A situação de pior cenário que foi antecipada ontem aqui neste blog já se confirmou nesta segunda-feira. Segundo a matéria abaixo do jornal Estado de Minas indica que os rejeitos tóxicos estão se espalhando de forma irregular em diferentes direções, sendo que a área mais atingida fica ao norte da foz do Rio Doce.
Essa distribuição dos rejeitos deve estar obrigando a que os especialistas “muy amigos” das mineradoras Vale e BHP Billiton refaçam seus cálculos para explicar porquê as consequências da chegada da lama tóxica liberada em Mariana está se dando desta forma no mar, atingindo uma extensão tão expressiva.
Entretanto, como a própria matéria já aponta, o problema começa, mas não termina em terra. E o pior deverá ter uma longa capacidade de residência na totalidade da interface continente-oceano. Em outras palavras, a contaminação não só se dará tanto na calha do rio como no assoalho ocêanico, estendendo assim os efeitos na cadeia trófica flúvio-marinha, e com efeitos incalculáveis na população humana que dele depende para gerar sua renda e sustento alimentar.
Em suma, uma cagada mais do que completa!
Lama de rejeitos já toma mais de 77 quilômetros do litoral do Espírito Santo
A lama com rejeitos de minério vinda pelo Rio Doce atingiu o mar no domingo. Prefeitura de Linhares interditou as praias de Regência e Povoação
Por Estado de Minas

A lama de rejeitos da mineradora Samarco já tomou mais de 77 quilômetros do litoral do Espírito Santo. De acordo com o governo do estado, são 70 quilômetros ao norte, sete ao sul e 10 mar a dentro. A prefeitura de Linhares interditou as praias de Regência e Povoação após a chegada lama e colocou placas ao longo das praias informando que a água está imprópria para o banho.
A lama com rejeitos de minério vinda pelo Rio Doce atingiu o mar no domingo, segundo informações da prefeitura. A população de Regência e Povoação vive da pesca e do turismo e tem as atividades prejudicadas com a água barrenta que avança sob o mar.
Na sexta-feira (20) o titular da 3ª Vara Civil de Linhares, juiz Thiago Albani, determinou que a Samarco retirasse as boias de contenção instaladas e abrisse a foz do Rio Doce para que a lama de rejeitos se dissipe no mar. Para a decisão, foram ouvidos técnicos ambientais do município e de órgãos como o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).
A Samarco divulgou nota informando que toma as providências definidas pelo Ministério Público, Iema, Instituto Chico Mendes e Tamar, de modo a direcionar a lama para o mar e proteger a fauna e flora na foz do Rio Doce.
De acordo com a nota, a empresa fornece equipamentos para abertura do banco de areia que impede a chegada do rio ao mar no lado sul da foz. “Quatro máquinas trabalham 24 horas por dia nas escavações, com apoio de uma draga e bombas que ajudam no bombeamento da pluma”.
O documenTo informou também que a barreira de contenção continua sendo instalada nas margens do rio com o objetivo de proteger a fauna e flora, sem impedir o escoamento da lama para mar.
