Peguei a nota abaixo no blog do advogado Cláudio Andrade que a repercute a partir da assessoria parlamentar do deputado Roberto Henriques. A nota em si não traria nada de novo em cima da grande enrolação que tem sido a resposta oficial ao processo erosivo que está consumindo a Praia do Açu se não fosse a declaração do Sr. Caio Cunha, especialista em relações institucionais da Prumo Logística, que atualmente é proprietário do Porto do Açu que teria nos brindado com a seguinte declaração:
“Embora tenha ficado comprovado pelo o único estudo científico que existe sobre o caso que não há relação entre o fenômeno de erosão com as obras no porto, nos disponibilizamos a financiar um novo estudo. Para nós, da Prumo, essa parceria entre a empresa, governos e comunidade é muito importante. Também queremos saber o motivo da erosão e que essa situação seja reparada”.
O Sr. Caio Cunha deve estar se referindo ao estudo que a Prumo Logística encomendou ao professor Paulo César Rosman da UFRJ um estudo sobre o problema. È que agora alcunhado “único estudo científico sobre o caso” se resumiu a uma análise qualitativa de imagens, o que dificilmente passaria pelos rigorosos crivos empíricos que o próprio professor Rosman impõe aos seus estudantes. Além disso, na audiência pública realizada pela Câmara Municipal de São João da Barra, quando pressionado pelas evidências apresentadas pelos moradores da Praia do Açu que ali estavam acabou reconhecendo que não tinha como explicar o processo erosivo em curso naquela área que se encontra sob influência direta do Porto do Açu! (Aqui!)
Aliás, como eu disse a um outro representante da Prumo Logística na própria audiência pública da Câmara de São João da Barra, o professor Rosman talvez pudesse ter oferecido uma conclusão cientificamente sólida caso a empresa tivesse oferecido a ele os dados empíricos que diz possuir em função de um monitoramento que estaria realizando na área de influência do Porto do Açu. Pelo que transpira dessa declaração atribuída ao Sr. Caio Cunha, esses dados não foram transferidos ao professor Rosman até hoje, já que continuam se apoiando em sua análise qualitativa de imagens de satélite.
O mais grave aqui é que, se a declaração atribuída ao Sr. Caio Cunha representa a posição oficial da Prumo Logística, temos aqui uma situação efetiva de auto-isenção de responsabilidades que, inclusive, estão previstas nos diversos relatórios de impactos ambientais (RIMAs) que as diferentes empresas “X” utilizaram para obter as licenças ambientais que garantiram a instalação do Porto do Açu. Se é assim que a Prumo Logística quer tratar desse problema específico, imaginem o que será feito em relação a outros tantos problemas que estão sendo disparados por conta do empreendimento que ela passou a controlar após o colapso do Grupo EBX!
De toda forma, a população da localidade da Barra do Açu vai ter que ficar mais alerta do que nunca, pois depender do que está transpirando nessas reuniões, as soluções poderão demorar tanto que não precisarão ser executadas, já que a Praia do Açu poderá desaparecer bem antes do que essas reuniões gerem soluções efetivas. A ver!
Recuperação da orla do Açu contará com ajuda privada e do governo do Estado
Na ocasião, tanto os técnicos do Inea quanto o secretário de Estado do Ambiente aceitaram como válido o resultado de um estudo, realizado a pedido da Prumo, comprovando que o fenômeno do avanço do mar e erosão no Açu não possui ligação com as obras do porto. Uma nova reunião acontecerá na sede do INPH, no Rio, na próxima quarta-feira, dia 17.
Um outro estudo sobre a situação do Açu e o projeto de recuperação da orla já foram solicitados ao INPH pela prefeitura, por intermédio do deputado Roberto Henriques. “Precisamos zelar pelas praias da nossa região e pela população que mora nessas localidades. Como parlamentar sempre me disponho a ajudar no que for preciso para o desenvolvimento sustentável do Norte e do Noroeste Fluminense”, frisou o deputado.
Para Caio Cunha a reunião foi muito proveitosa. “Embora tenha ficado comprovado pelo o único estudo científico que existe sobre o caso que não há relação entre o fenômeno de erosão com as obras no porto, nos disponibilizamos a financiar um novo estudo. Para nós, da Prumo, essa parceria entre a empresa, governos e comunidade é muito importante. Também queremos saber o motivo da erosão e que essa situação seja reparada”, pontuou.
Também participaram da reunião o secretário de governo de São João da Barra, Antônio Neves, e o Secretário de Meio Ambiente do município, Sidney Salgado.
Assecom do parlamentar
FONTE: http://blogclaudioandrade.blogspot.com.br/2014/12/recuperacao-da-orla-do-acu-contara-com.html

