O jornal britânico “The Telegraph” publicou ontem uma matéria assinada pelo jornalista Jon Yeomans que a BHP Billiton, uma das proprietárias da Mineradora Samarco, está enfrentando a ameaça de uma ação coletiva na Austrália por causa do TsuLama ocorrido em Bento Rodrigues no dia 05 de Novembro de 2015, o qual derrubou em pelo menos cerca de US $ 25 bilhões do valor de mercadoda empresa [1].
Segundo advogados da Phi Finney McDonald, com sede em Melbourne, a firma está se preparando para entrar com uma ação alegando que a BHP Billiton se envolveu em “conduta enganosa ou metirosa” e violou suas obrigações de fazer “divulgações contínuas” aos seus acionistas.
Nesse sentido, Brett Spiegel, advogado principal Phi Finney McDonald, afirmou que a partir de 2013 a BHP estava ciente de que a Mineradora Samarco estava “se comportando de uma forma que não estava prestando atenção” e que “não garantiu que medidas apropriadas de segurança fosse colocadas em vigor”.
Como se vê, enquanto no Brasil os processos envolvendo o TsuLama se arrastam sem data para que as mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton respondam pelo grave incidente ambiental, o maior da mineração mundial em pelo menos 300 anos, na Austrália a coisa vai caminhando numa direção bem diferente. Típico exemplo de como a responsabilidade por danos oriundos da ação das mineradoras é tratada aqui e lá fora.