Em uma indicação de que há realmente algo de podre no reino da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) em relação ao envolvimento da instituição no escândalo dos cargos secretos promovido pelo governo acidental de Cláudio Castro. É que mostra a mais nova reportagem assinada pelos jornalistas Igor Mello e Ruben Berta mostra que, ao contrário do prometido, a reitoria da Uerj aumentou o nível de sigilo sobre os nomes dos ocupantes de cargos relativos aos “projetos especiais” do governo Castro que estão sendo executados pela universidade.
Essa negação da transparência pode ser apenas o produto de um zelo extra com os que receberam legitimamente pagamentos por trabalharem nos diversos projetos especiais que estão sendo realizados na Uerj pela “bagatela” de quase R$ 600 milhões (com parte substancial dos recursos vinda da privatização da CEDAE). Mas negar o acesso aos nomes dos beneficiários também pode ter razões outras, o que agrava a crise de imagem que este evento vem provocando contra a Uerj, na medida em que a mesma foi pega em cheio com evidências de que diversos beneficiários dos pagamentos “na boca do caixa” estão ligados a políticos da base de apoio do governador acidental Cláudio Castro.
Como tudo indica que Igor Mello e Ruben Berta têm “mais bala na agulha” , o problema da reitoria da Uerj é ver revelações ainda mais desairosas contra a universidade, o que agravaria as pressões pela liberação completa dos nomes dos beneficiários da lista de pagamentos dos “projetos especiais”.
Em suma, um problemão sem tamanhos, mas que pode ficar ainda maior. É que enquanto o dinheiro fluia fácil nos projetos especiais, a maioria das unidades da Uerj vivia e continua vivendo em grandes dificuldades. E essa realidade pode criar mais problemas dentro do que fora dos muros da universidade. Mas é o que eu digo, repetindo um velho chavão, “passarinho que anda com morcego, acorda com a cabeça para baixo”.