Nesta segunda-feira (10/11) ocorre mais uma paralisação das atividades dos professores da Universidade Estadual do Norte Fluminense. A mobilização de hoje é mais um passo no processo de luta contra o descaso do governo de Cláudio Castro que há mais de quatro anos se nega a enviar o novo Plano de Cargos e Vencimentos da Uenf para ser analisado pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Esse claro descaso do governo Castro compromete não apenas a vida dos servidores que levam o projeto criado por Darcy Ribeiro adiante, beneficiando milhares de famílias que enviam seus filhos para Uenf para serem preparados para alçar voos profissionais. O descaso de Cláudio Castro repercute na capacidade de ampliação das atividades da Uenf, criando dificuldades para que mais estudantes possam seguir a trilha exitosa que tantos outros já adentraram.
O fato é que a Uenf hoje paga salários corroídos em mais de 50% pela inflação, e seus novos servidores não possuem mais benefícios como o dos triênios e da licença especial. Com isso não se tornou apenas difícil manter um quadro mais jovem de servidores, mas de atrair profissionais qualificados por meio de concursos públicos. Há que se lembrar que em sua implantação a Uenf pagava um adicional de interiorização e salários muito vantajosos com o intuito de contratar os melhores profissionais disponíveis no mercado. Foi essa política salarial que possibilitou que a Uenf se tornasse rapidamente uma referência nacional.
Para marcar essa paralisação, uma delegação de professores está se dirigindo ao Rio de Janeiro para participar de uma audiência pública promovida pela Alerj sobre a reforma administrativa que ameaça dar um golpe duríssimo nas condições de trabalhadores em todas as esferas de governo. Se consumada, a reforma administrativa será uma verdadeira pá de cal na Uenf. Mas os professores também estarão na Alerj para dialogar com os deputados que estão apoiando a luta em prol do novo PCV. É que, objetivamente, a luta contra a reforma administrativa e a aprovação do PCV são duas faces da mesma moeda.
E nunca é demais lembrar que sem organização e mobilização, nenhum governo se sente obrigado a conceder direitos a seus servidores. E no caso do governo Castro isso é particularmente verdadeiro.

