O vídeo abaixo aparentemente teria como objetivo incensar a base eleitoral do governo Bolsonaro para que se fortaleça a defesa política do presidente Jair Bolsonaro. Mas dado que o presidente o removeu de sua página oficial na rede social Twitter pouco tempo depois de ir ao ar, várias interpretações podem ser feitas, mas nenhuma que indique que houve o êxito pretendido.
É que ao pintar todas instituições, sindicatos, conselhos de classe, o próprio partido do presidente Jair Bolsonaro e até a Lei Rouanet como “hienas” que cercam um leão indefeso pode ter produzido o efeito de unir até inimigos figadais que, de fato, podem passar agora para uma ação mais unificada.
Um detalhe sobre o vídeo original é que o leão indefeso que aparece mortalmente acossado pelas hienas está, de fato, no final da sua vida. Assim, mesmo o aparecimento de um companheiro que surge para impedir o banquete das hienas está apenas atrasando o inevitável. Eu fico imaginando se quem usou essa bomba semiótica levou em conta o fato natural que está por detrás das cenas mostradas no vídeo: um leão velho à beira da morte tendo que se deparar com seus competidores em condições de alta fragilidade.
Enfim, o problema é que ao calcular todas as repercussões da bomba semiótica lançada para identificar todos os inimigos do presidente, o efeito final poderá ser oposto ao pretendido. Mas talvez mais em linha com o que o vídeo original mostra. A ver!
Para uma perpectiva diferente da situação recomendo a análise afiada do Duplo Expresso (https://duploexpresso.com/) nas suas últimas edições.
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