A “simpática” nota que aparece acima foi enviada pela direção da Escola Municipal Carlos Chagas que está localizada no Núcleo II do Assentamento Zumbi dos Palmares e ela mostra uma realidade cruel que está afetando as famílias assentadas. É que com salários atrasados há vários meses, os professores contratados via contratos precários e pagos pelo sistema de pagamento a autônomos (o famoso RPA), estão compreensivelmente pedindo demissão.
Se a falta de de professores em escolas urbanas já é um problema, imaginem o que é ter crianças desprovidas em um assentamento de reforma agrária onde o acesso à educação pode ser a chave para que elas tenham um mínimo de socialização, bem como a necessária possibilidade de serem educadas para, entre outras coisas, terem condições de apoiar os esforços realizados pelas famílias assentadas no sentido de melhor os sistemas produtivos e, por extensão, o nível da renda produzida dentro dos lotes.
Crianças do Zumbi dos Palmares participando da celebração do aniversário de 15 anos da criação do assentamento no pátio da E.M. Carlos Chagas em 2012.
Sob qualquer ponto de vista, a existência de profissionais que estão trabalhando e não sendo pagos já seria uma aberração. Mas quando isso atinge setores estratégicos como o da saúde e da educação, isto já beira a completa irresponsabilidade.
E no meio de tudo isso, fico me perguntando por onde andam os órgãos de controle externo que eram tão atuantes nos dois mandatos da ex-prefeita Rosinha Garotinho. As famílias do Zumbi dos Palmares adorariam saber, e eu também.
Republicou isso em Arnaldo V. Carvalho.
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