Em meio ao avanço dos casos de plágios dos mais variados que estão sendo cometidos em diferentes níveis de formação acadêmica no Brasil, um colega que é também professor na Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) me chamou a atenção para a existência de um software que pode ser usado online, o qual possui diferentes serviços que ajudam na detecção, mas também nas formas de se cometer plágio de forma não intencional. A ferramenta no caso é a Turnitin (Aqui!).
Visitando a página do Turnitin cheguei a uma matéria produzida pela Ciência Hoje já em 2012, onde as diversas facetas do uso deste software são abordadas (Aqui!).O que mais me chamou atenção na matéria, e esse é um aspecto que me colega da Uenf também me apontou pessoalmente, é que a questão do plágio não decorre necessariamente apenas da decisão individual de alguém de violar as regras acadêmicas, mas também por falta de conhecimento de como proceder em termos de reconhecer de forma própria a autoria intelectual de um dado documento científico.
Como um das características dos tempos que vivemos é da “fastfoodização” de todas as esferas de vida, e que na ciência se manifesta também na forma do “trash science“, o que deveria estar sendo tratado nas universidades brasileiras, e aparentemente isto está acontecendo em um número ainda reduzido, é de como a pressão por resultados rápidos (e não necessariamente qualificados e devidamente reconhecidos) contribui para a disseminação de casos de plágio, como venho abordando aqui no blog.
De toda forma, como existem ferramenta como o Turnitin para serem utilizadas para prevenir a disseminação e naturalização do plágio, este desvio de conduta não pode ser mais ignorado sob a alegação que inexistem as formas para identificar, corrigir ou, ainda, punir quem for flagrado usando o trabalho alheio para se autobeneficiar.


Por aqui sempre me pareceu que a produção intelectual, ou científica, nunca pecou pela qualidade. Pelo contrário, que o norte é o famoso percentual 10, isso é, 10% vai ficar bom, então quanto mais trash tivermos, mais bons vamos ter.
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Acho que a questão da perda de rigor em publicações científicas não é algo restrito aos países fora do centro das decisões do capitalismo, pois temos presenciado repetidos casos de fraudes em instituições ditas de primeiro mundo. Agora, o problema do trash science é pernicioso na periferia do capitalismo justamente por causa do papel fundamental que a ciência possui de alavancar o processo de desenvolvimento. No caso específico do Brasil onde possuímos uma sistema de ciência e tecnologia ainda em processo de desenvolvimento, a aceitação e naturalização do trash science acaba comprometendo o uso das escassas verbas que são entregues pelo Estado. Por isso, tenho abordado com tanta insistência essa questão aqui no blog.
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