetação, a areia, que estaria depositada a dois quilômetros das obras do Porto do Açu, pode causar problemas respiratórios, segundo alertou ainda o pesquisador.
“Estamos tornando o problema público, embora exista também o interesse acadêmico, onde pretendemos iniciar um estudo sobre esse material. Queremos saber, por exemplo, o teor de salinidade e se existem outros tipos de materiais depositados ali. São milhões de metros cúbicos de areia se perdendo”, informou o professor da Uenf.

Pedlowski citou o problema da salinização da água e do solo na área do 5º distrito de São João da Barra, que seria decorrente das obras do estaleiro, denunciado no final do ano passado. “Pelo jeito, os efeitos ambientais são mais amplos do que se imaginava inicialmente quando se detectou o problema”, ressaltou o pesquisador.

Em nota, a Assessoria de Imprensa da Empresa LLX informou “que há uma rede de monitoramento da qualidade do o ar na região, incluindo a localidade de Mato Escuro, no 5º distrito de São João da Barra, e não há registro de alteração nos índices desde o início da execução do aterro hidráulico. O monitoramento é realizado por empresa especializada, e os relatórios com os dados de monitoramento de qualidade do ar são encaminhados ao Inea (Instituto Estadual do Ambiente)”.

FONTE: http://www.odiariodecampos.com.br/nevoa-de-areia-salgada-em-distrito-de-sjb-6225.html

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