
O Prefeito Rafael Diniz (PPS) apoiou e foi apoiado pelo (des) governo Pezão, e seu partido, o PPS, pertence à base de apoio do governo no Alerj.
O jornal Folha da Manhã publicou em suas edições impressa e digital uma longa entrevista com o procurador geral do município de Campos dos Goytacazes, o advogado José Paes Neto sob o curioso título de “Reverter o caos dos Garotinho para não virar Estado do Rio” (Aqui!). Eu digo que é curioso porque o (des) governador Pezão apoiou a candidatura de Rafael Diniz para prefeito de Campos dos Goytacazes e o PPS, ao qual o alcaide pertence, faz parte da base de apoio do governo na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Ao ler algumas partes substantivas da entrevista, encontrei menções a mais cortes que deverão ser realizados para supostamente equilibrar as finanças de um município que possui um orçamento anual de R$ 1,5 bilhão de reais e, curiosamente, as áreas que deverão sofrer os efeitos da tesoura serão a saúde e a educação, sob o argumento de recorte neoliberal conhecido como “otimização”.
Vi também que a receita aplicada pelo (des) governo Pezão, o qual o procurador geral diz querer não ver repetido, deverá ser aplicado aqui: apertar o cerco aos servidores, impondo até ponto eletrônico em hospitais nos quais já sabemos que não há comida para os servidores. Em outras palavras, corremos o risco de vermos funcionários passando fome dentro das unidades hospitalares, sem poderem sair para sequer se alimentar, sob pena de serem pegos pelo ponto eletrônico.
Achei ainda curioso a sinalização de que se vai apertar o cerco aos servidores concursados e sobre os prestadores de serviços pagos via o chamado Recibo de Pagamento Autônomo (RPA). Entretanto, não identifiquei nenhum esforço para diminuir a ocupação de cargos comissionados por apadrinhados políticos que se sabe continuam onerando de forma absurda a folha de salários da Prefeitura de Campos dos Goytacazes.
Considero que esse receituário, que já incluiu o fechamento do restaurante popular, a suspensão do Cheque Cidadão, e 100% de aumento no valor da passagem de ônibus, é exatamente o mesmo que foi utilizado por Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão em seu reinado no Palácio Guanabara. A semelhança é inequívoca, e aí fico me perguntando se o problema é mesmo impedir um iminente colapso financeiro ou garantir que só os pobres sofram com a sua consumação. Pelo andar da carruagem, está mais para o segundo do que para o primeiro.
Então, me desculpem lembrar, Rafael é Pezão e Pezão é Rafael!