Tiros na greve do COMPERJ são apenas a ponta de um imenso iceberg de violações dos direitos dos trabalhadores

Rio de Janeiro Dois operários do Comperj foram baleados durante o segundo dia de protesto da categoria, em Itaboraí (Foto: Reprodução/ TV Globo)

O fato de dois operários terem sido baleados a tiro numa concentração da greve que está ocorrendo na construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ) (Aqui!) permitiu saibamos mais das péssimas condições em que os trabalhos estão se dando. E como em outros mega-empreendimentos sendo construídos no Brasil neste momento, as violações começam na falta de pagamento de direitos trabalhistas, mas alcançam aspectos relacionados ao atendimento de necessidades básicas dos trabalhadores como, por exemplo, a existência de banheiros.

A nota formal emitida pela Petrobras dizendo-se preocupada com a situação que ocorre no COMPERJ é só isso mesmo, uma formalidade. É que as práticas e costumes que marcam a relação da Petrobras com as empreiteiras contratadas para construir o empreendimento indicam que determinados abusos não poderiam ocorrer sem o conhecimento da empresa. Em suma, se dizer preocupada para a direção da Petrobras é apenas um jeito de não fazer nada para impor o cumprimento da lei pelas suas contratadas.  E bem sabem disso os pescadores artesanais que atuam na Baía da Guanabara que vem sofrendo na carne, inclusive com a morte de vários membros da categoria, o que significa ficar no caminho dos interesses corporativos da Petrobras.

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