Já fiz várias postagens sobre a ironia que está sendo ver o Estado brasileiro se esmerando em proteger as mineradoras envolvidas no caso de Mariana, enquanto as ações da Vale e da BHP Billiton estão literalmente afundando nas bolsas de valores, como mostra a matéria abaixo do jornal Estado de Minas.
E a coisa está piorando por causa da posição expressa num relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) onde está expressa que as medidas tomadas pela Mineradora Samarco da qual a BHP Billiton detém 50% do capital “foram claramente insuficientes” para impedir o agigantamento dos efeitos socioambientais que incidente na represa de Fundão acabou tendo.
Pois é, o Estado brasileiro pode até perdoar, mas o mercado de ações não. É irônico ou não?
Por causa da tragédia de Mariana, ações da BHP têm queda na Bolsa de Sidney
Situação do grupo australiano ficou pior depois que especialistas da ONU publicaram relatório denunciando que as empresas e as autoridades brasileiras não conseguiram evitar os danos causados pelo rompimento da barragem do Fundão
Um dos fatores para a queda do valor das ações do grupo empresarial australiano foi o relatório divulgado pela ONU nesta quarta-feira, no qual dois especialistas em direitos humanos afirmarm que as medidas tomadas para evitar os danos causados pelo rompimento da barragem do Fundão “foram claramente insuficientes”. A ONU cobrou publicamente ações mais efetivas da BHP, da Vale, da Samarco e das autoridades brasileiras, alertando que os resíduos tóxicos da lama que vazou da barragem são ameaças reais ao meio ambiente e às pessoas.
Para tentar reverter a curva descendente do valor de suas ações, a BHP tem negado de forma veemente que os resíduos presentes na lama sejam tóxicos, mas, até o momento, a atuação para diminuir a desconfiança dos investidores não tem dado bons resultados. Em Londres, na manhã desta quinta, a queda do valor das ações do grupo australiano chegou a 2,5%.
