A reitoria da UENF já é a grande derrotada da greve

O dia de hoje promete ser movimentado, e com muita gente esperando (inclusive eu) para ver se o jovem secretário Alexandre Vieira vai tirar um coelho da cartola no último minuto para quebrar a nossa greve com uma proposta financeira lamentável sob todos os pontos de vista.

Em qualquer um dos cenários, chegada ou não de um projeto de lei na ALERJ, vou defender a retomada da greve. Farei isso por entender que só em greve poderemos melhorar essa proposta que se aprovada do jeito que está nos lançaria num ciclo interminável de greves. 

Por outro lado, há que se analisar a situação institucional que se armou com o fracasso e evidente colapso da reitoria da UENF no papel de liderança, seja no plano interno ou no externo. No interno chega a ser ensurdecedor o silêncio do reitor que simplesmente desapareceu de cena, e deixou seu vice-reitor para navegar um barco em águas cada vez mais turbulentas. E aqui falo da situação que se armou com os técnicos que hoje se sentem traídos em relação ao cumprimento de promessas eleitorais que lhes garantiria ganhos que hoje se mostram implausíveis. Além disso, a incapacidade de sequer pagar bolsas estudantis no início de cada mês resultou no fechamento do campus por um dia inteiro, sem que ninguém da reitoria conseguisse vir com uma explicação porque isto está ocorrendo, já que não se ouve falar que esse problema esteja ocorrendo na UERJ ou na UEZO.

Mas se plano interno a situação é essa, no plano externo as informações que chegam é que a UENF nunca esteve tão desmoralizada e sem capacidade de defender seus interesses básicos junto ao (des) governo do Rio de Janeiro. É que acostumados a ter tudo controlado no plano interno, os ocupantes da reitoria apostaram na submissão como método de angariar recursos do estado. E ai, como temos o Ricardo Vieiralves fazendo justamente o oposto na UERJ, adivinhem quem está conseguindo suplementação em cima de suplementação, e conseguindo levar seu barco por águas mais calmas? Sim, Ricardo Vieiralves, é óbvio.

Em função disso tudo, é que vamos ter que nos preparar para sair desse impasse através de ações que consigam unir toda a UENF em torno de uma saída de uma crise sem precedentes na história de nossa jovem universidade. E não pensem que estou falando das eleições do segundo semestre de 2015 onde deveremos escolher um reitor. Essa eleição está longe demais e a crise de que estou falando vai ficar muito pior se na ALERJ for aprovada a tabela que foi apresentada para os servidores técnico-administrativos. Afinal, alguém acha que eles não vão continuar indignados como estão neste momento?

Finalmente, uma coisa que eu acho positivo nessa situação toda é que ficou demonstrada a completa incapacidade dessa reitoria de substituir os sindicatos na tarefa de defender direitos trabalhistas. Só por isso, já temos o grande derrotado desta greve: o ancien régime que domina a reitoria faz mais de uma década. 

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