Tomo o início dessa postagem da coluna que Gregório Duvivier escreveu hoje na Folha de São Paulo , até porque já vinha pensando a mesma coisa. Duvivier nos lembra que “reza a lenda que na Copa de 58, o técnico Feola bolou um esquema infalível contra a seleção soviética: Nilton Santos lançaria a bola pela esquerda para Garrincha, que driblaria três russos e cruzaria para Mazzola marcar de cabeça. Garrincha ouviu o professor atentamente: “Tá legal, seu Feola, mas o senhor combinou com os russos?”

É claro que Duvivier em sua postagem acabou colocando o presidente interino Michel Temer na pela de Vicente Feola, e o povo brasileiro na condição de serem os russos desta patacada macabra em que fomos metidos pelas forças que agora controlam o governo federal sem terem sido eleitos.

Ainda que não se saiba ainda que seria o Garrincha no nosso atual contexto político, eu fico imaginando o que se passa na cabeça de todos que foram às ruas pedir o fim da corrupção de forma genuína e sincera e, agora, se vêem diante de todos os retrocessos que nos foram impostos em menos de uma semana de mandato tampão de Michel Temer.

A coisa anda tão escandalosamente retrógrada que tenho que concordar com um vereador do município de Conceição de Macabu, localizada na região Norte Fluminense, que durante uma audiência pública convocada para discutir a grave crise que atravessa a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) disse que o governo interino adotou uma política “retrocida”, ou seja, um retrocesso que pode tanto ser genocida ou homicida.

Eu tenho certeza que milhões de brasileiros estão neste momento com a impressão nítida que o governo interino de Michel Temer é mesmo, mas muito mesmo, retrocida. Resta saber como esses milhões de russos vão reagir quando os anunciados cortes e ataques a direitos básicos forem enviados ao congresso para uma chancela submissa. Avalio que neste momento é que a coisa vai ficar literalmente russa para Temer e seu ministério de indivíduos nada notáveis. A ver!