O presidente Jair Bolsonaro resolveu peitar os padrões sanitários da cidade de Nova York e decidiu comparecer à Assembleia Geral da ONU sem se preocupar em carregar o seu cartão de vacinação contra o SARS-Cov-2, provavelmente para agradar os setores mais reacionários do seu eleitorado. Entretanto, o presidente do Brasil esqueceu-se que nos EUA, país que ele tanto idolatra, as regras não são para inglês ver. O resultado é que ele está impedido de frequentar restaurantes nova iorquinos, pois estes requerem o mesmo cartão de vacinação que ele diz não possuir.
O resultado é que o presidente do Brasil foi obrigado a comer pizza na rua na companhia de um trupe mal enjambrada composta por ministros, militares e ministros militares, mais precisamente na esquina da 3a. avenue com a 44th street, nas imediações da sede da mesma ONU em que ele diz irá discursar de “improviso” (ver imagem abaixo). Assim, mesmo que alguns digam (o jornalista Guga Chacra da Rede Globo, por exemplo) que Bolsonaro foi se saciar em uma esquina da 3a Avenida por opção, essa é uma explicação que não resolve o problema principal que é a postura negacionista que ele emana.
Assim, é óbvio que haja quem possa dizer que Jair Bolsonaro esteja produzindo mais uma daquelas poses de “homem comum” para agradar a sua base. Mas o problema é que quem está neste momento comendo pizza em uma esquina nova iorquina não é o “homem comum” que atende pelo nome de Jair Bolsonaro, mas a autoridade máxima do poder executivo federal do Brasil. Assim, ao se expor em uma condição vexatória para um chefe de estado, o que Jair Bolsonaro faz é aprofundar a condição de pária do Brasil em uma conjuntura internacional extremamente dura, pois mistura crise econômica continuada com uma pandemia que não dá sinais de que irá cessar sem um esforço concentrado das principais economias do planeta, nas quais o Brasil está incluso.
Essa incompreensão do próprio papel ainda resultará em momentos amargos para Jair Bolsonaro, o que se pode traduzir na ingestão de algum sabor bastante amargo, como, por exemplo, a de jiló. Enquanto isso não acontece, o mais provável é que o Brasil continue pagando um preço que não será o de uma fatia de pizza em uma loja de esquina em Nova York.
e nos espaços institucionais ele pode entrar sem vacina? totalmente querendo ganhar pontos com a base depois da cartinha do Temer ahaha
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Lara, ele vai poder entrar na ONU, mas o custo político será muito alto. Em suma, esses pontos com o pessoal dele vai custar caro ao Brasil. Parabéns para quem financiou a campanha dele, não?
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Caro M. Pedlowski,
limitar-me-ei a copiar e colar este texto de alhures:
“A pauta do dia, pelo visto, será novamente a esquerda entregando para o Bolsonaro uma pauta antissistema, que é a crítica do passe-sanitário para entrar em locais públicos (algo que tem sido criticado por amplos movimentos no mundo inteiro… e que no Brasil não é nada popular).
Além disso, fotos de Lula e Dilma em jantares suntuosos na Casa Branca estão sendo veiculadas pela esquerda, comparando isso à foto de Bolsonaro comendo pizza na rua, como se esse comparativo abonasse a esquerda.
A semana começou com mais uma goleada da comunicação bolsonarista.
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