A democracia que os coxinhas querem e seus sonhos de exterminio

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Manifestantes em Jundiaí “enforcam” bonecos representando a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula.

Tenho visto todo tipo de análise de gente que eu até respeito, tentando explicar e legitimar as manifestações que ocorreram em diferentes pontos do Brasil. Eu sinceramente acho que isso é perda de tempo se não formos ao elemento central do que essas manifestações sintetizam. E ele é simples: uma ojeriza a qualquer esforço de democratização da sociedade brasileira e a manutenção de um sistema social profundamente vinculado ao uso da repressão formal e informal para se manter desde que os conquistadores portugueses encostaram suas naus exploradoras no litoral da Bahia.

A presidente Dilma ao tentar apaziguar esse setor nada mais fez do que chamar ainda mais fúria para si. É que apesar dos mais de 12 anos de esforços para gerar um capitalismo sem classes no Brasil, o neoPT apenas deixou a classe média mais alienada da nossa realidade, visto que ficou espremida entre a ascensão dos pobres e o enriquecimento ainda maior dos que já eram ricos. Essa alienação é que explica tanto ódio, visto que a classe média se vê incapacitada de alcançar os luxos dos ricos, e ainda vê os pobres com ganhos periféricos, mas que expressam uma elevação social que priva os semi-privilegiados de empregados domésticos subservientes e amedrontados.

Desta forma, agora que o modelo do capitalismo sem classes está claramente destroçado, podemos voltar a debates mais transparentes sobre a natureza da exploração capitalista e de suas formas peculiares no Brasil. E precisamos fazer este debate objetivo não apenas na academia, mas nas ruas com os que têm mais a perder com toda essa reação que se expressou ontem nas ruas que são os segmentos mais pobres da população brasileira.

É que se o enforcamento alegórico feito ontem em Jundiaí (SP) da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula pode ficar relegado apenas a um plano simbólico, os pobres precisam conviver todos os dias nas mãos das classes ricas de forma direta ou pelas mãos da mesma polícia que ontem posava alegremente (em vez de dar tiros e jogar bombas como faz nas manifestações dos movimentos sociais de forma corriqueira) com os membros de uma classe média que definitivamente fez a opção pelo confronto e pedidos de retorno da ditadura militar.

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