Serão distribuídas 4 bolsas de R$ 8 mil para repórteres interessados em investigar os impactos da produção de energia
A queima de combustíveis fósseis para produção de energia é uma das maiores responsáveis pela emissão de gases do efeito estufa no mundo. Passar para um modelo energético baseado em energias renováveis é fundamental para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e frear o aquecimento do planeta. No entanto, é necessário que essa transição leve também em conta os impactos socioambientais causados pela construção de hidrelétricas, parques eólicos e outros.
No Brasil, não faltam exemplos de projetos de infraestrutura para geração de energia renovável, mas levando a impactos socioambientais negativos, como a usina hidrelétrica de Belo Monte. A Agência Pública e a Conectas Direitos Humanos querem contar histórias que mostrem os impactos sobre os direitos humanos de trabalhadores e trabalhadoras, bem como das comunidades afetadas pela produção de energia de origem fóssil e também pelo processo de substituição dessa matriz por fontes renováveis.
Nesta 17ª edição do tradicional programa de microbolsas da Agência Pública, serão distribuídas 4 bolsas de R$8 mil, além de mentoria para a produção da reportagem. As inscrições vão até dia 15 de março e devem ser feitas por este formulário. Podem se inscrever repórteres de todo o país, interessados em produzir reportagens investigativas sobre esse tema. O edital busca principalmente pautas que joguem luz à necessidade de fazer uma transição energética justa e comprometida com o enfrentamento do racismo ambiental. Se, no Brasil, a maior parte de nossas fontes de energia são renováveis, mas a cadeia de produção é perpetrada por violações de direitos humanos, essa energia é realmente “limpa”? As comunidades que têm sua vida afetada pela construção de hidrelétricas ou parques eólicos têm o mesmo acesso à energia que os grandes centros do país? A transição energética é justa para os trabalhadores da indústria de combustíveis fósseis? Os grupos impactados por novos projetos energéticos são ouvidos e consultados pelas instituições que as financiam, aprovam e implementam?
São questões como essas que queremos que sejam investigadas nas Microbolsas Energia e Crise Climática. Estamos em busca de pautas que partam do ponto de vista da população e da defesa dos direitos humanos, valores compartilhados pela Agência Pública e pela Conectas.
Para fazer a inscrição, é necessário enviar uma pré-apuração, roteiro de pauta, cronograma e orçamento. A bolsa deve ser usada para custear a produção da reportagem, da forma que a/o repórter preferir. O regulamento do edital pode ser acessado aqui. Outras dúvidas podem devem ser encaminhadas para contato@apublica.org.
O resultado das Microbolsas Energia e Crise Climática será divulgado entre o final de março e o início de abril. As reportagens devem ser publicadas até julho de 2023.
Informações
Microbolsas Energia e Crise Climática
Realização: Agência Pública e Conectas Direitos Humanos
Inscrições até 15 de março de 2023
Formulário de inscrições | Regulamento
4 bolsas de R$ 8.000 e mentoria para repórteres selecionados
Divulgação do resultado: entre o final de março e o início de abril 2023
Dúvidas: contato@apublica.org
Sobre a Agência Pública – A Agência Pública foi fundada em 2011 por jornalistas mulheres e tem como missão produzir reportagens de fôlego pautadas pelo interesse público, sobre as grandes questões do país do ponto de vista da população – visando o fortalecimento do direito à informação, à qualificação do debate democrático e a promoção dos direitos humanos. Em 2021, nossas reportagens foram reproduzidas por cerca de 1000 veículos, sob a licença creative commons. A Agência Pública ganhou 60 prêmios nacionais e internacionais, como o Prêmio Vladimir Herzog, Prêmio República e Prêmio Gabo.