
Ao ler a notícia abaixo fiquei com uma primeira impressão de que o (des) governador Luiz Fernando, o Pezão, acredita que ainda está em campanha eleitoral, momento no qual não há uma efetiva conexão sobre o que se diz que será feito, e o que um candidato se eleito irá fazer.
Mas fiquei preocupado ao pensar numa segunda hipótese que é a de que Pezão realmente acredita na propaganda que somada a uma campanha milionária o ajudou a se reeleger. Ai o problema fica gravíssimo.
É que segundo o que a matéria mostra, Pezão diz que o Rio de Janeiro investiu em obras de infraestrutura hídrica nos últimos anos. Ai é que mora o perigo. Primeiro, há que se saber o que Pezão considera infraestrutura hídrica, pois esse é um conceito saído da cabeça dele. Além disso, há que se saber onde o investimento teria sido feito, e se o mesmo se relaciona às áreas que estão sob maior risco neste momento. O mais provável é que Pezão não faça a menor ideia do que está falando, e apenas tenta se desvencilhar de suas próprias responsabilidades, já que foi o secretário de obras de Sérgio Cabral. Se isto for verdade, devemos nos preparar para um processo futuro de racionamento extremo, como o que já está sendo vicejado pelo governo de São Paulo. Ou coisa pior ainda.
A verdade é que a comunidade científica e a sociedade civil organizada precisam cobrar mais transparência por parte de Pezão e seus secretários. É que se não começar a chover logo, a segunda maior região metropolitana do Brasil vai começar a passar sede. E a única coisa que pode evitar isso além da generosidade de São Pedro serão atitudes sérias e responsáveis tomando o lugar da negação do óbvio, qual seja, a de que enfrentamos uma grave crise hídrica. Simples assim.
Pezão descarta racionamento e diz que Rio estava preparado para crise hídrica
O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, minimizou hoje (28) a crise hídrica no estado, que, segundo ele, está em uma situação “um pouco melhor” do que os outros estados da Região Sudeste por ter investido em obras de infraestrutura hídrica nos últimos anos.
Pezão disse que o Rio “não é melhor nem pior que nenhum estado”, mas fez muitas obras, muitos investimentos, mudou a captação de águas de algumas cidades. “E, se precisar mudar, vamos mudar de novo”, afirmou o governador, após audiência com a presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto.
Segundo Pezão, após problemas com a estiagem entre 2009 e 2013, a Secretaria Estadual do Ambiente e a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) investiram em obras para aumentar a captação e garantir o abastecimento do estado, principalmente na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Na última quinta-feira (22), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que o nível do reservatório de Paraibuna, no Rio Paraíba do Sul, atingiu o volume morto e deixou de produzir energia. O Paraibuna é o maior dos quatro reservatórios que abastecem o Rio.
O governador do Rio reconheceu que a atual situação dos reservatórios do Sudeste é grave, mas voltou a descartar possibilidade de sobretaxa ou racionamento de água no Rio de Janeiro nos próximos meses. “Neste momento, não queremos tomar nenhuma dessas medidas porque ainda não é necessário, mas nada está afastado, se a seca se prolongar. Se não chover o suficiente, vamos tomar outras medidas”, disse Pezão, sem adiantar as providências que poderá tomar.
Ele informou que a única medida emergencial do governo fluminense será reforçar uma campanha institucional para estimular a população a economizar água. “Com as obras que fizemos, dá para garantir um ritmo normal [de abastecimento].”
O governador disse que, em caso de restrições de uso da água, as empresas serão as primeiras atingidas, porque a prioridade é o abastecimento humano. “Não queremos prejuízo de ninguém, agora, se alguém for penalizado, serão as empresas primeiro. Nossa prioridade é o abastecimento humano, que dá para ser garantido por algum tempo ainda.”
De acordo com Pezão, na audiência, Dilma enfatizou a disposição do governo federal de dar apoio financeiro e técnico aos estados que enfrentam a crise hídrica e mostrou-se “muito proativa” para resolver os problemas de abastecimento.
Antes de Pezão, Dilma recebeu o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, que está enfrentando uma situação mais grave. Pimentel disse que o estado corre o risco de ter racionamento “severo” de água daqui a três meses.
FONTE: http://www.jb.com.br/rio/noticias/2015/01/28/pezao-descarta-racionamento-e-diz-que-rio-estava-preparado-para-crise-hidrica/
