Se levarmos em conta a versão oficial do (des) governo Pezão sobre as raízes da barafunda financeira em que se encontra o estado do Rio de Janeiro, vamos ser convencidos que é a culpa é da diminuição da receita obtida com impostos e, claro, as pensões dos servidores públicos.
Mas eu ouso afirmar que há um caminho bem mais simples para entendermos a raiz dessa crise que sempre lembro aqui neste blog é, acima de tudo, seletiva. Baseado em minhas últimas andanças pelo interior do meu estado natal, o Paraná, eu sugiro a todo os cidadãos do Rio de Janeiro que sentem ultrajados com a condição de seus hospitais, escolas e universidades que comecem a olhar com mais cuidado o valor das obras públicas que aparecem nas placas que são postadas (quando isto é feito, é claro!) para informar preço e duração das mesmas.
Por que sugiro isso? Vou tentar demonstrar abaixo com placas e imagens de uma obra em execução no final de 2015 na cidade de Telêmaco Borba para compará-las com placas de obras que foram realizadas no campus Leonel Brizola da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) no ano de 2008!
Pois bem, vejamos a placa e a obra de Telêmaco Borba.
A primeira coisa que destaco na obra de 2015 em Telêmaco Borba é o seu custo: R$ 263.369,21, e depois a partir dos ângulos da obra que o prédio que abrigará o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) no bairro São Francisco não será um puxadinho qualquer.
Agora nos transportemos de volta no tempo e vejamos as placas das obras na Uenf.
No caso dessas obras que friso ocorreram em 2008 temos os seguintes preços iniciais (já que foram concedidos repetidos aditivos para várias delas): R$ 257.492,96 por um quiosque, R$ 450.966,82 por um estacionamento, R$ 1.492.036,45 pelo cercamento parcial do campus e pela construção de uma guarita, e R$ 2.698.353,89 pela construção de um bandejão.
Como essas obras na Uenf representam uma gota de chuva no oceano de obras públicas realizadas, por exemplo, para a realização da Copa FIFA de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, não é difícil de inferir que muito, mas muito dinheiro público deve ter sido engolido em obras cujos preços deveriam ter sido muito abaixo do que foram. É que não há razão alguma, muito menos a qualidade das obras, que explique como é possível tamanha diferença de preços para coisas semelhantes após um hiato de 7 anos!
É isso que a placa de obra e a placa de Telêmaco Borba tornam vergonhosamente explícitos sobre a pindaíba financdeira em que estamos vivendo no Rio de Janeiro. Simples assim!