Ainda que sirva muito bem para a campanha de limpeza ideológica para erradicar (ou menos tentar) Jair Bolsonaro do posto de “mito”, a história das jóias não declaradas também se presta para não discutir o essencial, que foi o crime de lesa-pátria cometido na privatização da Refinaria Landulfo Alves (Rlam) para o fundo soberano Mubadala por US$ 1,8 bilhão quando avaliadores tinham dito que a unidade valia entre US$ 3 e US$4 billhões.
Ao não determinar imediatamente que sejam tomadas as devidas providências para anular essa venda absurda, o que são os US$ 16 milhões que as jóias apreendidas pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos equivale ao que os gringos chamam de “saco de amendoins”.
Aliás, como voltamos a beirar os R$ 6,00 pelo litro de gasolina na cidade de Campos dos Goytacazes, há que se lembrar que uma das promessas de campanha do candidato Lula era rever uma outra situação de lesa-pátria que é o chamado Preço de Paridade Internacional (PPI) é uma política de preço criada em 2016, durante o governo do ex-presidente de facto Michel Temer. É que graças ao PPL que estamos pagando muito mais do que devíamos enquanto país produtor de petróleo, com os principais beneficiários sendo os acionistas minoritários da Petrobras.
Se não houver imediatamente a realização de esforços para anular tanto a privatização da Rlam como a vigência do PPL, o governo Lula estará cometendo um estelionato eleitoral grave, visto que mudanças efetivas na gestão da Petrobras e da política de combustíveis estavam sim entre as promessas de campanha.
Por último, é importante ver se alguma medida vai ser tomada para rever o lote de jóias que passou batido pela Receita Federal em Guarulhos e que hoje estão no acervo pessoal de Jair Bolsonaro. Aliás, pensando bem, o que será mais que passou pela alfândega nas muitas viagens realizadas pelo ex-presidente que hoje estão em seu “acervo pessoal” e não nos depósitos de bens públicos que são os lugares onde esses “regalos” deveriam estar?