Em um aparente esforço para convencer o mercado de que o Porto do Açu não é um mico ou, tampouco, um elefante branco, a Prumo Logística continua um vigoroso processo de “placement” na mídia corporativa brasileira. A última dessas matérias propaganda foi publicada ontem pelo jornal Valor Econômico sob o sugestivo título de “Porto do Açu entra em nova etapa” (Aqui!).
Nesse matéria/propaganda, o porta voz da Prumo Logística foi o seu presidente, Eduardo Parente, que ofereceu uma visão para lá de otimista da situação do Porto do Açu. Uma primeira contraposição a essa visão ufanista e ao que está acontecendo ao redor do enclave formado pela EIG Global Partners foi oferecida pelo professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), Alcimar Chagas, em seu blog (Aqui!).
Mas um detalhe que me chamou especialmente atenção na matéria/propaganda foi a declaração de que a Prumo Logística está obtendo uma renda anual de R$ 125 milhões com o aluguel de terras. E ai eu me dou conta que uma parte significativa dessas terras alugadas pode ter vindo de presente como fruto das desapropriações promovidas pela Companhia de Desenvolvimento Industrial do Rio de Janeiro (Codin) para a instalação de um natimorto distrito industrial em São João da Barra.
Tal situação apenas ressalta a completa injustiça que foi e continua sendo promovida contra as centenas de agricultores familiares que tiveram suas terras expropriadas pelo (des) governo do Rio de Janeiro e continuam até hoje sem ver a cor do dinheiro que lhes é devido pela tomada de suas terras, as quais como mostra a matéria estão gerando lucros milionários para a Prumo Logística Global.
É a isso que o geógrafo estadunidense David Harvey classifica como acumulação por despossessão. Mas sobre essa origem das terras que geram os lucros milionários alardeados é bem provável que não ouçamos o presidente da Prumo Logística alardear na mídia corporativa.
Agora, se eu fosse advogado de um dos muitos agricultores expropriados pela Codin ou mesmo de um daqueles que tiverem suas terras e águas salinizadas pelo Porto do Açu, guardaria essa matéria com muito carinho. É que se o negócio anda tão bem como está sendo fartamente anunciado, dinheiro para pagar o que é devido as essas famílias não será mais problema.

Obrigado, Pedlowski, por essa informação vital, que confirma os argumentos que comprovam a ilegalidade, o arbítrio, a violência, a imoralidade, a cafajestagem, e o crime que foi cometido contra os produtores do 5º /Distrito do Açu, digno de ser levado à Corte de Haia
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