Há que se reconhecer que o comitê de campanha da chapa 11 que concorre à reitoria da Uenf está fazendo um enorme esforço para tornar seus candidatos mais encantadores para o eleitorado uenfiano. Assim, além das contínuas mudanças do layout da página do Facebook e de uma repaginada na aparência visual dos professores Edmilson Maria e Antonio Amaral, a chapa 11 acaba de republicar o perfil profissional dos dois numa disposição visual que tenta ser mais atraente na forma de um memorial resumido.
Mas como ao se resumir normalmente se explicita o que de mais importante alguém fez, uma leitura mais apurada desse “memorial resumido” revela um detalhe que a campanha da chapa 11 vem negando de pés juntos. E este detalhe é que a chapa 11 é uma continuidade direta das gestões desastrosas de Almy Junior e Silvério Freitas. E mais que essa ligação direta é dada pela presença do Prof. Amaral no cargo de vice-reitor ao lado de Edmilson Maria.
Vejamos o primeiro slide que mostra essa ligação.
É que como se vê na linha sublinhada em vermelho, o Prof. Antonio Amaral foi, na gestão do reitor Almy Junior, “simplesmente” o secretário geral da reitoria. Em outras palavras, ele este sempre a cargo de organizar o funcionamento do gabinete do reitor, por onde normalmente passa a resolução de todos os problemas que estejam ocorrendo na Uenf. Em outras palavras, o Prof. Amaral era um dos líderes da equipe gestora do então reitor Almy Junior.
Como poderá ser visto no segundo slide, na gestão ainda em andamento do reitor Silvério Freitas, o Prof. Amaral teve uma elevação de importância na hierarquia da reitoria, passando a ocupar o cargo estratégico de pró-reitor de Pós-Graduação.
Entre outras coisas, as obrigações do Prof. Amaral incluíam a realização do pagamento das bolsas de pós-graduação dentro de prazos coerentes com o cumprimento das obrigações dos pós-graduandos.
Mas o que mais me impressiona nessa situação é o completo silêncio do Prof. Antonio Amaral em relação aos problemas que identificou na forma de gerir a Uenf ao longo de quase 8 anos em que esteve dentro da reitoria. No lugar de uma necessária autocrítica, já que sempre foi da reitoria, o que se vê é a promessa de uma “Uenf com qualidade” que agora resvala numa campanha que está apelando para a dicotomia “bem e mal”.
A verdade é que quem esteve todos esses anos dentro da reitoria não deveria relegar essa informação aos subtítulos de seu memorial profissional. Ao ocultar a magnitude do seu papel de dirigente institucional, o Professor Antonio Amaral presta um desserviço à sua chapa e, por extensão, à própria Uenf.
Finalmente, com a postagem deste memorial resumido pela própria chapa 11, o que se vê é que seus componentes representam o continuísmo de uma forma de gerir a Uenf que já está mais do que exaurida, pois submergiu a instituição numa profunda crise. E o Prof. Antonio Amaral precisaria de um mega peneira para tampar sua verdadeira ligação com tudo o que está errado na Uenf neste momento.


