A sucessão de governadores encrencados com a justiça é muito grande no Rio de Janeiro, e dos ex-governadores que ainda estão vivos, não me lembro de nenhum que não tenha tido um sobressalto com a polícia por causa de “causos” mal resolvidos.
Agora é a vez de Cláudio Castro ter sua vida revirada por causa de supostos pagamento de propinas por empresas contratadas por seu governo (ver imagem abaixo).
Como servidor público estadual que teve seu tempo de trabalho alongado pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) até 2029, penso que o maior escárnio desse atual escândalo é que Cláudio Castro (misto de cantor gospel e ilustre desconhecido na política até a queda de Wilson Witzel) negou as servidores públicos até mesmo o que havia acordado, qual seja, o pagamento de uma reposição parcialíssima das perdas salariais causadas pela inflação.
O governo de Cláudio Castro é, reconheçamos, uma cara do que têm sido os governos que o antecederam, principalmente quando se trata de exercer uma violentíssima repressão policial contra comunidades pobres periféricas sob o manto do combate ao narcotráfico. Ele, Cláudio Castro, tem na sua conta várias chacinas policiais, nas quais os assassinados não tiveram a mesma chance de recorrer à advogados caros para se livrarem de estripulias que, não raramente, envolvem mochilas flagradas cheias em elevadores com que seria dinheiro oriundo da corrupção.
O mais dramático é constatar que se Cláudio Castro for apeado do cargo de governador por causa das provas que estão sendo levantadas pela Polícia Federal, ele será substituído por Thiago Pampolha, outro ilustre desconhecida, cuja base eleitoral é a Zona Oeste. Com Pampolha governador, a agonia que o Rio de Janeiro vive certamente ganhará capítulos ainda menos auspiciosos.

