Os tucanos não se emendam. Depois de chorarem lágrimas de sangue por causa da derrota para Dilma Rousseff, ontem os tucanos entraram com um pedido de recontagem de votos. Qual é alegação apresentada pelos tucanos? Que a “população” (de tucanos, é claro!) estão reclamando muito na internet para questionar a legitimidade do resultado eleitoral.
Então deixa eu ver. Os tucanos perdem uma eleição ganha, depois vão na internet extravasar suas ânsias golpistas, e depois usam isso para impedir a proclamação dos resultados finais da eleição? E essas são os que nos salvariam da “ditadura bolivariana” do PT.
Pelo jeito, daqui a pouco os tucanos vão trazer o candidato derrotado da oposição venezuelana, Henrique Capriles Radonski, para liderar os seus protestos, já que o Aécio Never!! não é muito chegado em ações de rua. Tucanos e Capriles, que bela combinação!
Vidas secas: retratos da dramática falta de água em Itu (SP)
A população de Itu vive uma situação de calamidade pública. As represas da região, bastante usadas para nadar ou pescar, desapareceram. A Represa do Braiaiá, que é pequena, foi cercada pelo condomínio Terras de São José, que se expandiu em áreas do reservatório.
Há quatro anos, o prefeito Herculano Passos passou a administração da água para uma holding do grupo Bertum. Nada foi feito para melhorar a situação, que já é antiga e se agravou com a estiagem.
Neste momento a empresa Águas de Itu abastece a cidade com caminhões pipas, que retiram a água de uma empresa privada, a Rizzi, que a população tinha me indicado. Quando lá cheguei, vi que trata-se de poços artesianos, que há 40 anos abastecem as piscinas, lagos e caixas d´água da cidade.
Atualmente essa companhia foi requisitada, por decreto, a fornecer a água para Itu com os cinco poços ativos e uma fila de caminhões que saem a cada meia hora para a cidade.
Na praça principal, onde ficam o famoso orelhão gigante, o coreto e a igreja, as pessoas sentam-se desanimadas nos bancos à sombra. Passei na tradicional doceria Senzala, que produz as melhores queijadinhas do mundo, e lá tem uma piscina de plástico para as crianças se refrescarem, completamente vazia. O lavatório e os banheiros também sem nenhuma gota.
Uma senhora à janela de um dos antigos casarões me disse como lavava sua roupa: “Mando pra lavanderia”.
Nos bairros mais pobres, como o Jardim Eridano, a água não chega porque não tem força. Maria de Lurdes Oliveira, de 59 anos, carregava o balde até a cozinha e lavava a louça com uma caneca. Para cuidar da roupa o sacrifício é maior: ela carrega vários baldes até a máquina e aproveita a água desta lavagem para limpar o chão e o banheiro.
No bairro, por todo lado se vêem baldes e pequenas caixas vazias. Um grupo de mulheres e crianças aguardavam ansiosos a chegada de um caminhão para abastecer as suas casas. Uma dona de casa considerava uma vitória ter lavado a louça, outra compra garrafas de água mineral para cozinhar.
Nos reservatórios da Rizzi, muita gente enche garrafões e caixas em uma torneira. Há quem apareça com garrafas pet. Num sítio com poço artesiano, um casal vende o líquido de seu reservatório, mas não revelou o preço. Apenas que o dinheiro servia para pagar a energia.
CurtirCurtir