A Copa FIFA finalmente acabou. E o seu legado? Vai depender de quem responde

pm

A copa promovida pela multinacional que controla o futebol no mundo finalmente terminou com a vitória da Alemanha. E graças ao gol do Mario Goetze, o (des) prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, não terá que passar novamente por mentiroso porque não teve de se confrontar com a sua promessa de se suicidar caso a Argentina vencesse (e olha que o risco andou alto ao longo do jogo!).

E agora, como fica o tal do legado da Copa? A resposta vai depender diretamente para quem se perguntar. Se for para algum tucano, a resposta será um misto de tristeza e alegria, pois apesar do terremoto prometido pela mídia corporativa não ter se confirmado, o Brasil de Felipe Scolari (aliás, um time horrível) não se sagrou campeão. Se for para os petistas, virá logo a resposta óbvia de que teve copa, e que a economia recebeu tantos bilhões a mais, sem se importar com quanto disso a FIFA vai levar para os seus cofres na Suíça. 

Agora, se olharmos para as centenas de famílias removidas nas diversas cidades-sede, para os elefantes brancos que agora ficarão relegados ao baixo nível de uso, ás obras que caíram sem terem sido concluídas, e mais importante ainda, para as centenas de prisões realizadas ao longo da duração do megaevento, especialmente em estados como São Paulo e Rio de Janeiro, o legado é terrível. É uma combinação de consolidação da segregação sócio-espacial, enriquecimento ainda maior de empreiteiros, e o aumento em nível sem precedentes pós-ditadura militar do nível de repressão aos movimentos sociais.

Para mim, o mais preocupante é que saímos desse megaevento sem a devida organização política para organizarmos as lutas dispersas contra o modelo neoliberal/desenvovimentista que hoje afoga o Brasil em uma crise social que ainda permanece latente, mas cedo ou tarde poderá explodir em grave convulsão social. É que neste nível de atomização das lutas, o mais provável é que se repitam as cenas de “estado de sítio” que se viu hoje na cidade do Rio de Janeiro.

pm

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