Vazamento, ar ou gato? E a difícil arte de reclamar das contas astronômicas da Águas do Paraíba

Venho há algum tempo me deparando com problemas nos serviços prestados pela concessionária Águas do Paraíba, empresa que já me premiou com o abastecimento de conglomerados gigantescos de cianobactérias na água que deveria ser incolor, insípida e inodora. Mas nada me indigna mais do que receber mês após mês contas que simplesmente não refletem o consumo de uma residência habitada boa parte do tempo por eu mesmo e uma gata.

Agora em meio a recessos e férias contava com a possibilidade de que os valores de dezembro a fevereiro voltassem ao que me foi cobrado em julho de 2015. Mas como pode ser observado pela imagem da conta que me foi oferecida pela “Águas do Paraíba”, minhas expectativas foram mais do que infundadas.

aguas do paraiba

Isso mesmo, num período em que a minha residência ficou praticamente fechada fui “premiado” com uma conta de R$ 255,32 divididos de forma salomônica entre fornecimento e tratamento de esgotos (essa é a pior das piadas!).  Isso refletiria o consumo de 23 metros cúbicos de água por 30 dias entre dezembro/15 e janeiro/16, o que é simplesmente pouco possível já que eu estive viajando por 15 dias!

Agora, quais são as possibilidades para que o consumo esteja sendo medido acima de 20 metros cúbicos desde outubro de 2015? As principais possibilidades seriam vazamentos no interior da residência,  a instalação de gatos e algo bem simplório, a leitura de ar pelo hidrômetro como se água fosse.

Aviso que a possibilidade de vazamentos foi negada após a visita de um encanador que eu mesmo contratei para verificar se esse seria a vontade de tamanho consumo. Além disso, restringi ao máximo o consumo para verificar se haveria uma mudança nos valores medidos.  E querem saber a resposta? Nada mudou como mostram os valores colocados em vermelho na imagem acima.

Restam assim as possibilidades de “gato” e de ar sendo medido como água. 

Agora, alguém poderia me perguntar por que não compareci na Águas do Paraíba para registrar uma queixa e solicitar uma inspeção? A explicação é simples: falta-me o tempo necessário para comparecer no setor de atendimento aos consumidores onde diariamente centenas de pessoas sofrem para solicitar os mais variados tipos de serviços.

Entretanto, aproveitando o final das minhas férias  hoje estive na sede da “Águas do Paraíba” para tentar registrar uma queixa. E é óbvio que me deparei com uma sala completamente cheia e uma fila “generosa” na qual esperei até ser ouvido por um gentil funcionário.  O problema é que após ouvir o meu relato, este funcionário me informou que eu não poderia ser atendido porque não havia levado a leitura do hidrômetro do dia de hoje (23/02)!

Entre desapontado e irritado (já que se estava lá para reclamar do nível de consumo, a primeira coisa que uma equipe da empresa irá ter de fazer é ler o hidrômetro!) me retirei do local até que eu possa produzir a tal leitura do dia.

Agora me respondam: como é que fica o cidadão mais comum que não se pode dar ao luxo de ficar indo e voltando para mofar na fila de atendimento da Águas do Paraíba? Não seria esta uma estratégia perfeita para nos fazer continuar pagando por ar ou por gatos instalados em nossas casas? 

Será que sou só eu acho que acha um completo absurdo ter que ver 50% do valor de cada conta apontando para o pagamento de esgoto (seja lá isso o que for) e verificar que bem em frente da sede da “Águas do Paraíba” há um canal histórico como o Campos-Macaé totalmente contaminado pelo despejo diário de toneladas de esgoto sem nenhum tipo de tratamento?

Finalmente,  fico me perguntando qual foi o final da Comissão Parlamentar de Inquérito que seria instalada na Câmara de Vereadores para apurar a qualidade dos serviços da “Águas do Paraíba”. Pelo jeito, tomou um tremendo Doril!canal

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