A chuva no dia do aniversário de Campos e as tarefas que ela expôs

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As cenas de ruas alagadas por toda a cidade de Campos nesse 28 de março que passou têm repercutido de diferentes formas, dependendo da cor partidária e da redação que publica as fotografias. Como tive a “sorte” de cruzar a cidade no momento em que uma das maiores nuvens se desfez, tenho a dizer que vi duas situações: locais completamente alagados que pareciam querer tragar a tudo e a todos, e outros em que o sistema de drenagem funcionou perfeitamente. 

Aliás, uma das minhas preocupações era chegar na área onde moro, pois sabia que ali não haveria qualquer problema. Por quê? É que nessa parte da cidade eu e todos os meus vizinhos convivemos por quase um ano com obras de infraestrutura que ontem mostraram a capacidade devida de absorver toda a água que caiu por ali. 

Isto parece me evidenciar que um dos problemas que está sendo exposto pelas atuais chuvas é que partes importantes da cidade, inclusive a área dita nobre do filé mignon imobiliário, não estão hoje capacitadas a reagir de forma minimamente eficaz a grandes eventos climáticos. E isto é preocupante porque esta será a tendência futura por causa do processo de mudanças climáticas globais.

Em outras palavras, o que está faltando, entre outras coisas, é o correto planejamento das intervenções que o poder público municipal deverá realizar para nos dotar de uma malha de galerias pluviais e de esgoto que nos tire do Século XIX quando Saturnino de Brito estudou de forma aprofundada o município e nos oferecer uma visão de futuro. E há de se convir que dinheiro nos cofres municipais ainda não falta para que possamos chegar, pelo menos, ao Século XXI.

Finalmente, o que me parece urgente é retirar o Plano Diretor Municipal da gaveta onde se encontra e arregaçar as mangas para atacar os pontos mais críticos do problema das inundações urbanas. Simples assim.

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