Caso a veia femural fosse atingida, o cinegrafista poderia estar morto
Paixões partidárias e eleitorais podem nos cegar diante de violações dos direitos humanos e da cidadania.
O massacre dos professores que ocorreu no dia 29/4 em Curitiba foi um crime análogo à tortura coletiva.
O crime de tortura é imprescritível e de lesa-humanidade.
O comportamento do governador Beto Richa ao ordenar que as polícias do Estado do Paraná, atirassem balas de borracha, bombas de efeito moral e dessem cacetadas em milhares de pessoas que não ofereciam resistência, revelou a simples vontade de machucar. “Tirar sangue”, como se diz no popular.
Os relatos de violência contra a pessoa humana são incontáveis e ainda não estão devidamente relacionados e apurados.
Infelizmente não é uma exceção o que aconteceu em Curitiba.
Desde as manifestações de 2013, a prática de “agressões preventivas” das polícias de vários estados e municípios, feitas por PMs, Polícias Civis e Guardas Municipais, tornaram-se uma prática crescente.
O “Modelo Rio de Janeiro”, instituído pelo governador Sergio Cabral, fez escola. O “Modelo São Paulo” de Geraldo Alckmin e o “Modelo Bahia” de Rui Costa não ficaram atrás no grau de organização e utilização de métodos ao arrepio da lei para reprimir a população e se espalharam por vários estados, ao utilizarem as tecnologias de guerra interna e armamentos adquiridos para a Copa 2014.
São operações policiais que seguem uma regra já há muito conhecida por estados autoritários:
Envio de agentes provocadores para criarem um “clima” de violência.
Policiais com mochilas, cheias de “Kits flagrantes”, com pedras, objetos perfurantes e o que se fizer necessário para incriminar pessoas que usam de seus direitos para protestarem.
Prisões arbitrárias e violências físicas dentro dos camburões nas viagens para as delegacias, que podem durar horas para percorrerem 300 metros.
Policiais disfarçados para prenderem e baterem nos que são considerados os cabeças e estão nas listas secretas do aparato policial.
Raspagem dos cabelos, palmatórias, humilhação sexual de mulheres e homossexuais quando enviados para as “triagens”.
Filtragem nas redes sociais, além de ameaças presenciais ou online de jornalistas e ativistas de direitos humanos.
Tiros de balas de borracha para acertarem especificamente jornalistas, tornados alvos privilegiados
Borrifaram spray de pimenta em boca de professor para que não falasse
“Kit Press”, com fotos de supostos “Blac Blocs” e comunicados preparados para justificarem a violência aplicada de forma premeditada.( veja caso de professor acusado falsamente)
O Estado de Direito precisa ser preservado para uma sobrevivência digna de todos nós.
Violações dos direitos das pessoas humanas não se justificam nem contra os piores inimigos.
Pedimos a todos e todas independente de suas posições pessoais, mas que lutam para uma democracia, que se unam para barrar esta hidra de violência inseminada nos seio de nosso Aparato de Estado.
Precisamos ter claro, que já está mais que na hora de enfrentarmos de frente, os “resquícios renovados” dos métodos de controle social desenvolvidos pela Ditadura Militar, que em 2015 trazem como inovação de requinte de tortura: a mordida de um Pitbull na “Veia Femural da Democracia”.